25.3.13

Pra falar a verdade

Dou muito valor a verdade. Tem gente que não. Tem gente que sim, mas mesmo assim prefere ouvir mentiras. Por que? Porque mentiras costumam ser, reconfortantes, agradáveis, bonitas, prazerosas, felizes, mas, ainda assim, mentiras. Agora verdades, costumam ser, desconfortantes, desagradáveis, feias, inconvenientes, tristes, cruéis, porém, ainda assim, verdades.

Por dar muito valor a verdade, tento sempre ser honesto e sincero. Sinceridade não é arrogância. Porém ambas estão divididas por uma linha tênue. Por isso muita gente confunde uma com outra, porque é fácil confundi-las. Tem muita gente que acha que é sincera mas é arrogante, assim como tem muita gente que acha que sujeito está sendo arrogante, quando ele está apenas sendo sincero. Sinceridade, é dizer a verdade sempre que lhe for conveniente. Não basta ser sincero, tem que saber dosar essa sinceridade, do contrário, ela se transforma em arrogância.

Mas espera aí! A sinceridade é dizer a verdade sempre que lhe for CONVENIENTE? Mesmo a verdade sendo, algumas vezes, INCONVENIENTE?

Sim, é isso mesmo. Pode soar paradoxal, contraditório ou sei lá, mas posso esclarecer tudo. A verdade, às vezes- nem sempre- é inconveniente, e essa verdade inconveniente, para não sair do campo da sinceridade, deve ser dita em momentos convenientes. Momentos adequados.

Sou sincero e peço que as pessoas sejam sinceras comigo também. Mesmo que seja desconfortante, cruel, mesmo que machuque. Prefiro sempre saber a verdade.

Me machuque, me rasgue, parta o meu coração, mas diga a verdade, por favor!

16.3.13

Nocaute

As frustrações e decepções constantes. O vazio da existência. A contínua falta de reciprocidade. A solidão, e a terrível conclusão que sempre tenho sobre a atual situação da minha vida.

Quando criei esse blog, prometi a mim mesmo que seria honesto e sincero nos textos que produziria aqui. E é com sinceridade, caro leitor, que sinto a grande necessidade de confessar que penso muito em suicídio. E tem sido assim desde os 15 anos de idade. Não estou sendo nada hiperbólico quando digo que, de 2008 até hoje, tenho pensado em me matar em vários momentos de praticamente todos os dias que se passaram. E continuo pensando.

Na verdade fico oscilando muito. Em uma hora estou feliz e satisfeito pensando: "Como eu posso pensar em suicídio? A vida oferece oportunidades tão maravilhosas. Há tanta coisa boa para acontecer ainda..." Aí então caio em profunda depressão e começo: "Não tem mais jeito. Tudo está péssimo, as coisas não vão mudar, por isso quero morrer."

Me lembro da primeira vez que pensei em suicídio. Estava no primeiro ano do ensino médio. Por algum motivo, eu tinha finalmente despertado da minha ingenuidade pós-infância, e a realidade havia me acertado como um soco no nariz. Cheguei em casa depois da aula, estava me sentindo péssimo. Fui direto para o banheiro e me tranquei lá. Sentia um vazio enorme dentro de mim, algo parecia estar preso na minha garganta. Um violento aperto no peito, como se algo me espremesse por dentro. Gritava em silêncio dentro da minha cabeça que estourava de dor. Olhava para minha frente e não enxergava mais futuro. Não enxergava esperança. Então por fim, explodi em um choro desesperado. Tentando me conter o máximo possível para não ser escutado do lado de fora do banheiro. Naquele momento, desejei a morte. Era a primeira vez que me sentia daquele jeito.

Como já havia dito, penso constantemente em suicídio, mas nunca cheguei a tentar me matar. São basicamente 3 coisas que me impedem. A primeira é o medo. Se fosse tentar, não sei como seria. Se sentiria dor, se sofreria muito.

A segunda é a minha família. Quando penso na reação dos meus pais e dos meus irmãos, caso descobrissem que eu teria cometido suicídio, bem, isso me paralisa.

E a terceira é essa curiosidade que tenho sobre o futuro. Fico pensando: "E se houvesse uma reviravolta? E se algo muito positivo acontecesse comigo? E se a minha vida mudasse assim, de uma hora pra outra? E se algo muito bom acontecesse e mudasse para sempre a minha vida?" Sim, por incrível que pareça, ainda tenho esperanças, e isso me mantém vivo.

Mas admito que às vezes, os pensamentos suicidas são mais fortes. Você leva tanto soco da vida, que chega um momento que você não sabe se vai aguentar mais um round. Quero dizer, e se as coisas não mudarem daqui alguns anos? E se tudo piorar?

Minha expectativa de vida não é das melhores. Não se trata de pedir água, e sim de ser nocauteado.