26.2.11

Cópia da cópia da cópia da cópia da cópia...

Vejo todos eles juntos. Todos iguais. Eles andam em bando. Por quê as pessoas precisam tanto uma das outras? Por quê não podem ficar sozinhas? Por quê precisam pertencer a grupos? A tribos? Partidos políticos? Times de futebol? Religiões? Muitas perguntas para poucas respostas.

Pra qualquer lugar que olho, escola, televisão, minha rua, qualquer rua, avenidas, todo lugar. As pessoas mudam o jeito de ser, de se comportar, de se vestir só para participarem de grupos, somente para serem aceitos. Você deve ser como eles, não como você mesmo. Se você não ser como você mesmo, não será aceito por grupo nenhum, e ficará sozinho. E isso pode ser ruim, mas pelo menos você não estará negando a sua personalidade própria.

As pessoas gostam das coisas que a maioria das outras pessoas gostam. Elas agem como a maioria das outras pessoas agem. Para se identificarem umas com as outras. Identificação falsa, forçada e proposital. Elas seguem a massa. Andam em bando, são todas cópias umas das outras.

Eu não me adapto à isso. Não consigo, não posso e muitas vezes, apenas não quero.

Eu sou de ninguém, não sigo ninguém, eu ando só. Não está muito bom assim, mas é assim que deve ser, pelo menos por enquanto.

A minha maldição é não conseguir ser como os outros. O meu orgulho também é não conseguir ser como os outros. O preço que tenho que pagar é a solidão.

A vida é o meu dilema.

Vida maldita e sem coração!

"Prefiro ser odiado pelo o que sou, do que ser amado pelo o que não sou."

                                                                                          -Kurt Cobain
                                                                                         

23.2.11

Déjà vu

Você acorda. O Sol bate em seus olhos. Sua mão cega e sonolenta tira o cobertor de cima de seu corpo. 2 e meia da tarde, seu dia começa à tarde. Seu café da manhã é o almoço. Você esfrega seus dedos nos seus olhos. Seus olhos ardem, sua boca está seca, seu cabelo despenteado. Tudo bem, hoje é domingo.

Comida sem gosto. É só pra matar a fome, nada mais. Você engole a comida, você engole o suco de laranja, engole saliva. Os olhos ardem, costas doem, sua mão cega e sonolenta derruba o copo de água. De água? De suco! Agora você precisa limpar o chão, você precisa sair mais, você precisa conhecer gente nova, você precisa de muita coisa. Sua mãe diz que você precisa arranjar uma namorada, seu pai diz que você precisa arranjar um emprego, você precisa pensar, você precisa dormir mais cedo, você precisa acordar mais cedo, você precisa mijar.

Você vai ao banheiro, você mija e erra o alvo. É difícil mijar e acertar o alvo quando se está sustentando uma ereção. A clássica ereção matinal. Matinal? São quase 3 da tarde de um domingo e você precisa comprar água sanitária. Pra quê? Pra lavar o banheiro, lembra? Você disse que ia lavar o banheiro ontem. Tudo bem você lava amanhã. Amanhã é segunda e você vai trabalhar. Seu pai diz que você precisa arranjar um emprego. Espera, sim, você tem um emprego. Então você tem que lavar o banheiro hoje.

Você olha pro espelho. Barba mal feita. Tudo bem, hoje é domingo. Hoje é domingo? 3 e 10 da tarde e o Sol bate em seus olhos. 3 e 15 da tarde, você entra na cozinha e escorrega no suco de laranja derramado. Suco? Não era água? Não, era suco! Esquece.

3 e 20 da tarde de um domingo e você precisa comprar água sanitária. Pra quê? Pra limpar o suco de laranja que você derramou, lembra? Digo, pra lavar o banheiro! 3 e 25 da tarde, você engole saliva e lembra que tem 20 reais em cima da geladeira. Os 20 reais foram o que sobraram da compra que você fez ontem. Não, você fez compra sábado. Hoje é domingo, ontem foi sábado. Ontem foi sábado?

3 e meia da tarde, suas costas doem, seus olhos ardem. 1 da tarde. O que? Eram 3 da tarde de um domingo e você precisa comprar suco de laranja. Pra quê? Pra lavar o banheiro, lembra? Não, espera...
Você já teve a sensação de estar passando por algo que você já passou? Esquece.

