30.4.13

Veja antes de morrer #4 - Dead Man's Shoes

Título original: Dead Man's Shoes
Título nacional: "Vingança Redentora"
Ano: 2004
Gênero: Suspense psicológico/Drama
Direção: Shane Meadows
Roteiro: Shane Meadows, Paul Fraser e Paddy Considine
Elenco: Paddy Considine, Toby Kebbell, Gary Stretch, Stuart Wolfenden...
País: Inglaterra

Sinopse: Dois irmãos regressam à sua terra natal aqual deixaram anos antes. Apesar da intimidade que os une, são muito diferentes: Richard (Paddy Considine) é forte e decidido, Anthony (Toby Kebbell) mais novo, é hesitante. Acampados na encosta da cidade, tendo-a como vista, relembram seu passado. Mas Richard não veio para recordar. Ele está de volta por vingança. Ele sabe o que quer e sabe onde encontrar. A cidade que ele deixou oito anos antes, ainda é liderada pela mesma pequena gangue de traficantes e criminosos. A ameaça da sua presença é suficiente para induzir a suspeita. Por que ele voltou? O que ele quer? Quem é ele afinal? Um a um, ele segue-lhes o rastro, provocando pânico, voltando-os uns contra os outros. Enquanto o grupo se separa, aprendemos a terrível verdade sobre a punição e como um amor de irmão inspira um violento castigo.

"Se eu fosse você, juntaria tudo que tiver para vir atrás de mim. Por que eu vou atrás de você, vou pegar todos vocês!"


Filmes com a temática de vingança sempre atraíram minha atenção. Foi pesquisando sobre esses tipos de filme que descobri "Dead Man's Shoes". Outro tipo de filme muito atraente pra mim, são filmes indie. "Dead Man's Shoes" apresenta um roteiro simples, locações nada complexas, câmera trêmula, recursos aparentemente mínimos e foi filmado em apenas 3 semanas. Características básicas de um filme indie. Mesmo assim não me arrisco dizer que se trata de um, mas, com certeza, não é daqueles filmes enormes de orçamento milionário. Enfim, o tema vingança e o ar de filme indie foram os suficientes para me interessar pelo filme. Não se engane, só por ser um filme de vingança, não se trata de um daqueles bang bangs urbanos. O filme economiza munição e segue seu estilo próprio de vingança, mais silenciosa, eficiente e psicológica.
 "Dead Man's Shoes" já começa bem, com a sequência de abertura ao som da bela canção "Vessel in vain" de Smog, artista ainda pouco conhecido. Aliás uma das coisas a serem bem elogiadas nesse filme é a sua banda sonora. Ótimas canções que tocam ao longo do filme preenchem bem os momentos de calmaria estória.



 Outro ponto que merece destaque é a maneira que o enredo é apresentado ao espectador. Aos poucos, através de flashbacks, vamos conhecendo as motivações que levaram Richard (Paddy Considine) a aterrorizar a vida de suas vítimas, e até que nível de gravidade foram os erros dos antagonistas para merecerem suas respectivas punições.


 Uma das coisas que você mais pode sentir assistindo  "Dead Man's Shoes", é tensão. A cena em que Richard fica cara a cara com um dos seus inimigos e deixa bem claro que não tem medo dele, por exemplo, é uma das cenas mais poderosas e tensas do filme inteiro. O suspense psicológico apresentado no filme é também muito bem conduzido pelo seu protagonista explosivo, imprevisível e calculista. Isso se deve também a competente atuação de Paddy Considine (que é também sósia de Rafinha Bastos) e a de Kebbell como seu irmão deficiente. O excelente filme começa de forma lenta e até cômica pela desorientação dos alvos. Mas logo se desenvolve para uma trama mais sombria e forte, dando resultado a uma pequena reviravolta no final, e uma conclusão inesperada com um significado talvez subjetivo demais para qualquer um aceitar. "Dead Man's Shoes" definitivamente não é um filme ordinário sobre o tema vingança, quando se pensa que vai seguir uma linha, o filme toma outra. Algo que se pode atribuir também a tridimensionalidade de seu personagem central Richard, que é um justiceiro que também comete erros. Às vezes a vingança não está em punir o outro, e sim a si mesmo. O filme de Shane Meadows mostra isso com muita competência.

