26.6.11

D.D.I. (Discagem Direta Interestelar)

Olá, podem me chamar de Andy. Não me chamo Andy mas podem me chamar assim mesmo. Como podem ver, eu sou um alien! Ou seja, sou completamente diferente de vocês terráqueos.

Nós aliens não somos como vocês pensam. Nós aliens somos altos, magros e feios. Somos bípedes como vocês, mas andamos curvados. Usamos roupas como vocês, mas não nos preocupamos com marcas. Afinal de contas, nós aliens nos vestimos com roupas, não marcas. Usamos calças jeans velhas e camisetas viradas do avesso intencionalmente.

Nós aliens também passamos pela adolescência, só que os nossos adolescentes não são como os seus adolescentes. A meta de vida dos adolescentes aliens, não é acasalar com uma fêmea em uma reunião barulhenta que vocês chamam de "festas" ou "baladas". Nós aliens nos importamos com coisas maiores. E ao contrário de vocês terráqueos, os aliens se sentem melhor sozinhos. Somos seres solitários.

Aliens gostam de ler, escrever, desenhar e ouvir Rock 'n' Roll. Não torcemos pra time de futebol nenhum, não temos partidos políticos nem religião. Não gostamos de esportes, nem de novelas, nem de carnaval e muito menos de puxar saco de celebridades. Sabe, nós aliens odiamos a escola. Estranho, não?

Nós aliens somos seres quietos, apáticos e preguiçosos. Não demonstramos muito os nossos sentimentos, mas nós temos sentimentos como vocês. De primeira vista, parecemos criaturas antipáticas e arrogantes. Mas não somos antipáticos e arrogantes. Nós nos importamos mais do que aparentamos nos importar. Odiamos mais do que amamos, mas não somos ruins. Temos coração, sofremos, vivemos amores platônicos, tropeçamos, caímos, erramos, sangramos, choramos, pensamos e escrevemos em blogs que ninguém lê.

Nós aliens temos muita dificuldade em nos comunicar com vocês terráqueos. Mas pretendemos estabelecer contato em breve. Sou Andy, um alien. E eu vim em paz.

                                     "A normalidade é um conceito de maioria"
                                                                            
                                                                                    - Richard Matheson

20.6.11

O grande longo agora

Estou sentado esperando ele chegar
Estou andando esperando ele chegar
Estou de pé, encostado na parede
Estou aqui nessa sala de espera
Nessa sala de espera, onde não estou sozinho
Mas fico sozinho do mesmo jeito.

Estou me preparando para embelezar o feio
Para normalizar o anormal
Para perdoar o imperdoável
Para parar de morrer e começar a viver
Me preparando para matar o velho em mim, e dar vida ao novo.
Para me renovar.

Nessa sala de espera eu sou um fantasma
Por livre e espontânea vontade
Por falta de coragem
Por excesso de covardia
Ou somente por evitar distúrbios.
Nessa sala de espera eu sou um fantasma nada camarada.

Subida interminável, espera incessante.
Daltônico, não vejo mais cores
Dizendo uma frase que não se acabou
Cego, finalmente enxergo o nada.
Dizendo "frase", esperando a minha vez.
Minha vez de encontrá-lo e então, encontrar companhia.

Esperando nessa sala de espera suja e podre
Onde ninguém se respeita
Onde eu tenho cheiro de inveja
Onde ainda torturam a minha mente
Onde palavras importantes são desperdiçadas
Onde o descaso reina, eu me sento e espero.

Fico aqui, mastigando cinzas de cigarro.
Fico ali, esperando o tempo morrer.
Fico naquele lugar, vendo tudo passar
Fico ancioso por ele chegar.
Minha salvação incerta, esperança coberta de pessimismo.
Demolindo as estruturas do meu comportamento de concreto.

Andando sem rumo, só pra me perder.
Sentado e curvado, só pra minha coluna entortar.
Em pé sem apoio, só pra me cansar.
Autodestruição, minha brincadeira preferida.
Autoconfiança, talvez esteja escondida.
Autoestima, sobe quando ela fala comigo.

Fico aqui nessa sala de espera, esperando sem certeza.
Por quê eu tenho certeza?
Prefiro passar por isso numa letargia tranquila
Estou me deteriorando esperando na fila.


                                                    -Inspirado na música "Big Long Now" do Nirvana

12.6.11

Feliz dia sem namorada

O lado bom de não ter namorada
É não precisar gastar dinheiro com nada,
Sem presentinho clichê, cartinha de amor manjada,
Ir e vir sem dar explicação forçada.
E nas meninas que passam dar uma olhada.

O lado bom de não ter namorada também,
É não precisar conhecer os pais dela.
Não ter que aguentar sua mãe tagarela,
O ciúme que o pai tem pela sua princesinha cinderela,
E a cachorrinha de estimação que morde minha canela.

Arranjar namorada é uma coisa complicada.
Das meninas sou sempre o motivo de piada.
Por pena dão risada, não tem como dar cantada.
Pessoas que passam o dia dos namorados sem alguém, ficam chateadas.
Não deviam estar preocupadas, já são 18 anos que passo sem namorada.
(E não digo nada).

Ah, se eu não ficasse tão nervoso perto de meninas bonitas,
Fico imaginando como isso seria.
Um namoro meu pouco duraria.
A menina comigo logo terminaria.
Tudo bem eu entendo, se eu pudesse até eu me dispensaria.

Não preciso fingir, e não finjo.
Esse negócio de namoro não é um problema.
E por falta de inspiração,
Vou logo encerrando esse poema.

Feliz dia sem namorada pra mim.

5.6.11

Lembrete Chato

Às vezes sinto que vocês, poucos leitores do Blog Chato, estão tendo uma má impressão sobre mim. Só pelo fato de quase nunca demonstrar importância às sugestões, elogios e críticas que vocês fazem nos "comentários".

Fiquem sabendo que sou chato, mas jamais um metido. Eu leio todos os comentários com atenção, aliás eu tenho que ler de qualquer maneira, pois eles são moderados e pulblicados por mim. E eu não leio os comentários só por obrigação, eu me importo com o que vocês acham. Posso não demonstrar essa importância, mas eu me importo. Então fiquem à vontade para elogiar, criticar, xingar, corrigir, dar sugestões de textos;  que eu farei o que puder para essas mesmas sugestões serem atendidas.

Outra coisa. Vi alguns poucos comentários de pessoas que se identificam e concordam com as coisas que eu penso/escrevo. Pessoas que aparentam ter dificuldades parecidas com as minhas. Pessoas que queriam conversar comigo. Peço para essas pessoas que não fiquem só nos comentários anônimos. Seria bom conhecê-los e conversar com vocês, seria bom conversar com todo mundo que lê o meu blog. Então caso vocês queiram, podem me mandar um e-mail com o seu MSN no andy.oliveira182@gmail.com .

É isso. Muito obrigado por você desperdiçar seu tempo lendo meus textos.

Sou inocente

Já que não posto faz tempo aqui no blog e que não tenho algo novo para postar, decidi publicar uma redação minha que fiz para a aula de Língua Portuguesa. A proposta era fazer uma redação argumentativa sobre um dos temas a seguir: Violência, aborto, sexo, leitura, política, pena de morte ou imprensa. Escolhi política.

Eu não acredito na política partidária brasileira. Já tenho idade o sulficiente para votar em eleições, mas sinceramente, se dependesse de mim, eu morreria de velhice sem nunca ver uma urna eletrônica de perto. Mas o Brasil é um país tão democrático que se eu resolver, democraticamente, não votar em eleições, tenho que pagar uma multa. Por isso quando for votar, não votarei em ninguém. Votarei nulo sempre que me derem uma oportunidade. Por quê? Porque eu não acredito na política partidária brasileira.

Grande parte dos nossos representantes em Brasília já demonstraram  diversas vezes que estão mais preocupados em encher o próprio bolso de dinheiro público e serem vistos como "herois do povo", do que com o estado desse mesmo povo. Muitos políticos, de muitos partidos diferentes. Diferentes? Todos parecem ser iguais! Basta chegar época de eleições para começar o show de promessas. "Eu prometo isso, eu prometo aquilo, vote em mim, minha gravata é bonita, vote em mim, sou contra a pedofilia, vote em mim, vote em mim, sou contra a homofobia, vote em mim".Falsas promessas e argumentos ridículos para ganhar voto do povo. E o pior é que o povo vota.

 As promessas são sempre as mesmas, os argumentos são sempre os mesmos, a intenção é sempre a mesma. E se eles querem ajudar mesmo o povo, por quê há eleições? Se querem alguma diferença no país, por quê não se juntam todos e compartilham os seus projetos entre si para o bem do povo? Gandhi e Martin Luther King não foram eleitos pelo povo, eles foram lá e fizeram a diferença. Che Guevara fez sua própria revolução.
  Já reparou que candidatos perdedores engavetam seus projetos para futuras eleições ao invés de passá-los para o candidato eleito? Por quê? Eles se preocupam com o bem estar do povo ou em serem eleitos? Pelo o que parece, eles não se preocupam com o povo que os elegem, mas só com eles mesmos. Então se é para escolher entre o sujo e o mal-lavado, eu prefiro não escolher.

Aí você diz "votando nulo você não está fazendo diferença nenhuma". É, eu sei. Eu não faço a diferença. Quem faz a diferença é a maioria, mas enquanto a maioria concordar em gastar o seu próprio dinheiro em fantasias, carros alegóricos, purpurina e obras de estádio de futebol que nunca começam, não haverá diferença nunca. E na hora de fazer o que o brasileiro mais faz, que é reclamar, somente eu terei esse direito. Pois sou inocente. A culpa não é minha. Eu não votei em ninguém. Você votou. Votou errado pra variar. Agora aguenta.