Suas costas doem, seus olhos ardem, sua boca seca, seu cabelo despenteado. Você entra na cozinha e escorrega na água sanitária derramada. Espera, não era água? Não, era água sanitária! Não não, era suco! Porra, você precisa lavar esse banheiro hoje e secar esse suco de laranja derramado. Tudo bem, hoje é sábado. Não, hoje é domingo, ontem foi sábado, né?

Você engole água sanitária e lembra que tem 20 reais em cima da geladeira. Por quê? Porque você precisa arranjar um emprego. Espera, sim, você tem um emprego. Então você tem que lavar o banheiro hoje. Pra quê? Pra comprar água sanitária! Sua mão cega e sonolenta tira o cobertor de cima do copo derramado.

Você precisa mijar. Você entra na cozinha, mija e erra o alvo. Agora o chão está molhado de suco de laranja e mijo. Não dá nem pra distinguir um do outro. Os dois se parecem tanto. 3 e 15 da tarde, comida sem gosto. Você engole comida, você engole o suco de laranja, você engole água sanitária, você engole mijo. O Sol bate em seus olhos e sua mão cega e sonolenta derruba o copo de mijo.

Você precisa fazer suco de laranja. Você faz o suco de laranja e erra o alvo. É difícil fazer suco e acertar o alvo quando se está sustentando uma ereção. É difícil comprar água sanitária quando se está sustentando uma ereção. É difícil arranjar um emprego quando se está sustentando uma ereção. É fácil arranjar uma namorada quando se está sustentando uma ereção. É difícil sustentar uma ereção quando se está derramando água sanitária pelo chão.

Você já teve a sensação de estar passando por algo que você já passou? Sabe, é difícil sustentar uma ereção quando se está mijando. A clássica ereção dominical. Dominical? Não é sexta hoje? Não, é segunda! É segunda?

20.2.11

Cala a boca e assiste!

Domingo passado fui ao cinema assistir "Bravura Indômita" dos irmãos Coen. Estou tentando assistir o máximo possível de filmes indicados ao Oscar deste ano. "Bravura Indômita" foi indicado a 10 categorias do Oscar, incluindo o Oscar de melhor ator pela segunda vez consecutiva para Jeff Bridges, que ganhou o ano passado.

Eu levo esse negócio de cinema um pouco a sério, sou viciado em filmes. Só não me considero cinéfilo porque não assisto filmes todos os dias. Mas se tem algo que eu gosto bastante nessa vida, é assistir filmes. Não sou como a maioria das pessoas que vê filmes só pra passar o tempo ou pra se divertir. Também não sou como os outros adolescentes que só gostam de filmes comerciais com excesso de cenas de morte, sangue e sexo. Não que eu não goste de sangue e mortes em filmes, mas é que eu me importo mais com a história que o filme tem pra contar. Assistir filmes pra mim é uma coisa meio sagrada. Quando assisto um filme, eu me disconecto totalmente desse mundo chato em que vivo e me conecto inteiramente ao filme. É a minha fuga. Minha válvula de escape. E para que essa conexão aconteça eu preciso de silêncio e concentração. Sim, eu consigo ser chato até na hora de ver um filme.

Na verdade eu sou bem fresco quando se trata de filme. Quando eu vou ver um filme em DVD aqui em casa, eu espero anoitecer, todo mundo dormir, para que só assim eu comece a ver o filme em paz. Sem interrupções, sem barulho, sem ninguém passar na minha frente. E eu também prefiro assistir filmes legendados. Pois a dublagem tira boa parte da veracidade das cenas, artificializa as atuações e às vezes apresentam erros de tradução. Também prefiro não comer nem beber nada durante um filme. Sim, eu não compro pipoca nem refrigerante quando vou ao cinema. Desumano, não? É que eu acho que o ato de se mover para chupar o canudinho do refrigerante ou pegar um pouco de pipoca e colocar na boca, te distrai por alguns segundos. E quando se assiste um filme, distração é uma coisa péssima. Mesmo se durar poucos segundos.