5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Simples
Eficiente
Tenso 
Forte 
Comovente





Trailer do filme:


24.4.13

Dinheiro traz felicidade?

...Então, não! Pelo menos foi a conclusão que cheguei depois de muito refletir sobre o assunto. Muitos podem dizer que não posso chegar a conclusão nenhuma pois não sou milionário. Eu digo que não preciso ser milionário para chegar a tal conclusão. A conclusão de que, realmente, dinheiro não traz felicidade. Bom, pelo menos não a felicidade que todos sonham ter. Aquela felicidade duradoura, plena, aquela satisfação de viver. Pra falar a verdade, o dinheiro traz sim um tipo de felicidade.

Primeiro partimos do princípio de que o dinheiro só pode nos trazer coisas materiais, concorda? Coisas materiais nos trazem felicidade, só que aquela famosa felicidade de curto prazo, ou como eu gosto de chamar: "felicidade de plástico descartável".  Sabe quando você compra um celular novo, uma TV, um vídeo game, talvez até roupas, daí você fica feliz? Essa felicidade dura um tempo, um dia, uma semana, aí você se acostuma com aquela sua nova aquisição e sua vida volta a ser uma merda. É a felicidade de plástico descartável. Aquela que você usa um pouco e é descartada logo depois. Dinheiro nos traz felicidade de curto prazo, não a felicidade que te dá sentido na vida, que te dá paz de espirito.

Estou dizendo tudo isso porque me revolta quando vejo alguém dizendo que pessoas ricas e famosas não tem o direito de se sentirem infelizes, sentirem tristes. Tristeza é um sentimento muito comum e pode atingir qualquer um, e ao meu ver, você tem que ser muito fútil e vazio para se sentir completo, para se sentir realizado com suas roupas de marca, seu carro, seu Iphone. A verdadeira felicidade, a felicidade de longo prazo, não pode ser comprada. Pois a felicidade não se encontra em prateleiras e nem possui etiquetas de preço.

17.4.13

Dor de velho

Esse vai ser um post rápido. Por falta de criatividade vou simplesmente colocar em texto o que mais anda incomodando minha cabeça ultimamente. E o que mais está incomodando minha cabeça, está nas minhas costas.

Sou um velho com corpo de 20 anos. Ou talvez seja um cara de 20 anos com corpo de velho? Não sei, só sei que dói! Sabe que quase sempre tive essa dor nas costas. Ela não era constante, doía às vezes sim e às vezes não. Agora faz uns três dias que estou com essa dor chata nas costas. Uma dor quase incessante. Não é bem nas costas, é mais pra baixo, na lombar, no quadril, sei lá. Faz uns dias que perdi a capacidade de me inclinar para pegar algo no chão, por exemplo. Não consigo me inclinar para lavar o meu rosto na pia do banheiro, não consigo me inclinar para amarrar o meu tênis, não consigo me inclinar, porque dói. É como se a base da minha coluna não conseguisse suportar mais o peso do meu próprio torso, e reclamasse de dor. Não sei o que é, só sei que quero minha lombar de criança de volta.

6.4.13

Sobre brigas

Pelo que me lembro, nunca me meti numa briga. Nunca saí na porrada com alguém, sabe? Não que ninguém nunca quisera me bater. Quando se é uma criança diferente, as brigas sempre surgem. Os valentões sempre surgem. Já me ameaçaram, intimidaram, ofenderam. Já me empurraram, me derrubaram. Já fui perseguido, humilhado, já levei tapa na cabeça. Nunca reagi. Por quê? Porque sempre pensei que se reagisse, levaria a pior. Sempre pensei que sairia com algo quebrado. Braço, nariz, dentes. Já pensou? Não posso ter meus dentes quebrados! Uso eles para mastigar.

Inspirado por filmes do Bruce Lee, já fiz aulas de karatê quando criança. Fiz por alguns dias e então desisti por pura preguiça. Mais tarde fui para o Kung Fu no qual fiquei quase um ano e depois saí. Fiz Taekwodo também, nesse durei só 4 meses. Hoje ainda não sou nenhum mestre porradeiro das artes marciais. Desisti. Não tenho vocação pra isso. Sou melhor nos vídeo games.