Assim, quando fui assistir "Bravura Indômita", peguei a sessão legendada para que nenhum adolescente babaca pudesse me perturbar. Sala de cinema vazia, um ótimo filme legendado e nenhuma pipoca, refrigerante ou gente babaca pra tirar a minha atenção.

Por falar em gente babaca, como bom chato que sou, gostaria de me prolongar mais ainda no texto e falar dessas criaturas que estragam toda a nossa experiência de assistir um bom filme. Eu os divido em 4.

O primeiro é um dos mais conhecidos, Os chatos do cinema. São aqueles clássicos sujeitos que só vão ao cinema pra ficar chamando atenção para os seus outros amiguinhos também idiotas. Eles ficam rindo, falando alto, gritando, falando no celular, te cutucando, chutando sua poltrona, jogando pipoca e se achando muito foda por isso. Depois que levam um chute nos dentes eles ainda se acham no direito de reclamar.

Há também os não muito frequentes mas igualmente irritantes, Os perguntadores do cinema. Aquele cara que fica te fazendo várias perguntas sobre o filme, durante a exibição do mesmo. "Será que ele morre no final?", "o que vai acontecer agora?", "você viu isso? Por quê ele fez aquilo?", "ele tá enganando o mocinho?", "o que tá acontecendo?" meu Deus! Cala a boca! Os filmes fazem isso mesmo, eles levantam dúvidas e mistérios para que você fique curioso, isso ajuda a instigar a curiosidade do espectador e prende-lo até o fim do filme. Os filmes sempre acabam revelando os mistérios e solucionando as dúvidas que eles mesmos deixam no decorrer da narrativa. É só uma questão de tempo. Então quando uma questão surgir na sua cabeça durante um filme, cale a boca, não diga nada. Apenas continue prestando atenção no filme e tudo será resolvido. Mas se mesmo assim o filme não responder as suas perguntas e deixar dúvidas no ar logo após o seu término, será por causa de um desses 3 motivos abaixo:

Motivo 1: O filme talvez tenha uma sequência, espere o nº 2 chegar ao cinema e assista. A resposta da sua dúvida deve estar lá.

Motivo 2: Você é burro(a) o filme resolveu sim todos os mistérios e você não prestou atenção.
Morte aos Spoilers!

Motivo 3: O filme é mesmo uma merda.

Há também um dos mais odiados, O Spoiler. Pra quem não sabe , spoiler é o cara que conta informações importantes sobre o filme que você ainda não viu, ou está vendo. É o cara que estraga tudo e conta o final do filme. Pra mim, o cara que conta final de filme merece levar um tiro na pupila. Merece ser jogado de um prédio e cair de olho num prego enferrujado. Sério.

E o último mas não menos chato, Os que não prestam atenção e dizem que não entenderam ou que o filme é chato. Como você pode julgar algo que não entendeu? A melhor técnica para se entender algo é prestando atenção, concorda?(ou sem corda?). Minha mãe é assim, o filme tá passando na TV e ela tá conversando com alguém, olhando pros lados, olhando pro teto, olhando pras unhas. Daí o filme acaba e os créditos finais começam, e ela olha pra TV e diz:

- Ué, já acabou? Que filme chato, não entendi nada...

Puta merda! É claro que não entendeu nada, não viu nada do filme! A melhor maneira de entender um filme é prestando atenção nele. E lembre-se, prestar atenção não é ficar olhando pra tela feito um zumbi, e sim ligar os seus olhos, ouvidos e mente a tudo que está acontecendo no filme. Simples assim.

17.2.11

A idade da razão

Quando somos crianças vivemos no nosso próprio mundo particular. Não sabemos o que são problemas ou preocupações. As crianças por serem inocentes e não terem muita noção das coisas vivem numa espécie de ilusão, um mundo perfeito. Você já viu uma criança deprimida? Uma criança rabugenta reclamando da vida? As crianças não são assim. Elas estão sempre felizes, eufóricas e hiperativas. E todas elas são assim até enfim atingirem o que eu chamo de "idade da razão" onde elas amadurecem mentalmente e deixam definitivamente de serem crianças.

A "idade da razão" costuma vir um pouco antes da puberdade, ás vezes um pouco depois e em alguns casos bem depois. É claro que há casos que as pessoas demoram muito mais para passarem pela idade da razão, essas pessoas que beiram os 20 anos mas que ainda estão com a cabeça de criança de 5. Quando atingimos a idade da razão, paramos de nos comportar como crianças, perdemos a nossa inocência, ingenuidade, começamos a pensar com a própria cabeça, tirar as próprias conclusões e termos nossas próprias opiniões sobre as coisas. Começamos a entender melhor o mundo, e com isso, começamos a ve-lo de uma forma diferente e consequentemente o nosso mundo perfeito de ilusões acaba pra sempre. Conseguimos então enxergar a verdadeira cara feia do mundo. Percebemos que nem tudo é belo e feliz e é daí que começamos a ficar deprimidos e rabugentos.

É quando passamos pela idade da razão também que começamos a ter aquelas lembranças nostálgicas da infância. E queremos voltar a ser criança de novo. Nos perguntamos se foi realmente bom ter desenvolvido as nossas mentes para enxergarmos o mundo com olhos mais abertos. Se seria melhor continuar vivendo como uma criança feliz, com a visão de mundo limitada pelo resto da vida. Eu ainda não sei o que é pior: Viver feliz na mentira ou deprimido na verdade. O que você acha?

13.2.11

O ministério da saúde adverte

Esse vai ser um post rápido, só pra dizer umas coisinhas:

Nas 2 últimas semanas o Blog Chato recebeu um número recorde de comentários desde seu início.
A maioria foram comentários positivos, elogios e tal. (porra...) Muito obrigado a quem elogiou o meu blog por mais que ele seja chato. E muito obrigado também quem elogiou os meus textos, mesmo todos eles sendo uma porcaria. Muito obrigado também a sinceridade de quem fez comentários negativos.

Elogios, críticas, trollagens, gente querendo me conhecer...

GENTE QUERENDO ME CONHECER!!!!

Teve uma menina, que disse que queria me conhecer pessoalmente.
Fico agradecido por quererem conhecer um chato como eu. Desculpe mas você que quer me conhecer se decepcionaria comigo. Eu sou muito chato. É sério. Como já disse em alguns posts atrás, eu não sei ser simpático com quem não conheço (ás vezes nem mesmo com quem conheço).

Só pra deixar claro.

Mas obrigado de qualquer forma.

O ministério da saúde adverte:
Me conhecer pode causar chateação, tédio e decepção.

Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado.

11.2.11

Escola - Texto 2

Talvez o texto esteja muito grande, e eu sei que a maioria dos usuários de internet são preguiçosos. Mas eu te peço para ler esse texto com atenção e pensar no que eu quis (ou pelo menos tentei) dizer. 
 
"Todas as crianças são artistas, o difícil é continuar sendo artista enquanto crescem."

                                                                                                - Pablo Picasso

Pra quê serve a escola? 
Por odiar a escola eu sempre me perguntei isso. Pra quê serve a escola? Por quê devemos ir a escola? É na escola que aprendemos ler e escrever, o que é uma coisa bem importante. Ou seja, sem a escola eu nunca teria começado esse blog (então seria melhor não ter ido a escola, não é?), ou sem a escola você não conseguiria ler os meus textos nesse blog também (como se os meus textos fossem importantes pra caramba). É na escola também que nos ensinam a somar, subtrair, multiplicar e dividir números. Sem a escola não aprenderíamos matemática. Nunca saberíamos quanto é 2+2, 3+3, 3x7 ou 2-1. Será? Será que sem a escola nós nunca aprenderíamos a escrever, ler e fazer contas? Eu sinceramente acho que não é verdade. Acho que todos podem aprender muita coisa de valor sem a escola. Já ouviu falar no homem que aprendeu a ler e escrever só escutando o rádio? É verdade.


Eu por exemplo, estudo inglês em casa por conta própria desde os 11 anos de idade. E hoje eu tenho experiência na língua inglesa o sulficiente para os meus amigos sempre recorrerem a minha ajuda quando querem traduzir algo. O sulficiente também para terminar todos os exercícios da lousa da escola antes mesmo da professora terminar de explicá-los. Eu até já corrigi vários professores de inglês que estavam me ensinando pronúncias erradas de algumas palavras. Não estou me gabando, estou dizendo a verdade. Tudo que eu sei do inglês hoje, 95% eu aprendi sozinho. Não precisei de professor nenhum pra isso. O que eu precisei foi de interesse. A primeira coisa que se deve ter para aprender algo é interesse, é querer realmente aprender. Se você quer realmente aprender algo, você aprende sem reclamar e sem se cansar. Você sente prazer em aprender uma coisa que se quer aprender. Eu sempre gostei de inglês, sempre quis aprender, e eu aprendi.


Tudo fica mais difícil quando te forçam a aprender algo que você não quer aprender. E é isso o que mais fazem com você na escola. Eles não querem saber se você quer ou não aprender trigonometria, aritimética, "catetos e hipotenusas". Eles simplesmente abrem a nossa cabeça e despejam tudo lá dentro. E fazem isso igualmente com todos os alunos! Somos como macinhas de modelar sendo moldados na mesma forma.


E além disso, a escola ensina língua portuguesa e matemática com uma intensidade e importância maior que as outras matérias. Português e matemática são prioridades pra todos. Por quê? Por quê aulas de música, teatro, dança, pintura, canto não são ensinados na escola com a mesma importância que português e matemática? A escola quer formar professores acadêmicos. Mas nem todo mundo quer ser professor, estou certo? E se a criança nasce com um talento artístico? Um talento artístico que precisará ser desenvolvido com o tempo? Já pensou em Leonardo da Vinci, Beethoven, Mozart, Van Gogh, Picasso ou em Shakespeare? Eles também já foram crianças. E se a criança tiver talento e querer ser artista ao invés de um professor acadêmico?


Tem uma história sobre uma criança, que estava numa sala de aula desenhando num papel. A professora perguntou o que ela estava desenhando, e a menina respondeu que estava desenhando um retrato de Deus. A professora então disse que ninguém jamais tinha visto Deus, e que ninguém sabe como ele é. E a menina disse: 
-Vão saber daqui a pouco.


As crianças são criativas. Elas chutam respostas com tranquilidade e criatividade. As crianças não tem medo de errar. Elas se arriscam. E para termos ideias criativas, inovadoras, até mesmo geniais e de valor, temos que arriscar sem medo de errar. E o que ouvimos muito na escola? "Não vá mal nesta prova, ou você não vai passar de ano", "não cometa erros", "não erre isso", "não erre aquilo", "se errar aqui você será reprovado e nunca será alguém na vida". Conselhos bem intencionados, porém fatalmente errados. A escola mata a nossa criatividade. A escola nos instrui a nunca cometer erros, e nos convence de que quando errarmos uma vez erraremos pelo resto das nossas vidas. E isso não é verdade! 


A escola não é o fim de tudo. Não é na escola ou na faculdade que definiremos de uma vez por todas nossas vidas profissionais e financeiras. Muita coisa acontece depois de nos formarmos. Já vi gente que nunca precisou ir a escola ou fazer faculdade e hoje tem uma vida financeira bem sucedida só por causa do talento. Já vi cara também que nunca foi bom aluno e mesmo assim fez faculdade e hoje já está quase milionário. Detalhe: Esse sujeito nem sequer trabalha na área em que se formou na faculdade.


O ponto é: Escola e faculdade não são tão importantes quanto dizem. As pessoas levam o assunto "escola" a sério demais, não estou dizendo que não seja sério, mas não é tão sério quanto dizem. Não estou dizendo também para você largar os estudos. Não por favor. Como já dito no post anterior, a escola é importante até certo ponto. O problema é que a escola ensina mais coisas inúteis do que coisas úteis, além de fazer nós acreditarmos que se fracassarmos hoje, fracassaremos amanhã e a vida toda.


O sucesso que procuramos para as nossas vidas não depende exatamente dos nossos estudos, e sim do nosso interesse e possível talento.

"Nós não precisamos de educação
Nós não precisamos de controle mental
Nem humor negro na sala de aula
Professores deixem as crianças em paz
Ei! Professores, deixem as crianças em paz
No final, é apenas mais um tijolo na parede
No final, você é apenas só mais um tijolo na parede"


               - Refrão traduzido da música "Another Brick In the Wall" do Pink Floyd

7.2.11

Escola - Texto 1

Bom, as férias acabaram. E junto com as férias a minha paz. O que não acaba é o meu tédio. Eu saí do meu tédio de casa para o tédio da escola. A única coisa que me anima, é que esse é o meu último ano na escola (se eu não tivesse repetido um ano já teria acabado) meu último ano e estarei livre! Mal posso esperar. No dia em que eu terminar esse meu último ano de escola, será o dia mais feliz da minha vida.

Eu odeio a escola, sempre odiei. Não gosto do fato de te obrigarem a ir para um lugar que você não quer ir, para aprender coisas que você não quer aprender. Sei que é importante e tal. Mas é importante até certo ponto. (explicarei melhor o "porque de importante até certo ponto" no próximo post). Poucas coisas interessantes são ensinadas na escola, a maioria é coisa chata e inútil. A educação física é o maior exemplo disso. Há um certo tempo atrás, eu fingia que estava passando mal ou estava doente só para não participar da aula de educação física. Por quê? Porque educação física é a matéria escolar mais inútil de todas. Eu prefiro encarar uma prova de matemática do que ir jogar futebol, basquete, vôlei ou queimada. É sério! Se você quer fazer exercícios físicos vá para a academia, ou se exercite em casa mesmo. A escola é um lugar chato onde se aprende coisas chatas que serão úteis para o nosso futuro, não é lugar pra jogar bola. A escola perde muito tempo nos ensinando coisas desnecessárias. Hoje eu não fico mais inventando desculpas para não participar de aulas de educação física, eu simplesmente digo: "Eu não vou jogar!"

Nos meus 5 ou 6 anos escolares eu era o "aluno perfeito". Quieto, comportado e pontual nas entregas de todas as lições e trabalhos. Um aluno exemplar, sempre alvo de elogios, sempre tirando boas notas o melhor aluno da sala. Com esse meu comportamento, até parecia que eu adorava ir à escola, adorava estudar. É... só parecia. Eu fingia que gostava da escola para os professores, mas no fundo eu queria explodir aquele lugar. Com o passar dos anos, fui ficando mais relaxado, mais preguiçoso. Meu ódio e desprezo pela escola começaram a ficar mais explícitos. Os professores começaram a chamar mais a minha atenção e me darem broncas por eu não entregar mais os trabalhos e lições. Já assinei até o livro negro por ter recusado fazer um trabalho de português. Perdi o meu posto de aluno exemplar, mas não totalmente. Eu ainda era quieto. Eu sempre fui o aluno mais quieto de todas as salas de aulas em que eu já estudei, isso eu tenho certeza.

Em todo o período do ensino fundamental eu era o clássico nerd fracassado, sempre alvo das zoações e brincadeirinhas de mal gosto. As pessoas não falavam comigo porque me julgavam perdedor. Agora no ensino médio eu passei de nerd fracassado para anti-social psicótico. Sinceramente, eu acho que o boné foi um importante objeto para essa transformação. A partir do ensino médio eu comecei a usar boné na escola. E o boné tira todo o ar de nerd e te deixa com a aparência de um Bad Boy. Agora eu sou o sujeito com cara de mal, que ninguém tem coragem de zoar ou conversar, porque tem medo de levar uma canetada no olho. Ou talvez ninguém converse comigo por eu ser estranho, "nunca converse com estranhos" lembra desse conselho que a mamãe dava? Desde que eu comecei a usar boné, as pessoas da escola pararam de me olhar com desprezo como se eu fosse um fracassado, para me olhar com desconfiança como se eu fosse um assassino. E de certa forma, eu até gosto que as pessoas pensem que eu sou um psicopata. Pelo menos eles não mexem mais comigo.

Falando em psicopata, acho que a escola pode ser comparada com uma prisão. A escola é uma prisão, as salas de aula são celas, os estudantes são presidiários, os professores e inspetores escolares são os guardas. Nós os presidiários (alunos), somos obrigados a ir todos os dias para essas prisões (escolas), enfrentar longas e intensas sessões de tortura psicológica (aulas).