Tudo bem, os valentões também pararam. Alguns porque amadureceram e deixaram de ser babacas. Outros, porque acham que eu virei psicopata e continuam babacas. Mas da próxima vez que mexerem comigo, vou chegar na cara deles e dizer:
-"Aposto que te derroto no vídeo game! Quer jogar?"

Ameaçador, não?

1.4.13

Veja antes de morrer #3 - Shaun of The Dead

Título original: Shaun of The Dead
Título nacional: "Todo Mundo Quase Morto"
Ano: 2004
Gênero: Comédia
Direção: Edgar Wright
Roteiro: Edgar Wright e Simon Pegg
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Kate Ashfield, Lucy Davis, Dylan Moran, Bill Nighy.
País: Inglaterra.

Sinopse: Shaun (Simon Pegg) é um derrotado sem vontade própria, perdido na monotonia do seu trabalho. Ele divide uma casa com o seu melhor amigo, o imprestável Ed (Nick Frost) que sempre acaba empacando a sua vida. Sua namorada Liz (Kate Ashfield) está cansada da rotina dos dois, e dá uma última chance para Shaun se redimir. Com problemas no namoro e em casa, Shaun encontra em uma súbita infestação de mortos-vivos, uma oportunidade de dar um jeito na sua vida, recuperar sua namorada e provar para todos que pode ser um herói.


"Ninguém usa a palavra com 'Z'!!"

Não me lembro de ter visto outro filme de comédia com zumbis que eu tenha gostado tanto. Talvez porque não tenha. Shaun of The Dead é uma das melhores comédias que vi, assim como um dos melhores filmes de zumbis que já vi também. E é um filme britânico. O humor britânico é o melhor.
Quem protagoniza (e assina o roteiro juntamente com o diretor) é o comediante e ator (e ótimo) Simon Pegg. Simon é Shaun, um cara normal, com um emprego normal, com problemas normais, que, de repente se vê no meio de um apocalipse zumbi, que não é nada normal. O filme brinca muito com isso, de "mundanizar" o universo dos zumbis. Trazendo-os para uma realidade mais próxima da nossa. Em Shaun of The Dead, não há grandes cidades americanas para serem infestadas por hordas de mortos-vivos, somente um pequeno subúrbio na Inglaterra. Armas de fogo? Beeeem poucas. No filme o que se usa como armas são apenas pás, tacos de criquet, guarda chuvas, discos LP e etc. Os mocinhos não são policiais nem possuem o menor treinamento militar, são pessoas normais como eu e você (mais como você do que eu) pessoas que saem para beber, pagam aluguel, assistem a TV, jogam vídeo games, vão para os seus trabalhos chatos, nada de especial. 
Shaun não é só um cara comum, ele também é um clássico "loser". Um derrotado. Shaun se encontra numa crise no seu namoro com Liz (Kate Ashfield), que quer uma mudança na rotina dos dois, sair para lugares diferentes, fazer coisas diferentes, só os dois. Mas todas as oportunidades que Shaun consegue ele fracassa, e acaba decepcionando sua amada. E sempre a leva para o mesmo velho bar, com os mesmos velhos amigos. No trabalho Shaun não é respeitado pelos seus colegas, em casa vive com seu melhor amigo Ed (Nick Frost), igualmente "loser" além de um preguiçoso imprestável, que vive no sofá jogando vídeo game e atrasando a vida de Shaun. Tudo piora quando os mortos começam a voltar a vida e matar os vivos.
Claro que não falei muita coisa aqui para não estragar sua experiência.
Shaun of The Dead é um filme hilário, com um humor esperto e a violência necessária de filmes de zumbis, é claro. Na parte do humor, não há excessos nem apelações. As piadas são espertas e inteligentes. Há um pouco de humor negro também.
O carisma e Timing cômico de Simon Pegg são ótimos. A direção é excelente e o roteiro é genial, cheio de referências, sutilezas, interligações e situações irreverentes. E só para esclarecer, o filme não é nenhuma paródia dos filmes de zumbis, é uma comédia com zumbis e uma pitadinha de romance. Com certeza Shaun of The Dead é um filme que garante risos e diversão. Você não vai se arrepender.



5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Hilário
Esperto
Divertido
Único
Contagiante





Trailer do filme: