31.12.11

Problema

Viver se resume a, basicamente, resolver problemas. Enquanto se vive, se está resolvendo problemas. Precisamos de problemas para viver. Se você não tem problemas, não tem vida.

Podemos definir como problema tudo aquilo que é ou será terminado, realizado, cumprido ou resolvido. Ou seja, problema também pode ser compromisso. Quando você deve acordar cedo porque tem uma consulta marcada no médico, é um compromisso (problema) a ser realizado (resolvido). Aí tem o problema de ir a escola, o problema de estar brigado com alguém que gosta, o problema de cuidar de alguém, o problema de estar doente, o problema de ir ao mercado fazer as compras da semana, o problema de ir trabalhar, o problema de conquistar alguém que ama, o problema de ter o que não tem, o problema de perder o que tem, o problema de melhorar o que tem, o seu problema, o meu problema e por aí vai.

Existem problemas que podem ser resolvidos na mesma hora em que surgem. Problemas que levam quase a vida inteira para serem resolvidos. Assim como problemas que não se resolvem, e deve-se aprender a conviver com eles.

Há pessoas com problemas mais sérios do que outras. Pessoas problemáticas e outras nem tanto. Pessoas que gostam de arranjar problema, pessoas que não entendem seus próprios problemas e precisam da ajuda de outras pessoas para resolvê-los. Pessoas que fogem dos problemas. Pessoas que ignoram. Há pessoas que se metem nos problemas dos outros. Pessoas que enxergam problemas onde não tem.

Existem problemas de nascença, problemas que surgem depois do seu nascimento e problemas que surgem depois da sua morte. Mas aí já não é problema seu.

Os problemas aparecem um de cada vez, dois de cada vez, três, cinco, dez. Você resolve um e aparece mais dois, você resolve dois e aparecem mais dez, você resolve dez aparecem mais três, você resolve três e aparecem mais cinquenta e seis. Mas tudo bem, é assim mesmo. Vivendo e resolvendo. Tava com esse problema de escrever um texto novo para o meu blog. Problema resolvido, agora vamos para o próximo.








Pular sete ondas, comer lentilha, usar branco, nada disso resolve seus problemas. Nada disso faz diferença na sua vida.

Nesse 2012 deixe de acreditar em superstições e acredite mais em você!

Feliz 2012.

16.12.11

Amores platônicos

Amor platônico: Amor não correspondido e idealizado. Amor impossível que você sente por alguém que não sabe de seus sentimentos ou não te conhece.

Vocês já devem ter percebido que eu sou do tipo "Loser" quando se trata de garotas. É deprimente pensar que no auge da minha juventude eu ainda ache muito difícil fazer/manter algum tipo de relacionamento com o sexo oposto. É deprimente ver que os meus primos da minha faixa etária, que cresceram e andaram sempre comigo, obtiveram sucesso em suas vidas sociais com meninas e eu fiquei atolado no mesmo lugar. Deprimente mas não o fim do mundo.
Eu tento não fazer desse problema algo muito sério, não me preocupo muito com isso, até porque antes de ter problemas com meninas, tenho problemas mais sérios comigo mesmo. Mas é claro, isso não deixa de ser um grande problema.

Eu não sei conversar com meninas. Sei que algumas meninas que leem o meu blog e que conversam comigo pelo msn podem achar isso um exagero. Sim, eu converso normalmente com vocês no msn, mas isso é no msn. Na vida real tudo é mais difícil e decepcionante. Pessoalmente eu ficaria calado numa conversa com qualquer uma de vocês. Tudo isso é resultado da minha exagerada introversão e timidez, somada com a minha falta de auto estima e auto confiança, multiplicada com o meu pensamento sobre mulheres. Esse tal de pensamento que tenho sobre as mulheres (pensamento que pode estar ridiculamente errado) é o seguinte:

As mulheres são bem mais complexas e complicadas de se entenderem. Muito mais que os homens. São mais exigentes, mais enigmáticas e difíceis de agradar. Por isso são mais difíceis de se relacionar. Não sei bem porque penso isso das mulheres. Talvez porque eu tenha achado mais fácil viver com homens. Durante a minha vida toda conheci e me dei melhor com garotos. E a única menina que eu consegui criar uma grande amizade na escola, era uma menina moleque. Sabe essas meninas com um jeito menino de ser? Pois é. Eu sei que por uma fração de segundos você tenha pensado nisso, mas não. Eu não sou gay, disso eu tenho certeza.

E é por ser assim, tímido e introvertido, que a minha auto estima melhora um pouco mais quando uma menina vem falar comigo ou falar de mim. Vejo esperança no meu futuro. Mas é por ser assim, do jeito que sou, que eu tenho passado e vivido tantos amores platônicos na vida. É muito difícil não ter um amor platônico na vida. Todos aqueles que ainda não tiveram, terão. Eu por exemplo já tive dezenas deles, e muito provavelmente continuarei tendo até o fim da minha velhice. Você não escolhe ter, você só tem. Quando você se apaixona platonicamente, você sofre e se deprime pois tem certeza que seu amor jamais será correspondido. Até que o tempo passa, sua paixão platônica vai embora para dar lugar a outra. E quase sempre tem sido assim comigo desde os 8 anos de idade.

Ano: 2001, 2º série do Ensino Fundamental. 8 anos de idade.
Nessa época, quem me levava pra escola era um casal que trabalhava com transporte escolar de crianças. O Tio Rubens e a falecida Tia Cida. Ela uma senhora simpática e generosa, ele um senhor bravo e ranzinza. Ele dirigia e ela cuidava e vigiava as crianças que iam nos bancos de trás da velha Kombi branca. Eu como outras crianças, era um dos passageiros do transporte. Todos os dias, Tio Rubens e Tia Cida, dirigiam a velha Kombi por todo o bairro buscando crianças na porta de suas respectivas casas, para então levá-los para a escola.

Como eu era o único passageiro que morava perto da casa do Tio Rubens, não precisavam me buscar, pois eu andava até a casa dos dois antes mesmo deles saírem para buscar as crianças. Por eu ser o primeiro passageiro eu via onde a Kombi parava para pegar os outros, e por isso sabia de cabeça onde todos os outros moravam. E a primeira paixão platônica que tive frequentava a mesma escola que eu, e a mesma Kombi. Tinha cabelos lisos, longos e negros e sua pele era morena, parecia uma índia. Seu nome eu não lembro, era tão incomum quanto o meu. Estava apaixonado por ela e ela não sabia. Nem ao menos me conhecia. Só de vista.

Comecei a considerá-la minha namorada. Aquela coisa de "ela é a minha namorada mas ainda não sabe". Poxa eu tinha 8 anos. Contei pra minha mãe que estava namorando uma menina que mal sabia da minha existência. Ela não entendeu bem, mas achou "fofo". Não sei nem porque fui contar isso pra ela, mais tarde eu ia me arrepender amargamente. Então, em um belo dia nublado e nebuloso, eu e minha mãe estávamos indo para a casa da minha vó, quando coincidentemente cruzamos com a minha "namorada" e sua mãe. Sussurrei pra minha mãe "Essa é a menina". Ela disse que achou a garota bonita e me deu razão por ter essa minha apaixonite por ela. Até aí tudo bem. Até minha tia convidar minha mãe a ir a um churrasco na casa de uma amiga dela. Não estava querendo ir, mas no final acabei indo com a minha mãe. Chegando lá a festa estava cheia. Depois de um tempo lá, eu pude perceber que, só por estar de noite eu não tinha notado que eu conhecia aquela rua, aquela casa, aquele lugar. Aí minha mãe grita pra mim "Olha, não é a sua namorada ali?" Eu olhei, e pro meu azar era ela sim. O churrasco era na casa dela.

Foi aí que a minha mãe começou a discursar e espalhar pra todo mundo ali, inclusive para a própria menina, que eu estava perdidamente apaixonado e considerava aquela menina, a minha "namorada imaginária". Foi um dos momentos mais constrangedores da minha vida. Eu fiquei ali parado, travado, olhando para um canto pra não poder olhar para a cara dos convidados. Pensando algo como "Mãe, pelo amor de Deus, o que você tá fazendo? Era o nosso segredo!" Depois da noite traumatizante, eu não queria ir mais a escola com medo de ser zoado por todo mundo. No fim, tudo que eu sentia por aquela menina desapareceu, acabei voltando para escola, fui zoado, deram risada de mim e decidi nunca mais contar segredos para a minha mãe. O que eu não sabia é que aquele amor platônico secreto, seria o primero de muitos que iam surgir.

Ano: 2002, 3º série do Ensino Fundamental. 9 anos de idade.
Antes de me apaixonar pela primeira vez, conheci Jennifer. Jennifer estudou na mesma sala que eu durante 3 anos seguidos, e também era levada pela Kombi da Tia Cida. Tinha a pele branca, cabelos lisos, longos e castanhos. Jennifer se tornou minha segunda paixão platônica na 3º série, terceiro e último ano que nos vimos. Ela era a tal menina moleque que eu tinha criado uma forte e séria amizade. A única amizade feminina que tive em todos os meus anos na escola. Ela andava sempre com os meninos. Seu círculo de amigos era composto somente por garotos. Acho que foi por causa disso que foi mais fácil fazer amizade com ela.

Jennifer já havia confessado que eu era o seu melhor amigo, e eu tinha dito o mesmo a ela. Éramos melhores amigos, andávamos sempre juntos na escola. Depois de um certo tempo, enquanto ela me via apenas como um bom amigo, eu comecei a vê-la como um pouco mais do que uma boa amiga. Jennifer nunca soube que estava apaixonado por ela. Ela era minha nova "namorada imaginária". Não há muito o que contar sobre ela e eu.

Houve um tempo que ela começou a me convidar para umas brincadeiras estranhas. Uma delas chamava-se "Eu Mostro o Meu, Você Mostra o Seu". Eu aceitei brincar disso com ela, mas na hora ela mudou de ideia. Alguns dias depois na sala de aula, ela tomou coragem e "mostrou o dela", mas eu nunca cheguei a "mostrar o meu". Já tinha escrito até uma carta estilo admirador secreto pra ela, mas nunca cheguei a entregar.

Depois da Jennifer, tive vários outros amores platônicos. A Aline, as duas Palomas, a Jéssica, a Ana, a Luana, a Amanda, a Maíra, a Cíntia, a outra Jéssica, e continuo tendo até hoje.

Ah, e sobre a história da Jennifer, quando a 3º série acabou fomos todos para outras escolas. Eu nunca mais a vi. Já faz uns 10 ou 11 anos que não a vejo. Mas por sorte eu era o primeiro passageiro da Kombi escolar do Tio Rubens e da Tia Cida. Por sorte eu ainda sei onde fica a casa onde buscavam a Jennifer. Só não sei se ela ainda mora lá. Talvez algum dia desses eu vá conferir. Apareço por lá, chamo pelo nome dela no portão, ela apareça e eu diga: "Oi, lembra de mim? Estudamos o 1º, 2º e 3º série juntos."

Quem sabe.

10.12.11

Fale agora ou cale-se para sempre

Há algum tempo atrás a união homoafetiva, ou casamento gay foi legalizada no Brasil. Agora os homossexuais poderão ser tão infelizes quanto os héteros. Isso que é igualdade. Antes de mais nada, quero esclarecer algumas coisas:

Andy, você é a favor ou contra o casamento gay? Sou a favor.

Por quê? Porque não vejo problema nisso, nem motivos para ser contra.

(Típico argumento homofóbico sobre casamento gay)
Mas você acha bonito ver dois homens se beijando e se agarrando? Não, não acho bonito. Não é pra achar bonito, é só pra ser justo e aceitar. Aliás, se formos depender da beleza para sobreviver, estaríamos todos mortos. A vida em si não é nada bela. A vida só é bela em poesias, músicas, novelas e contos infantis.

Mas e a bíblia? A bíblia condena o relacionamento de pessoas do mesmo sexo! E quem disse que a bíblia é um manual para a vida? Quem disse que ela dita as regras? Se você baseia a sua vida em um livro que ninguém sabe quem escreveu, você tá ferrado amigo.

Afinal, o foco desse texto não é sobre casamento gay, e sim sobre o casamento. Sim, eu sou a favor do casamento gay, mas não gosto muito da ideia de se casar. Vamos esquecer um pouco daquele estigma do casamento. Aquele senso comum que se aplica até mesmo em piadas, loiras são burras, portugueses são burros, gaúchos são viados e casamentos são ruins. Aquele que fala que casamento é uma prisão, quando se casa não tem mais sexo, e tal. Esqueceu? Tá bom.

Agora, querendo ou não, saiba que o casamento tira sim boa parte da sua liberdade, sendo você homem ou mulher. Casamento é compromisso, compromisso é dever e obrigação, quanto mais dever e obrigação menos liberdade. E particurlamente falando, liberdade é algo que dou importantíssimo valor. Sem a liberdade não consigo viver bem. A liberdade da qual me refiro é a liberdade de ir e vir para qualquer lugar que eu quiser, quando quiser, quantas vezes quiser, do modo que eu quiser, falar, escrever, desenhar, o que eu quiser, como eu quiser, quando quiser sem nenhum tipo de censura, proibição ou condenação. É claro, tudo dentro da lei e do bom senso.

E o casamento é quase o oposto de liberdade. No casamento você tem que ficar dando satisfações todo o tempo. Dizer onde você foi, onde você vai, quando vai voltar, o que estava fazendo, (vamos almoçar na casa da minha mãe?) sua vida começa a ser monitorada, vigiada, quase ditada. Além disso, quando você se casa, você deve passar 24 horas do seu dia todos os dias, junto de uma pessoa só. Falando assim até parece que as pessoas se casam com monstros. Não, eu sei. Quando uma pessoa resolve se casar, é claro que é com alguém que ela ame, e que queira ficar perto. Mas eu pelo menos, gosto de ter os meus momentos sozinhos às vezes, gosto de ter o MEU espaço. E na maioria dos casamentos é difícil ter isso.

Eu nunca me casei, mas pelo o que eu pude observar até hoje, a vida de casado é muito deprimente. E se tem uma coisa mais deprimente que se casar, é casar cedo demais. Se um dia eu for me casar (espero que nunca) será quando eu tiver beirando os 40 anos de idade. Se casar é se condenar a uma prisão de difícil fuga, casar-se antes dos 20 (ou na faixa dos 20) anos de idade é perder os melhores anos da vida numa gaiola. É quase sempre certo que quem casa cedo demais sofra e se arrependa muito depois. Tenho uma prima de 18 anos que está prestes a se casar. Não duvido nada que antes dos trinta ela se arrependa e se divorcie.

Por que o ser humano tem essa mania de complicar as coisas para si mesmo? Pra quê tanto atraso? Pra quê tanta perda de tempo? Pra quê tanta burocracia? Pra quê tanta frescura? Pra quê casamento quando se pode, simplesmente, ficar junto da pessoa que você ama sem "oficializar a relação". Fique com a pessoa que você ame, não precisa nem morar junto, basta ficar um tempo necessário com ela, para que depois no dia seguinte vocês se reencontrem de novo. Eu acredito que a saudade faça com que as pessoas permaneçam sempre unidas, sempre gostando uma da outra. Agora quando você vive sempre junto com a mesma companhia debaixo do mesmo teto, você acaba meio que enjoando dessa pessoa. Sem falar que, no namoro, quando o amor acaba, a relação não dá mais certo, basta cada um seguir o seu caminho. No casamento, quando os dois querem se separar, você tem que ficar esquentando a cabeça com advogado, papelada, burocracia. É burocracia pra entrar e burocracia pra sair.

Eu fico criticando e falando mal do casamento, mas eu sei que em algum dia provavelmente eu vou me render a ele também. Algum dia provavelmente eu encontre a minha "alma gêmea", a mulher que eu amo. E provavelmente essa mulher terá o mesmo sonho de milhões de outras mulheres ao redor do mundo, que é o de casar. Aí então, depois de muita insistência e depois de ter a absoluta certeza que ela é a mulher da minha vida, eu caso. Mas caso somente por ela, somente para vê-la feliz. Aquela coisa de se sacrificar um pouco pela pessoa que você ama, sabe?

Mas eu ainda não entendo e parece que nunca vou entender. Por que as pessoas se casam?

Bem, muitos ainda são contra o sexo antes do casamento, por isso se casam logo. Coisa de gente religiosa.

Outros dizem que só se casam porque acham bonito toda aquela cerimônia, vestido de noiva e tal. Bonito? Pra mim ainda não é um argumento.

Bonito, coisa de gente fresca. Tá aí, acho que é isso. Acho que é por isso que abomino tanto o casamento. Odeio burocracia, não me considero fresco e não sou nada religioso.

6.12.11

Finalmente

Após 15 anos de espera
Após 15 anos de tortura
Por fim a novela se encerra
Assim como boa parte da amargura

Foi uma longa jornada
Dolorosa jornada perdida
No final nem tudo foi ganho
Mas mesmo assim, a batalha foi vencida

Várias sessões de torturas vividas
Várias vontades e liberdades varridas
Criatividades escravizadas e mentes violadas
No final um problema a menos na vida

No meio de inúmeras cabeças lavadas
Releio lentamente as palavras faladas
Mal sabiam elas que estavam erradas
Bem sabiam elas que foram compreendidas

Por anos minha mente foi reprimida
Marcando involuntariamente a ferida
Deixando somente mantida
A felicidade da vida escolar resolvida

As únicas coisas boas
Que puderam me oferecer
Foram as aulas que me ensinaram
Ler e escrever

Ah escola chata, nunca sentirei sua falta
Por fim você se foi, minha paciência já estava em alta
Ah minha odiada escola, tente me entender
Se você não acabasse agora, eu teria que morrer.

29.11.11

Aniversário do Blog Chato

Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! É hoje! Seja bem vindo ao aniversário do Blog Chato. O Blog Chato está completando 1 ano hoje. 1 ano de vida, o Blog Chato é uma criança. Uma criança feia, pessimista, introvertida e chata. Muito chata. Daquelas que ficam chorando e berrando o tempo todo e não te deixa dormir. Não te deixa ouvir os próprios pensamentos.

Mas a culpa é toda de vocês!

Eu sou o criador da criatura mas vocês leitores, é que o alimentaram e ajudaram a aumentar a sua expectativa de vida de um mês para um ano. Sério, eu não achei que essa criança ia passar do primeiro mês de idade. Até mesmo antes de seu nascimento eu pensei várias vezes em fazer um aborto. Mas o bebê blog nasceu dia 29 de novembro de 2010, eu tentei mostrá-lo para o mundo, vocês viram, gostaram dele por ele ser...Fofinho, acho e cuidaram dele, o alimentaram, fizeram ele crescer e fizeram sua auto estima melhorar.

Eu, papai Andy, agradeço muito vocês leitores por segurar, balançar, ninar e cuidar tão bem do bebê Blog Chato por todo esse tempo. E queria dizer também que, o Blog Chato não chegaria onde chegou se não fosse pelos incentivos em forma de comentários vindos de vocês. E dizer que o Andy deprimido, solitário e anti social que escrevia poemas sobre o tédio, textos sobre a infância, o ódio escolar, o amor platônico, os relacionamentos amorosos que nunca teve, o pessimismo, o machismo, a revolta, as dificuldades em fazer amizade e sobre ser diferente das pessoas da mesma faixa etária, por fim, amadureceu com a ajuda do blog que se sustentou com a ajuda de vocês.

O aniversário é do blog mas o mérito é todo de vocês. Muito obrigado mesmo pessoal.

E antes do texto acabar, queria pedir um grande favor pra vocês. Vocês podem, por favor, cuidar do meu bebê por pelo menos mais um ano?

Obrigado.










Não era pra ser só um texto. Era pra ser um texto e um vídeo de agradecimento. Mas por causa de alguns problemas que tive aqui, não consegui colocar o vídeo na internet. Mas eu vou, em breve. Desculpem desapontá-los. No aniversário do blog eu queria fazer algo diferente mas não foi possível. O vídeo vai estar em breve na internet, e quando estiver eu aviso. Espero que entendam.

É Andy, a vida é assim mesmo, cheia de decepções.

22.11.11

Convite de aniversário

Sinta-se convidado para o aniversário do Blog Chato que será dia 29/11/2011.

O blog completará 1 ano de vida, 1 ano de chatice, 1 ano de asneiras.
Não terá bolo, não terá refrigerantes, não terá brigadeiros nem beijinhos. Mas se trouxerem presentes eu aceito.


Conto com a sua presença, obrigado.

Andy.

11.11.11

Quem você pensa que é?

Há pouco tempo atrás eu descobri uma coisa que talvez você já tenha descobrido. Ou não.

Essa tal descoberta me surpreendeu, além de ter contribuído para que minha auto-estima despencasse um nível abaixo. Descobri que a nossa voz não é a mesma que ouvimos. Sim, a voz que você escuta quando fala não é a mesma que as pessoas escutam. Cada um ouve a sua própria voz diferente do que as outras pessoas ouvem. A explicação disso é o seguinte: Quando falamos, estamos muito perto da fonte de som (nossas cordas vocais e boca), e a caixa craniana emite vibrações quando falamos, o som é propagado pelo ar e pelos elementos sólidos do nosso crânio e o som é modificado. Agora quando a voz sai da nossa boca e vai até o ouvido de outras pessoas, o caminho percorrido pelo som é diferente (somente pelo ar), não há interferência no som.

Ou seja, só você escuta a sua voz do jeito que escuta. Mais ninguém. Se você quer escutar a sua voz original, a voz que todo mundo escuta quando você fala, use um gravador ou uma câmera de vídeo e confira o som da sua voz. Mas cuidado, eu fiz esse teste e me decepcionei. O som da minha voz não era tão grave quanto eu pensava que fosse.

Blog Chato também é cultura.

Isso não é incrível? O padeiro da esquina conhece sua voz, e você não! Você conhece tantas pessoas mas não conhece a própria voz. O quanto conhecemos de nós mesmos? O quanto você sabe de si mesmo? Você já pensou nisso? Quem é você? O que você tem para oferecer? Você se conhece bem? Minha professora de ciências da 7º série, falava que para se conhecer bem é preciso se olhar nú no espelho. Você já se olhou nú no espelho?

Você tem defeitos? Quais são eles? Você sabe resolvê-los ou pelo menos reconhecê-los, para parecer menos hipócrita? Quais são suas virtudes? Qual é o seu ponto forte? No que você é bom? No que você acredita ou deixa de acreditar? Quais são suas opiniões sobre tudo? Quem é você, o que você tem e o que você quer? Sabemos e conhecemos tão pouco de nós mesmos, mas ficamos perdendo tempo arranjando rótulos para pessoas que pensamos conhecer.

Ouvi dizer que o maior erro que o ser humano comete repetidamente, é o de julgar o seu semelhante. Até mesmo aqueles que dizem não julgar, julgam ou julgarão em algum momento da suas vidas. O problema é que as pessoas não sabem reconhecer seus próprios julgamentos. Daí elas ficam praticando isso sem parar, achando que não estão fazendo nada demais. Às vezes, quando você vê uma pessoa, ela pode te passar uma impressão totalmente diferente do que ela realmente é. As coisas não são o que parecem, elas são o que elas são. Parecer não é ser, dizer não é fazer. Não é quem você é, que vai definir suas atitudes. E sim as atitudes que você toma é que vão definir quem você é. Tente conhecer você mesmo antes de julgar as pessoas que você pensa que conhece. Conheça o verdadeiro som da sua voz primeiro antes de falar sobre os outros.


Esse texto ficou muito "lição de moral". Desculpa.

30.10.11

Aparição na janela de madeira

Nessa véspera de Halloween decidi relatar algo que aconteceu comigo há uns 10 ou 9 anos atrás.

Pelo o que me lembro também era uma véspera, mas véspera de fim de ano. Ainda não tinha anoitecido, já passava da hora do almoço e como era tradição da família, nos reuníamos todos, tios, tias, primos e primas para uma festa de Reveillon. Naquele final de ano todos se reuniram na minha casa. Lembro que as crianças (eu e meus primos) estavam todas na laje brincando, enquanto os adultos (pais, tios e tias) estavam dentro de casa comendo, bebendo e conversando. Fazendo coisas de adultos. Não me lembro do que estávamos brincando, mas estávamos. Nos divertíamos tanto que eu nem me lembro quem viu primeiro. Havia uma casa, uma casa de 2 ou 3 andares que ficava não muito longe da vista da minha laje. Conseguiámos enxergar só o último andar da casa, o mais alto. O telhado da casa era daquelas telhas, lajotas, não sei o nome. E a casa não tinha reboco, os tijolos estavam expostos e havia uma janela de madeira que estava aberta.

Um tempo depois de ficarmos brincando, algo chamou nossa atenção. Uma fumaça preta no céu se movia e estava vindo de algum lugar perto dali. A fumaça preta que tomava o céu ainda claro, vinha por detrás da parte mais alta da tal casa. A fumaça estava vindo toda daquela casa. E a fumaça subia para o céu numa velocidade assustadora, como se houvesse algo queimando ali, algo grande. Mas não víamos fogo nenhum. Estávamos em datas festivas, era fim de ano, mas aquela fumaça não parecia vir de um churrasco. Definitivamente não era fumaça de churrasco! Você já viu algo queimando? Algo grande? Grande como um ônibus? Você já deve ter visto em noticiários de TV, imagens de veículos sendo queimado em protestos ou coisa do tipo. Era a mesma coisa que víamos, a mesma intensidade da fumaça, mas sem chamas. Uma grande quantidade de fumaça preta subindo para o céu numa rapidez feroz. Não era fumaça de churrasco, era de incêndio.

Foi então que nós, eu, meu irmão e meus primos, desviamos nossa atenção da fumaça para algo que nos aterrorizou. Da mesma casa que saía a misteriosa fumaça preta, ali naquela velha janela de madeira, nos deparamos com uma figura medonha. Não parecia humano, mas parecia humano ao mesmo tempo. Pelo o que conseguíamos ver, aquilo tinha dois braços, uma cabeça e um corpo de homem. Era a figura de homem com as mãos apoiadas na janela de madeira. Mas esse esquisito homem usava uma curiosa blusa e chapéu amarelos, e sua pele, pelo o que víamos nas mãos e no rosto, era completamente vermelha, como sangue. Estávamos longe demais para vermos o seu rosto, mas estávamos perto o sulficiente para perceber que não era um rosto de uma pessoa normal. Ficamos impressionados com aquilo. Sim, e com muito medo, mas não tiramos os olhos dele.

De repente percebemos que se movia também. O homem misterioso de pele vermelha movia lentamente o seu pescoço para um lado e para o outro. Eram movimentos lentos, repetitivos e travados. Como de um robô. Como daqueles ventiladores móveis que ficam "ventilando" para uma lado e para o outro. Ele ficava ali parado, com as mãos vermelhas apoiadas na janela de madeira, olhando lentamente pra lá e pra cá, como se observasse a vista de sua casa que soltava tenebrosas rajadas de fumaça preta.

Era uma visão horripilante e caótica para mim naquela época. Depois de um certo tempo olhando paralisado para aquela figura misteriosa, recuei por um momento e me sentei na escada, tentando entender tudo aquilo, desesperado, confuso e com um choro sufocante preso na garganta.

Mais tarde naquele mesmo dia voltei lá para ver se o encontrava de novo, mas tanto o homem quanto a fumaça tinham desaparecidos. É claro que nenhum dos adultos, pais, tios e tias, não acreditaram na história que eu e os meus primos contaram. E os poucos que provavelmente acreditaram, disseram que era alguém tentando pregar uma peça na gente. Bem, talvez fosse, talvez não. Mas eu sei o que eu vi. Os meus primos também.

Depois daquele dia a janela de madeira permaneceu fechada por muito tempo, com aquele ar de abandono.

Hoje, anos depois do ocorrido, a janela de madeira é agora uma janela de alumínio. A laje virou o meu quarto, e eu ainda consigo ver a tal casa da minha janela.

Da minha janela eu observo uma outra janela. Uma janela que me trás lembranças assustadoras de um homem.

Um homem estranho de pele vermelha que nunca mais apareceu.

22.10.11

Macho man

Sou um ser humano do sexo masculino. Sou hétero mas não sou macho. Não sou macho e nem quero ser. Não só porque os machos são geralmente ridículos, mas também porque não entendo o estilo macho de ser. O macho é aquele que faz o machismo. O machista. O macho não gosta de cor de rosa de maneira nenhuma. O macho se ofende quando tem sua orientação sexual questionada. O macho acha que a mulher é inferior aos homens em todos os aspectos e ocasiões. Vivemos em um mundo machista. O machismo está envolvido com tudo praticamente. "Mulher no volante, perigo constante; futebol é esporte só de homem; mulher foi feita para cuidar da casa somente" e etc. Você já ouviu alguma coisa do tipo, eu tenho certeza.

Muitos homens são machistas mas não admitem. Muitos homens são simpáticos, românticos, atenciosos e tal, mas só quando há mulheres por perto. O momento perfeito para sentir o machismo no ar, é quando tem aquela roda de homens conversando, sem nenhuma presença feminina por perto de preferência. Aí começa "E aí, tá pegando a fulana? Ah eu peguei a fulana, blá blá blá, peguei cinco ontem e tal..." Porque é assim, você é homem, você tem que "pegar" mulher se não você é viado. E você não pode ser viado, porque viado é uma abominação. Ser viado é a pior coisa no mundo dos machos.

Além disso, engana-se você que pensa que as mulheres são as únicas discriminadas nessa história. Os homens também são. Os homens tipo eu que não veem sentido e rejeitam esse jeito machão de viver. A sociedade é machista e cobra isso de você. Ou você é macho ou é viado. Ou você enxerga as mulheres somente como instrumentos sexuais e acha isso muito legal, ou você não é aceito entre os homens. Você não pode nem ter amizades femininas, pois se você gosta de uma mulher só como amiga, você é fresco. Sendo fresco, logo você é viado e sendo viado, logo você acaba sendo excluído pelo seus amigos homens.

Mas pra quê isso? Por que deve-se afirmar tanto a sua masculinidade? Por que deve-se tanto objetificar as mulheres? Você não está provando ser mais macho por isso, você só está provando ser mais estúpido. Acho que uma das maiores diferenças entre o homem e a mulher, é que o homem é babaca, e por se preocupar tanto em passar essa imagem de macho alfa, acaba escondendo o seu lado sentimental. lado sentimental que as mulhres deixam bem explícito. Todo ser humano tem esse lado sentimental e emotivo, mas o homem esconde e a mulher não. E se você for um homem sentimental e emotivo, você é emo. Sendo emo, logo você é viado e sendo viado você é excluído da socidade. Outra vez.

Se você é machista você pode se dar bem com os homens, mas não com as mulheres. Se você é anti machismo você pode se dar bem com as mulheres, mas não com os homens.

Então fica assim:

Você machista que se dá muito bem com os homens, pode fingir ser anti machismo na frente das mulheres e assim, se dar bem com elas também. E você anti machismo que provavelmente se dá bem com as mulheres, pode fingir ser machista na frente dos homens e assim, se dar bem com eles também.

Bem, eu sou anti machismo e não finjo pra mulher nem pra homem. Isso pode fazer com que eu não seja aceito entre os homens. Tudo bem, viver entre mulheres parece ser muito mais interessante.

"Nunca encontrei um homem sábio, se encontrar será uma mulher."

-Trecho da música "Territorial Pissings" do Nirvana.

13.10.11

Fuck 'em all

Isso é muito pessoal.
Foda-se o mundo e todos dentro dele.

Foda-se as pessoas que me julgam sem me conhecer. Foda-se o meu vizinho que só tira o carro da garagem para obrigar a rua inteira a escutar as músicas escrotas que ele escuta. Vagabundo filho da puta! Porque não arranja um emprego? Foda-se as pessoas que riem da minha cara, foda-se os adolescentes babacas que agem como idiotas só para parecerem legais para os seus outros amiguinhos babacas. Foda-se os motoqueiros que estouram o escapamento de suas motos, pensando que isso os fazem parecer fodões. Foda-se os funkeiros machistas de cabeça vazia. Foda-se os Playboys bombados e fúteis.

Foda-se as menininhas populares e metidas da escola. Foda-se os bardeneiros da escola, eles incomodam e atrapalham as aulas e depois acham que têm o direito de reclamar de alguma coisa. Foda-se os professores egocêntricos. Foda-se os valentões escolares que estupram o emocional de pessoas indefesas em troca de nada. Vocês podem morrer e desaparecer da face da Terra, ninguém vai sentir sua falta! Foda-se a escola e seu sistema educacional cruel, aluno com nota baixa é julgado incapacitado e terá que refazer toda merda já feita. Aluno com nota alta é capacitado e vira mais um robozinho, soldadinho engravatado do sistema. Escravos da era moderna.

Foda-se a adolescência vazia e histérica dessa geração! Foda-se os criminosos que tiram com facilidade o que conseguiram com dificuldade. "Essa é a vida do crime, é assim mêmo, nóis rouba, nóis mata mêmo, nóis não tivêmo outra oportunidade", isso não é desculpa. Não é falta de oportunidade, é falta de caráter e excesso de fraqueza mental. Foda-se os homofóbicos e racistas deste país. Neo-Nazistas ignorantes lutando pelo poder branco?! Porra, vocês são Skinheads brasileiros, vocês têm sangue negro em suas malditas veias! Foda-se a TV, o carnaval e a hipocrisia. Foda-se a copa de 2014 e as torcidas organizadas. Foda-se o patriotismo e o Fascismo brasileiro. Foda-se a política partidária e os políticos corruptos. Foda-se os moralistas babacas. Foda-se o Brasil, terra de gente burra e hipócrita.

Foda-se os padres bonzinhos que enfiam a mão dentro da roupa de criancinhas inocentes. Foda-se a Igreja e a religião. Religião que rouba, mata, e atrasa o desenvolvimento da humanidade. Religião que mente, castra a liberdade das pessoas e escraviza a mente de milhões pelo mundo inteiro.

E já que eu cheguei até aqui... Foda-se Deus. O seu Deus. O Deus que ao mesmo tempo é Jesus Cristo. O Deus hipócrita, mentiroso, homofóbico, narcisista, sanguinário, racista. O Deus onipotente, o Deus onipresente, o Deus inexistente. O Todo Poderoso Salvador. O Deus egoísta que te aterroriza mentalmente, te fazendo acreditar em histórias absurdas e te convencendo a jogar a sua vida no lixo, acreditando que está fazendo a coisa certa. Em nome do pai, do filho, do espírito santo, Amém!

Foda-se todas as formas do fanatismo, a ganância e a ignorância. Foda-se a mentira, o roubo, a violência e as guerras inúteis. Foda-se os assassinos, estupradores, pedófilos, sequestradores e terroristas.

Foda-se o mundo e todos dentro dele.

Que as águas elevem-se e engula a cidade inteira, limpando esses esgotos a céu aberto. Que a Terra trema e faça tudo desmoronar em ruínas. Que o fogo arda e queime os vermes desgraçados dessa terra. Que uma chuva corrossiva caía e derreta a pele, a carne e os ossos daqueles que aqui habitam. Destrua, pulverize, incinere e exploda em zilhões de micro pedaços.

Foda-se tudo e todos.

Não.

Foda-se você Andy! Você nunca tem nada e quando consegue, joga fora. Seu estúpido.

- Inspirado em uma cena do filme "25th Hour" (A Última Noite) de Spike Lee



29.9.11

Desinspiração

Posso escrever mil textos sobre não saber o que escrever. Pois, inspiração é o que me falta. A inspiração, a criatividade e as ideias, todas me abandonaram. Mas uma vez só.

O que me resta é a falta do que fazer, a vontade de fazer algo, uma folha em branco e uma caneta preta. O Blog Chato é uma droga! E o Andy é um viciado! Um dependente dele agora. Esse deficiente emocional, esquelético e feioso aspirante a escritor, precisa de sua dose semanal. Sua dose de posts e overdose de blog.

Preciso de mais, preciso escreveer mais, preciso produzir mais...

Caneta entre os dedos e debruçado sobre o caderno de folha pálida, eu abro a minha cabeça, retiro o meu cérebro e o espremo, torço ele feito um pano molhado em cima da folha de caderno. O líquido que sai é espesso e ilegível. Não serve.

Preciso de algo interessante, como aqueles textos em que disserto sobre alguma coisa, usando metáforas, ironia, aquele senso de humor sem graça. Falar o que acho das coisas, falar sobre mim, falar sobre coisas sem sentido. Escrever poemas com aquelas rimas pobres, aqueles textos mal construídos com um final surpreendente. Aqueles textos sobre a escola ser uma merda que fazem as pessoas se identificarem comigo. Criatividade, volte! Sinto sua falta.

22.9.11

Faculdade, não há necessidade

Vejo os jovens da minha faixa etária hoje, a grande maioria deles demasiadamente preocupados com a vida depois do ensino médio. Vestibular, faculdade, e eu me pergunto se a faculdade é tão importante assim. Toda aquela pressão, como se a faculdade fosse uma obrigação, um dever de todos. Isso é realmente necessário? A faculdade nunca me atraiu, porque a maioria dos cursos que ela me oferece não me interessam nem um pouco.

Sim, de certa forma eu estou preocupado com a vida depois do ensino médio, mas a minha preocupação não se foca na faculdade, e sim no que eu vou fazer quando sair da escola. A faculdade fica como um plano B, ou até mesmo um plano C. Não é minha prioridade, não é minha meta. Tem gente que escolhe o curso na faculdade que vai oferecer o maior sucesso financeiro. Engenharia, medicina, direito, às vezes me dá a impressão que as pessoas só escolhem esses cursos pelo alto salário que essas profissões oferecem. Isso é triste. Não consigo imaginar uma pessoa feliz com um bom salário, mas tendo que acordar todo dia para trabalhar num emprego que odeia. Você deve trabalhar com o que gosta não com o que te dá mais dinheiro. Sei que pode parecer controverso, mas pra mim é a pura verdade. Você tem que estar satisfeito com o que está fazendo, para depois ganhar o seu dinheiro.

Conheço alguns casos de pessoas que nunca se formaram em faculdade nenhuma, e hoje estão financeiramente bem sucedidos e trabalham com o que gostam. E isso me dá inspiração e uma pontinha de esperança, de pelo menos, tentar seguir em frente sem o auxílio da faculdade. Não estou dizendo que jamais farei faculdade na vida, talvez eu faça, não sei.

A conclusão que tiro com tudo isso é que a faculdade não é tão importante quanto dizem, e não define o que você fará pelo resto da vida. A faculdade não me atrai, porque a maioria dos seus cursos são de profissões que envolvem escritório, papelada e terno e gravata. E essa combinação me abomina. Não quero ter um chefe mandão, não quero ser mandado, não quero ser só mais um soldadinho engravatado. Quero trabalhar com algo autoral e que me estimule a trabalhar cada vez mais. Não preciso ganhar rios de dinheiro, só preciso gostar do meu trabalho.

Trabalhe com o que goste e jamais terá de trabalhar na vida.


17.9.11

Aleatório

Gostaria de falar sobre nada. Gostaria de falar sobre tudo. Gostaria de falar sobre qualquer coisa. Você teria paciência de me ouvir?

Acordo cedo mas me levanto tarde. Levanto mas fico sentado. Fico pensando no que eu vou fazer hoje para fugir do tédio. Para evitar o Replay de ontem. Tem dias que as coisas são amargamente previsíveis e as pessoas são terrívelmente imprevisíveis. Tem dias que você quer que tudo passe em Fast Foward, mas parece que tudo fica sempre num terrível Slow Motion. Aí você fica em Stand By esperando que tudo isso acabe. Sabe, às vezes eu fico cansado de tudo isso aí.

Vou no banheiro e olho pro cara no espelho. O cara está pior que o habitual. Seu cabelo sem jeito. Gostava mais quando seu cabelo era liso e ficava caído sobre a testa. Visto o jeans velho de 2 semanas. Sabe, a calça jeans é a melhor roupa que existe! É bonito, resistente, te dá boa aparência e depois de velho e rasgado, você pode continuar usando e falar que está na moda. Saio na rua debaixo do céu cinzento. Não há Sol hoje. É um dia mais sem graça que eu pensei que fosse. Mas o Sol finalmente aparece quando chego na cidade. Tudo fica melhor quando estou aqui. O centro de São Paulo é tão bonito. Parece outro mundo. Um mundo bem diferente do qual estou acostumado.

Ah, eu descobri que a minha auto estima melhora temporariamente quando falo com pessoas do sexo oposto. Não sei bem o porque. Talvez porque a pouca maioria de gente que eu converso são homens. Eu admito que sempre tive problemas com o sexo oposto. Veja, se já é difícil conversar com meninos, com meninas então tudo fica 10 vezes mais difícil. E eu quase sempre tive um certo preconceito bobo de ficar achando que as pessoas bonitas estão, de alguma forma, acima das pessoas feias. Feias tipo eu. Assim me sinto diminuído perto de pessoas bonitas. Isso complica ainda mais as coisas. Todas as meninas que eu me interessei não deram a mínima pra mim, e todas as meninas que se interessaram por mim não me chamaram a atenção. As coisas sempre foram assim comigo. Grande parte do que eu planejava e achava que daria certo, não deu. É quase sempre assim. Tudo errado, fora de ordem, de cabeça pra baixo, de trás pra frente, na contramão.

Hum...Toda vez que saio de casa agora, se o ar não estiver razoavelmente úmido, me sinto sujo. Como se uma fina camada de poeira envolvesse o meu rosto e as minhas roupas. Penetrasse em minhas vias respiratórias e se alojasse cada vez mais nos meus pulmões. Deve ser a poluição, acho. Em São Paulo você não precisa ser fumante para ter problemas de pulmão. Todo mundo é fumante aqui.

E nessa rotina monótona em que vivo, em que cada dia que passa me sinto mais como um robô enferrujado e programado para fazer as mesmas coisas de sempre, qualquer coisa que aconteça, qualquer coisa para interromper esse ciclo vicioso chato, coisas boas ou coisas não tão boas assim, me faria sentir mais vivo, mais humano. Nesse meio tempo vou escrevendo textos sem sentido e sem nexo sobre qualquer coisa.

13.9.11

Sendo mudo

Antes de tudo, queria agradecer vocês leitores do Blog Chato que comentaram na postagem anterior. Muito obrigado, sem vocês lendo e comentando eu perderia toda vontade de continuar esse blog. Sem vocês, muito provavelmente, esse blog não chegaria nem na vigésima postagem.

Um dia desses eu estava na rua, voltando pra casa, quando eu ultrapassei dois meninos e acabei ouvindo a conversa deles. Um disse para o outro: "Esse moleque é quieto pra caralho, não zoa com ninguém, não fala com ninguém, parece que não tem voz." Já flagrei várias pessoas falando de mim sem elas saberem que eu estava ouvindo. Já ouvi uma garota que senta logo atrás de mim na sala de aula, dizer para um aluno novo: "Já estudo com esse menino aqui da frente há uns dois anos e nunca ouvi a voz dele." Uma vez a caminho da escola, uma menina da minha sala olhou pra mim enquanto eu passava por ela, e então começou a sussurrar para o namorado: "Esse menino é da minha sala, ele não fala com ninguém."

Bem, é claro que não devo me sentir mal ou ofendido com isso. Eu sou assim, calado mesmo. Na verdade eu falo com quem vier falar comigo. Só não converso. Não consigo me manter numa conversa. Outra vez essa mesma menina chegou em mim e disse: "Por que você é quieto assim?" Aí eu respondi: "Eu prefiro ser assim." Daí ela disse: "Eu gosto de ficar conversando com os meus amigos." Aí eu não disse nada, apenas pensei: "Hum...Ok." Aí ela perguntou: "Posso sentar do seu lado amanhã?" Mesmo sabendo que ela não ia, eu respondi: "Se você quiser, tudo bem."
Esse amanhã chegou e ela não sentou perto de mim. Talvez ela tenha esquecido ou talvez tenha pensado que eu esqueci. Só não foi surpresa.

Teve até um cara que chegou em mim e perguntou: "Você é mudo?" Eu respondi: "Sim, eu sou". Acho que eu passo mesmo essa impressão. Essa impressão de ser mudo. Eu até gosto de ser mudo. Não se enganem, eu gosto de ser calado, só não gosto de não conseguir conversar. Ser assim meio "mudo" me trouxe e ainda me traz muitos benefícios. Quem fala de menos ouve demais. Aprende a ser mais observador. Gosto mais de observar e escutar os outros do que falar pelos cotovelos. O grande problema de ser mudo, é que as pessoas parecem sempre esperar que você fale mais do que realmente vai falar. Elas se enchem de você, se entediam e vão embora. Deixando você falando sozinho, ou no caso, escutando sozinho.

1.9.11

Você vem sempre aqui?

Estou curioso. Eu queria muito saber uma coisa que talvez nunca irei saber. Observando o contador de visualizações do meu blog, percebi que ele já está algum tempo acima das 100 visualizações por semana. Realmente, tem tanta gente assim entrando no meu blog? Afinal, quantas pessoas leem o meu blog? E o que exatamente leva você a entrar no meu blog?

Queria muito saber, mas como já disse talvez nunca saiba. Pois o meu blog tem leitores tímidos (mais do que eu), ou somente leitores que só leem mais não se manifestam. Queria muito ter uma noção, queria muito saber mais ou menos o número de pessoas que visitam o Blog Chato. Então se você leu esse texto até aqui, peço por favor, se manifeste. É só comentar e dizer o que leva você a entrar no meu blog. Se não quiser falar sobre isso (ou for preguiçoso), ao menos comente um "Eu leio".

Desculpe e obrigado.

26.8.11

Minha Favorita

Você é minha favorita
A favorita das minhas salvadoras
De todas as minhas doutoras
É você quem vai me salvar

Você é a minha vacina
Conversando você me ensina
Seus conselhos de menina
Na minha veia quero injetar

Você é a minha droga
Você é o meu remédio
Conversando com o tédio
Aprendi a te escutar

Você é o meu analgésico
Preciso de você com frequência
Você é a dependência
Dependência do meu bem estar

E a situação não estava tão complicada quanto eu pensava estar
Preciso de você por perto pra me mostrar como devo pensar
Preciso do seu humor esperto para me mostrar o que devo ou não me tornar
Preciso do seu tempo certo para poder me acalmar
O esforço que você faz para me curar, é o mesmo esforço que faço para não me apaixonar

Na simplicidade admirável
Na conversa agradável
Eu me pergunto:
Nossa amizade é feita de verdade,
Ou de plástico descartável?

- Inspirado na música "Blandest" do Nirvana.

16.8.11

Solitude

Desde criança foi assim, sozinho, solitário, silencioso. Desde o dia do meu nascimento, que por pouco não foi o dia da minha morte. Desde a UTI. A incubadora. Desde quando meu pai me pegou no colo, ou na palma de sua mão como ele mesmo disse, eu parecia fadado. Nasci pardo, minúsculo, com uma pequena quantidade de cabelo liso na cabeça, olhos castanhos escuros. Nasci bebê. Nasci sozinho, pois nasci filho único, pois nasci o primeiro de quatro irmãos. E desde cedo eu já parecia levar jeito pra coisa. Essa coisa de ficar sozinho.

Depois de semanas na incubadora do hospital por complicações no parto, enfim fui para casa. Morava com meu pai e com minha mãe, e assim como eu, minha casa era minúscula com dois cômodos apenas. A casa ficava na Rua Egeu, num bairro bonito e tranquilo próximo a Avenida Atlântica. O quintal da minha casa era espaçoso, porque o quintal da minha casa era o trabalho do meu pai. Uma oficina mecânica. E desde aquele tempo eu ainda me lembro, eu parecia ser a única criança da rua. Posso estar errado, ali poderia ter mais crianças, talvez. Mas se realmente houvesse crianças na minha vizinhança, não fiz amizade com nemhuma delas. O fato é, eu não me lembro de criança nenhuma naquele lugar.

Então só me restava brincar sozinho, eu e meu mundo de imaginações. Meus primos moravam longe e me visitavam pouco. A maior parte do tempo era só eu e eu. Eu pulava, corria, dava risada e pelo contrário do que muitos costumam dizer "é impossível ser feliz sozinho" eu era feliz demais. Depois de um tempo a minha família se mudou para a periferia. A nova casa tinha agora 3 cômodos relativamente espaçosos e um quintal razoavelmente grande, não tão grande quanto o antigo quintal. Mas em compensação eu tinha a laje. Um espaço grande e vazio na parte de cima de casa. Era agora o meu novo playground solitário. A laje ficava no nível da rua, da rua podia-se ver minha laje e da minha laje podia-se ver a rua.

Na laje eu brincava de Superman ou de Batman ou de qualquer outro Super herói. Dava socos no ar para atingir criminosos imaginários, falava com pessoas imaginárias. Pessoas passavam na rua e me flagravam fazendo esse tipo de coisa. Um moleque sozinho na laje de casa conversando e brigando com pessoas invisíveis. Ganhei uma leve fama de louco. Por um período tinha quase certeza de que meus pais pensavam que eu era autista. Não só por ser sozinho, mas por não conseguir me enturmar com ninguém. A minha nova rua tinha crianças da minha idade. Mesmo assim, levou um tempo até eu me tornar mais sociável.

Estava começando a frequentar a escola, e estava ficando um pouco mais extrovertido, mas ainda quieto. Arranjei alguns amigos na minha rua, com quem começava a brincar. Tive uma inevitável recaída e os poucos amigos que tinha começaram a se distanciar. Eu simplesmente não gostava das coisas que eles gostavam, e eles não gostavam das coisas que eu gostava. Sempre têm sido assim. Meus primos, meus melhores amigos de sempre agora eram meus únicos amigos de sempre. Quando não estava completamente só, estava com eles. Percebi que conforme o tempo ia passando mais fechado e antisocial eu ia ficando. Me afundei tanto no meu problema social que nem via a adolescência passar. Ela veio e se foi. Quando vi já era tarde.

Meus primos arranjaram suas legiões de novos amigos e cada um tem sua vida agora. Eu não. Eles foram viver e eu fiquei no mesmo lugar que sempre estive. No mesmo lugar desde o meu nascimento. Parado, esperando não sei o quê. Acabei me fechando no meu mundo privado. Meu mundo particular. Onde é dificíl sair e dificíl de deixar os outros entrarem. Voltei a ser o moleque da rua sem crianças.

7.8.11

Platônico

Venho aqui te dizer que vivo perdendo tempo pensando em você.

Venho aqui te dizer que adoro você, adoro o seu jeito de ser, o seu jeito de se mover. Adoro o som da sua voz, seu sorriso, seus olhos.

Venho aqui te dizer que me importo e que faria qualquer coisa por você. Te dizer que encontrei a perfeição em você. Dizer que quando te vejo, sinto um formigamento no estômago e um aperto no coração.

Dizer que você está sempre na minha cabeça mas não nos lugares onde vou.

Dizer que não há ninguém como você. Que você é única.

Dizer que eu poderia me sentar e te assistir pelo resto que me sobra de vida. Que o que eu sinto por você não dá para ser expressado em palavras.

Te dizer que me sinto mal por te ver e não poder te tocar. Te abraçar.

Te dizer que você me curou, me desarmou, me tirou a atenção, a capacidade de concentração.

Não consigo mais parar de te visualizar na minha cabeça. Penso muito em você, mas você não pensa em mim. Porque eu te conheço, mas você não me conhece.


Gostaria de ficar com você.

Gostaria de ter você ao meu lado.

Gostaria que você me amasse tanto quanto eu te amo.

Gostaria que tudo isso fosse recíproco.


Mas eu sei que não é, e nunca vai ser.

30.7.11

"Pessimisando"

Sou pessimista. Desculpa. Não sei como aconteceu. Não sei como eu me tornei um cara pessimista. Talvez tenha sido por experiência de vida. Talvez por ter apanhado tanto na vida, talvez por ter vivenciado tantos fracassos, decepções e frustrações e por ter achado tantas vezes que a vida é uma merda, eu tenho ficado assim, esperando sempre coisas ruins acontecerem. Ou talvez esse pessimismo já tenha nascido comigo. Veio de brinde.

Sei que não é genético. Minha mãe não é pessimista e meu pai, ah o meu pai é tão otimista que chega a irritar às vezes. Ele olha pra mim e ri da minha cara "Deixa de ser pessimista cara." Como se eu tivesse escolha. Eu não sou pessimista porque quero ser. Eu apenas sou. É automático sabe? Eu não tenho o controle disso. Acho que depois de tanta coisa ruim acontecer, você acaba perdendo a capacidade de esperar coisas boas acontecerem. Sei lá, deve ser isso.

Eu já tentei ser um pouco mais otimista, sem sucesso. Eu ainda tento às vezes, e toda vez que tento, me sinto muito falso. Acho que o otimismo não faz mesmo parte de mim. Não consigo nem ao menos fingir ser otimista. Sabe como é que é, né? Aquele negócio de "seja você mesmo, não tente ser o que você não é". Pois é.

E o otimismo pode ser tão ruim quanto o pessimismo. Existem pessoas tão otimistas (meu pai) que conseguem olhar para o lado bom até quando não tem. "Ai, o meu melhor amigo morreu, mas olhando para o lado bom, pelo menos eu não vou mais precisar comprar presentes no aniversário dele." Dá impressão que o otimismo tem essa coisa exagerada de tentar sempre embelezar o feio. Já ouvi falar que o otimismo é tipo você enfeitar um pedaço de bosta e depois tentar convencer a si mesmo e aos outros, que aquilo é um delicioso bolo de chocolate.

Pode ser exagero da minha parte, eu posso estar sendo muito pessimista com o otimismo. Se estiver, desculpe de novo. É automático sabe?

25.7.11

Parasitamente

Sou um parasita de repente
Inventando história, fingindo vividamente
Mato a minha vida e vivo a dos outros intensamente

Sou meu próprio parasita repentinamente
Vivo pensando ser gente
A minha droga preferida é a mentira, sinceramente

Vida parasita acabando lentamente
Novamente a droga mentirosa corrói a minha mente
Mentira que mente na minha mente

A mente mente, deixando-me mentalmente doente
Lâmpada fluorescente no quarto do adolescente
Dificilmente se aprende

Emocionalmente deficiente
Negando repetidamente o meio-ambiente
Sem rastros de vida inteligente

18.7.11

Você já...

...Gostou de ser você mesmo? Você já se achou interessante para as outras pessoas? Você já achou a sua vida muito interessante alguma vez? Você já gostou de sua vizinhança e vizinhos? Você já esteve satisfeito com a sua vida? Você já agradeceu a Deus por ser como você é? Você já teve fé?

Você já foi a igreja e sentiu um arrepio? Aquele frio na barriga? Você já se sentiu amado por alguém fora de sua família? Você já se sentiu totalmente confiante? Salvo? Seguro de si?

Você já se sentiu bem com relação as outras pessoas? Você já se sentiu elegante? Já se sentiu uma pessoa bonita? Já teve a sensação de tudo estar resolvido? Você já se sentiu seguro com o seu futuro? Você já soube o que fazer?

Você já sentiu que sua vida estava perfeita? Você já pulou de alegria? Já amou sua vida? Já amou viver? Você já se amou? Seu amor já foi correspondido? Você já amou alguém do sexo oposto e sentiu reciprocidade? Você já teve certeza de que alguém do sexo oposto pudesse te amar algum dia?

Já?

Eu não.

13.7.11

Feliz dia internacional do Rock

Sem ideias, sem paciência. Queria tanto colocar algo criativo nesse post, mas não consegui. Foi tudo em cima da hora e não deu certo. Então considere esse post que não é post, uma homenagem ao maior gênero musical do mundo.

Rock até a morte

2.7.11

O que você quer ser quando crescer?

Andaram me cobrando sobre um texto que eu tinha prometido escrever. Um texto sobre o que eu quero pra minha vida profissional.

Bem, quando criança uma das coisas que eu mais fazia era assistir filmes de artes marciais. Bruce Lee, Jackie Chan, Jean-Claude Van Damme, qualquer filme de pancadaria chamava a minha atenção. Depois comecei a assistir filmes de ação tipo tiros e explosões. Rambo era um dos meus favoritos. Filmes do Arnold Schaweseilácomoseescreve também. Isso fez com que eu quisesse ser ator de filmes de ação. Exclusivamente para bater, atirar em pessoas e explodir coisas. Eu era uma criança.

Depois de tentativas frustradas de aprender Kung Fu, Taekwondo e Karate, eu desisti de tudo.

Outra coisa que eu fazia muito quando criança, era desenhar. Sempre recebia elogio de todo mundo por causa disso. Na escola, nas aulas de arte, eu era o aluno destaque. O pessoal sempre pedia pra eu desenhar pra eles. Em casa passava horas desenhando em cadernos velhos. Eu até cheguei a criar as minhas próprias histórias em quadrinhos nesses cadernos velhos. E daí quis ser desenhista.

Hoje já não desenho com a mesma frequência de antes. E com o tempo eu fui esquecendo esse negócio de desenhista.

Já quis ser programador de jogos eletrônicos por ser viciado em video games. Por causa do Nirvana já quis montar uma banda de Rock e sair fazendo shows pelo mundo, berrando em microfones e quebrando guitarras. Só que me faltou amigos, coragem e talento pra música.

Já quis ser até professor (não sei aonde eu estava com a cabeça)! Já quis ser psicólogo por achar psicologia interessante, mas não sei se ficar ouvindo o problema dos outros todo dia seria um bom negócio. Já quis ser escritor, já quis trabalhar com humor, já quis ser o Batman! Mas eu ainda amava filmes.

Com o passar dos anos o meu gosto por filmes evoluiu. Deixei um pouco pra trás os filmes "pipoca", "comerciais manjados", e passei a me interessar por filmes mais artísticos. Voltei a querer ser ator. Só que dessa vez um ator dramático. Então percebi que adorava criar histórias e já vinha fazendo isso com os meus textos e desenhos. Percebi também que adorava câmeras filmadoras e que o mundo do cinema me fascinava. E eu podia ser bem mais que um ator. Desde um certo tempo até agora, eu penso seriamente em me tornar um cineasta. Só que o que me desanima, é o fato da indústria brasileira de cinema ser muito fraca. Pra conseguir dinheiro para fazer filmes de boa qualidade e viver desse ramo, é uma coisa extremamente difícil nesse país. E para fazer alguma faculdade ou curso de cinema me falta dinheiro!

 Caso não consiga ser um cineasta, quero fazer algo parecido. Desde que eu seja o meu próprio patrão. Quero trabalhar com algo autoral. Algo artístico. Sei que de alguma forma eu me daria bem na área artística. Sinto que sempre tive aptidão pra isso e que se eu não trabalhar com algo envolvendo artes, não vou conseguir trabalhar com mais nada. Não sei bem se aqueles testes vocacionais funcionam, mas eu já fiz um monte deles e todos apontaram a área das artes como a ideal pra mim.

Adoro desenho, adoro música, adoro teatro, adoro grande parte dos tipos de arte que existem, e cinema é uma das que mais me fascinam. Adoraria ter uma carreira como diretor de cinema. Vontade eu tenho, o que me falta é dinheiro e oportunidade.



26.6.11

D.D.I. (Discagem Direta Interestelar)

Olá, podem me chamar de Andy. Não me chamo Andy mas podem me chamar assim mesmo. Como podem ver, eu sou um alien! Ou seja, sou completamente diferente de vocês terráqueos.

Nós aliens não somos como vocês pensam. Nós aliens somos altos, magros e feios. Somos bípedes como vocês, mas andamos curvados. Usamos roupas como vocês, mas não nos preocupamos com marcas. Afinal de contas, nós aliens nos vestimos com roupas, não marcas. Usamos calças jeans velhas e camisetas viradas do avesso intencionalmente.

Nós aliens também passamos pela adolescência, só que os nossos adolescentes não são como os seus adolescentes. A meta de vida dos adolescentes aliens, não é acasalar com uma fêmea em uma reunião barulhenta que vocês chamam de "festas" ou "baladas". Nós aliens nos importamos com coisas maiores. E ao contrário de vocês terráqueos, os aliens se sentem melhor sozinhos. Somos seres solitários.

Aliens gostam de ler, escrever, desenhar e ouvir Rock 'n' Roll. Não torcemos pra time de futebol nenhum, não temos partidos políticos nem religião. Não gostamos de esportes, nem de novelas, nem de carnaval e muito menos de puxar saco de celebridades. Sabe, nós aliens odiamos a escola. Estranho, não?

Nós aliens somos seres quietos, apáticos e preguiçosos. Não demonstramos muito os nossos sentimentos, mas nós temos sentimentos como vocês. De primeira vista, parecemos criaturas antipáticas e arrogantes. Mas não somos antipáticos e arrogantes. Nós nos importamos mais do que aparentamos nos importar. Odiamos mais do que amamos, mas não somos ruins. Temos coração, sofremos, vivemos amores platônicos, tropeçamos, caímos, erramos, sangramos, choramos, pensamos e escrevemos em blogs que ninguém lê.

Nós aliens temos muita dificuldade em nos comunicar com vocês terráqueos. Mas pretendemos estabelecer contato em breve. Sou Andy, um alien. E eu vim em paz.

                                     "A normalidade é um conceito de maioria"
                                                                            
                                                                                    - Richard Matheson

20.6.11

O grande longo agora

Estou sentado esperando ele chegar
Estou andando esperando ele chegar
Estou de pé, encostado na parede
Estou aqui nessa sala de espera
Nessa sala de espera, onde não estou sozinho
Mas fico sozinho do mesmo jeito.

Estou me preparando para embelezar o feio
Para normalizar o anormal
Para perdoar o imperdoável
Para parar de morrer e começar a viver
Me preparando para matar o velho em mim, e dar vida ao novo.
Para me renovar.

Nessa sala de espera eu sou um fantasma
Por livre e espontânea vontade
Por falta de coragem
Por excesso de covardia
Ou somente por evitar distúrbios.
Nessa sala de espera eu sou um fantasma nada camarada.

Subida interminável, espera incessante.
Daltônico, não vejo mais cores
Dizendo uma frase que não se acabou
Cego, finalmente enxergo o nada.
Dizendo "frase", esperando a minha vez.
Minha vez de encontrá-lo e então, encontrar companhia.

Esperando nessa sala de espera suja e podre
Onde ninguém se respeita
Onde eu tenho cheiro de inveja
Onde ainda torturam a minha mente
Onde palavras importantes são desperdiçadas
Onde o descaso reina, eu me sento e espero.

Fico aqui, mastigando cinzas de cigarro.
Fico ali, esperando o tempo morrer.
Fico naquele lugar, vendo tudo passar
Fico ancioso por ele chegar.
Minha salvação incerta, esperança coberta de pessimismo.
Demolindo as estruturas do meu comportamento de concreto.

Andando sem rumo, só pra me perder.
Sentado e curvado, só pra minha coluna entortar.
Em pé sem apoio, só pra me cansar.
Autodestruição, minha brincadeira preferida.
Autoconfiança, talvez esteja escondida.
Autoestima, sobe quando ela fala comigo.

Fico aqui nessa sala de espera, esperando sem certeza.
Por quê eu tenho certeza?
Prefiro passar por isso numa letargia tranquila
Estou me deteriorando esperando na fila.


                                                    -Inspirado na música "Big Long Now" do Nirvana

12.6.11

Feliz dia sem namorada

O lado bom de não ter namorada
É não precisar gastar dinheiro com nada,
Sem presentinho clichê, cartinha de amor manjada,
Ir e vir sem dar explicação forçada.
E nas meninas que passam dar uma olhada.

O lado bom de não ter namorada também,
É não precisar conhecer os pais dela.
Não ter que aguentar sua mãe tagarela,
O ciúme que o pai tem pela sua princesinha cinderela,
E a cachorrinha de estimação que morde minha canela.

Arranjar namorada é uma coisa complicada.
Das meninas sou sempre o motivo de piada.
Por pena dão risada, não tem como dar cantada.
Pessoas que passam o dia dos namorados sem alguém, ficam chateadas.
Não deviam estar preocupadas, já são 18 anos que passo sem namorada.
(E não digo nada).

Ah, se eu não ficasse tão nervoso perto de meninas bonitas,
Fico imaginando como isso seria.
Um namoro meu pouco duraria.
A menina comigo logo terminaria.
Tudo bem eu entendo, se eu pudesse até eu me dispensaria.

Não preciso fingir, e não finjo.
Esse negócio de namoro não é um problema.
E por falta de inspiração,
Vou logo encerrando esse poema.

Feliz dia sem namorada pra mim.

5.6.11

Lembrete Chato

Às vezes sinto que vocês, poucos leitores do Blog Chato, estão tendo uma má impressão sobre mim. Só pelo fato de quase nunca demonstrar importância às sugestões, elogios e críticas que vocês fazem nos "comentários".

Fiquem sabendo que sou chato, mas jamais um metido. Eu leio todos os comentários com atenção, aliás eu tenho que ler de qualquer maneira, pois eles são moderados e pulblicados por mim. E eu não leio os comentários só por obrigação, eu me importo com o que vocês acham. Posso não demonstrar essa importância, mas eu me importo. Então fiquem à vontade para elogiar, criticar, xingar, corrigir, dar sugestões de textos;  que eu farei o que puder para essas mesmas sugestões serem atendidas.

Outra coisa. Vi alguns poucos comentários de pessoas que se identificam e concordam com as coisas que eu penso/escrevo. Pessoas que aparentam ter dificuldades parecidas com as minhas. Pessoas que queriam conversar comigo. Peço para essas pessoas que não fiquem só nos comentários anônimos. Seria bom conhecê-los e conversar com vocês, seria bom conversar com todo mundo que lê o meu blog. Então caso vocês queiram, podem me mandar um e-mail com o seu MSN no andy.oliveira182@gmail.com .

É isso. Muito obrigado por você desperdiçar seu tempo lendo meus textos.

Sou inocente

Já que não posto faz tempo aqui no blog e que não tenho algo novo para postar, decidi publicar uma redação minha que fiz para a aula de Língua Portuguesa. A proposta era fazer uma redação argumentativa sobre um dos temas a seguir: Violência, aborto, sexo, leitura, política, pena de morte ou imprensa. Escolhi política.

Eu não acredito na política partidária brasileira. Já tenho idade o sulficiente para votar em eleições, mas sinceramente, se dependesse de mim, eu morreria de velhice sem nunca ver uma urna eletrônica de perto. Mas o Brasil é um país tão democrático que se eu resolver, democraticamente, não votar em eleições, tenho que pagar uma multa. Por isso quando for votar, não votarei em ninguém. Votarei nulo sempre que me derem uma oportunidade. Por quê? Porque eu não acredito na política partidária brasileira.

Grande parte dos nossos representantes em Brasília já demonstraram  diversas vezes que estão mais preocupados em encher o próprio bolso de dinheiro público e serem vistos como "herois do povo", do que com o estado desse mesmo povo. Muitos políticos, de muitos partidos diferentes. Diferentes? Todos parecem ser iguais! Basta chegar época de eleições para começar o show de promessas. "Eu prometo isso, eu prometo aquilo, vote em mim, minha gravata é bonita, vote em mim, sou contra a pedofilia, vote em mim, vote em mim, sou contra a homofobia, vote em mim".Falsas promessas e argumentos ridículos para ganhar voto do povo. E o pior é que o povo vota.

 As promessas são sempre as mesmas, os argumentos são sempre os mesmos, a intenção é sempre a mesma. E se eles querem ajudar mesmo o povo, por quê há eleições? Se querem alguma diferença no país, por quê não se juntam todos e compartilham os seus projetos entre si para o bem do povo? Gandhi e Martin Luther King não foram eleitos pelo povo, eles foram lá e fizeram a diferença. Che Guevara fez sua própria revolução.
  Já reparou que candidatos perdedores engavetam seus projetos para futuras eleições ao invés de passá-los para o candidato eleito? Por quê? Eles se preocupam com o bem estar do povo ou em serem eleitos? Pelo o que parece, eles não se preocupam com o povo que os elegem, mas só com eles mesmos. Então se é para escolher entre o sujo e o mal-lavado, eu prefiro não escolher.

Aí você diz "votando nulo você não está fazendo diferença nenhuma". É, eu sei. Eu não faço a diferença. Quem faz a diferença é a maioria, mas enquanto a maioria concordar em gastar o seu próprio dinheiro em fantasias, carros alegóricos, purpurina e obras de estádio de futebol que nunca começam, não haverá diferença nunca. E na hora de fazer o que o brasileiro mais faz, que é reclamar, somente eu terei esse direito. Pois sou inocente. A culpa não é minha. Eu não votei em ninguém. Você votou. Votou errado pra variar. Agora aguenta.



29.5.11

Falando sobre a morte

Ninguém gosta de falar na morte. Quem gosta? "A morte é um assunto ruim e desagradável", eles dizem. É, de fato a morte é sim um assunto ruim e desagradável. Mas nós falamos em tantos assuntos ruins e desagradáveis todos os dias. Com a diferença que na morte, alguém morre.

Eu falo sobre o assunto "morte" com a mesma naturalidade que falo sobre qualquer outro assunto. A morte é só mais um assunto de muitos outros assuntos. Não me incomodo, nem tenho medo nem receio de falar sobre ela. A morte só faz o que ela tem de fazer: Matar pessoas. Matar pessoas e entristecer outras. Não há motivo porque não falar sobre ela e ponto final. Morreu o assunto.

Acontece que as pessoas tem um certo medo de falar na morte. Eu não sei se elas acreditam que, de alguma forma, quando se fala na morte você esteja atraindo-a para você ou para alguém que você goste. Eu não acredito nisso. "Medo de atrair a morte", como se elas não fossem morrer de qualquer maneira. Bem, com a morte é sempre assim "quanto mais tarde melhor". Ninguém quer morrer cedo. Mas quem disse que podemos escolher?
Considerando o suicídio podemos escolher quando morrer, mas não quando não morrer. A morte é como a visita de um parente indesejado, chega sem avisar. A morte pode chegar e levar qualquer um de nós ou qualquer um de nossos amigos e familiares a qualquer momento. Ela pode chegar ano que vem, mês que vem, semana que vem, amanhã, agora. Nunca se sabe. Ela pode levar qualquer um de nós a qualquer momento sem dar satisfações.

As pessoas se sentem tão incomodadas em falar na morte, talvez porque não haja muito o que dizer. Ou por trazer lembranças ruins. Lembranças tristes.

A morte pode nos afetar de muitas maneiras. Podemos morrer, alguma pessoa próxima de nós pode morrer ou uma pessoa muito próxima de uma pessoa próxima da gente pode morrer. Com excessão da primeira situação, podemos ser atingidos pela tristeza com todas as outras situações. E se você não for um egocêntrico sem coração, podemos nos sensibilizar até mesmo com a morte de uma pessoa não muito próxima da gente. Alguém que não conhecemos pessoalmente. Descobri isso a pouco tempo atrás.

Tinha essa garota chamada Jéssica. Ela estudava na mesma sala de aula que eu desde 2009 até 2 semanas atrás. Apesar de 2 anos estudando com ela, nunca trocamos uma palavra. Talvez um "oi" que eu não me lembre. Mas mesmo assim, nos víamos todos os dias na escola. Eu via ela chegando, via ela conversando, via ela dando risada e via ela indo embora com as suas amigas. Eu apenas via, nunca falava.

Não a conhecia bem, mas pelo o que eu via, ela era uma garota de bom coração. Não era como a maioria das pessoas da minha escola. Ela sentava no fundão junto com os bagunceiros, mas não era bagunceira. Era falante, bem comunicativa, amigável, meiga e cheia de vida.
  Na terça-feira passada, dia 24 de Maio, a minha sala finalmente ficou calada o horário de aula inteiro. Não exatamente calada, muitos choraram na verdade. Naquele dia recebemos a notícia da morte de Jéssica após uma semana em coma induzido.

Jéssica sofrera um acidente de moto, quando estava de carona com um amigo. O cara quebrou os dois braços mas sobreviveu. Ela não.

No primeiro momento me espantei com a notícia. Fiquei chocado, e então me comovi. Me comovi com a morte de uma menina que mal conhecia, mas via todos os dias. Mesmo não sendo um amigo próximo dela, me senti quase tão mal quanto os seus melhores amigos.

A sensação de tê-la visto pela última vez, sem saber que era a última vez e depois ter certeza de que nunca mais a veria de novo, é inexplicavelmente estranha. Estranha e triste. Foi tudo tão inesperado e repentino. Ninguém da minha sala nunca pensou que vivenciaria a morte daquela menina. Foi uma surpresa. Uma surpresa ruim.

Depois de alguns dias de luto, as aulas voltam na segunda-feira. Não sei como vou encontrar os alunos da minha sala e professores depois de tudo isso. Não sei como a minha sala será daqui pra frente. Só sei que a Jéssica não verei mais.

A morte me mostrou que eu me importava com pessoas que eu, até então, pensava não me importar. Me mostrou que eu, na escola, não era o egocêntrico sem coração que as pessoas pensavam, ou que até eu mesmo cheguei a pensar ser. A morte me surpreendeu novamente.

22.5.11

Andy

Sempre fui esse sujeito meio esquisito
confuso sobre si, confuso sobre a vida.
Nunca soube lidar com as coisas
minha história bem resumida.

18.5.11

Leia o texto e seja feliz

Nasça e cresça saudável, todos vão ficar felizes.
Obedeça a mamãe e o papai, eles ficarão felizes.
Vá para a escola e acredite em tudo que o professor fala, ele vai ficar feliz.
Escolha uma religião para seguir, Deus ficará feliz.
Não questione nada nem ninguém, eles ficarão felizes.

Seja uma boa pessoa e obedeça todas as regras, todos ficarão felizes.
Use as roupas que seus amigos usam, você vai pensar que está feliz.
Agrade sempre as pessoas a sua volta, elas ficarão felizes.
Não faça o que você quer fazer, faça o que os outros querem que você faça, todo mundo vai ficar feliz.
Não pense, apenas aceite, eles vão ficar felizes.

Não escolha um emprego bom pra você, escolha um emprego bom para o seu bolso, e você vai pensar que está feliz.
Case-se com alguém e seja feliz para sempre.
Foda com a sua vida e se afunde na merda, você vai pensar que está feliz.
Tenha filhos, todos ficarão felizes.
Morra e acabe com o seu trabalho no mundo, alguém vai ter que ficar feliz.

16.5.11

Oi, tudo bem?...

...Eu tô bem. Sim. É. É isso. Eu estou te constrangendo? Bem, eu também estou constrangido. Você está esperando que eu diga alguma coisa? Bem, eu não sei o que dizer. Por quê você não fala alguma coisa? Pode me perguntar o que quiser, eu respondo. Sim. Não. Respostas curtas. Desculpa, eu só consigo te dar respostas curtas no momento. Nada de grandes discursos, nem de "e você?".

Queria puxar assunto com você. Mas não consigo. Não, eu não sou mudo, nem mal-educado. Eu só sou tímido demais. Não me entenda mal, por favor. Eu não queria te constranger assim. Me desculpe. Eu sei que pareço antipático, metido e egocêntrico, mas não sou. Eu não sei me prolongar numa conversa. Eu não sei o que dizer nem o que perguntar. Não vá embora agora. Não desista de mim.

Eu te acho interessante e queria muito te conhecer melhor. Sei que você não deve pensar o mesmo sobre mim. Eu queria tanto ser interessante e legal. Uma companhia agradável. Talvez eu seja legal e interessante, só que eu não consigo reconhecer isso em mim, nem mostrar isso para as pessoas.

Uma coisa eu te garanto:

Eu sou melhor que aqueles caras que ficam ao seu redor, rindo e dizendo serem seus amigos. Melhor que eles em muitos aspectos.

Se você me desse uma chance de te mostrar que não sou tão chato e vazio quanto aparento ser. Eu só preciso falar. Falar alguma coisa. Não qualquer coisa. Mas alguma coisa. Droga, vocês fazem parecer tão fácil e tão...Natural. Por quê pra vocês é a coisa mais fácil do mundo, e pra mim é uma coisa tão complicada, complexa, misteriosa. Eu juro que se houvesse um livro chamado "Manual de Como Começar Uma Conversa e Parecer agradável: Como Causar Uma Boa Impressão Nas Pessoas" eu não pensaria duas vezes em comprar.

Mas é sério, eu te acho interessante e...Eu te deixei entediada. Você virou as costas e se afastou. É eu sei. Isso sempre acontece. É sempre assim. Todo mundo vira as costas e se afasta. Eu não os culpo. O culpado sou eu, não eles. Eu, não você.

Antes disso começar a ficar meloso, eu vou parar. Parar de pensar e continuar aqui parado, de braços cruzados, encostado na parede, olhando pro nada com cara de malvado. Feito um segurança de boate. Vou ficar aqui esperando algo acontecer. E eu espero que aconteça mesmo, porque eu já esperei demais.

13.5.11

Hoje não tem presente

Domingo passado foi o dia das mães. Eu fiquei mal. Não por causa do dia das mães, mas por causa do presente do dia das mães. Toda data que devemos presentear as pessoas, seja o dia das mães, dos pais, natal ou até o aniversário de alguém, eu sempre fico meio mal por não saber comprar presentes. Eu nunca sei o que a pessoa vai querer, se vai gostar ou não,  se já tem o que eu vou dar e etc. Seria mais fácil se pudéssemos ler a mente das pessoas. Eu sei que dizem que a intenção é o que importa, mas a pessoa não quer intenção, quer presentes.

Não sei se sou meio complexado com essa história de presentes, talvez eu seja. Mas se eu for mesmo, acho que foi por causa de um trauma do passado.

Quando eu era criança, em mais um de muitos dia das mães, meu pai levou nossa família para o shopping. Eu, meu irmão, minha prima (que na época morava na minha casa) e minha mãe. Meu pai nos deu uma certa quantia em dinheiro e disse para nós comprarmos qualquer coisa para a minha mãe. Seria o presente de dia das mães pra ela.

No momento fiquei em dúvida. Meu pai tentou me ajudar e disse que minha mãe adoraria ganhar um brinco, uma pulseira ou alguma coisa do tipo. Não sei porque diabos pensei que um brinco não seria um presente bom pra ela. Daí achei que ela preferiria um livro. Lembrei do nome da autora que ela disse que gostava e não hesitei em comprar um livro da Clarice Lispector. Satisfeito, e com a maior certeza de que ela ia gostar do presente que eu comprei com tanto gosto, voltamos para o carro.

Dentro do carro meu irmão e minha prima entregaram seus respectivos presentes para minha mãe, lembro-me da expressão em seu rosto, ela estava adorando. Até que chegou a minha vez. Entreguei alegremente o presente nas mãos da minha mãe, ela rasgou o papel de presente, olhou para o livro, olhou para mim, sua expressão facial mudou. Meu castelo de alegria desmoronou quando ela disse que já tinha aquele livro e preferia um brinco. Ela tentou dizer tudo isso forçando um sorriso para amenizar as coisas, afinal eu era apenas uma criança. É eu sei, ela podia ter mentido. É o que todo mundo faz quando não gosta de um presente que recebeu. Mas acontece que ela é muito sincera às vezes, e pra falar a verdade eu prefiro assim.

Naquele dia só me restou admirar a cidade pela janela do carro do meu pai enquanto voltávamos pra casa. Tentando conter aquela leve vontade de chorar, eu sabia que não teria mas a facilidade que tinha para comprar presentes para as pessoas.

Hoje, ao invés de presentear as pessoas, eu prefiro dar dinheiro à elas. Assim elas podem escolher o que querem e comprar. Também prefiro receber dinheiro do que presentes. Acho melhor.

Domingo passado, no dia das mães, preferi não arriscar e dei pra ela 30 reais. Era tudo o que eu tinha. Ela gostou. Eu nem tanto. Queria dar pra ela algo mais. Mas não sei o que. Mas tudo bem, domingo passado não foi o dia das mães, foi o dia do comércio. Dia das mães é todo dia.


Falando em presentes, queria agradecer mais uma vez aos meus primos que me deram uma camiseta do Nirvana no meu aniversário de 18 anos em janeiro. Ir até o centro da cidade no final do dia, enfrentar trânsito e ônibus cheio e ainda acertar no presente não é pra qualquer um. Muito obrigado.

7.5.11

Ídolo - Parte 2 (Kurt Cobain)

"Pelo o que eu consigo me lembrar, os primeiros anos da minha vida foram muito felizes. Gostava muito de ler e desenhar, foi uma infância muito boa. Eu tinha tudo sob controle e sabia que podia fazer tudo que eu quisesse. Não existia nenhum tipo de problema, obstáculo e nem preocupação naquele tempo.
Cresci de um modo muito isolado. Tornei-me anti-social.. Comecei a compreender a realidade do universo em que vivia, e que tinha muito pouco para me oferecer. O lugar onde eu cresci era bem pequeno e eu não encontrava amigos de quem gostasse, que fossem compatíveis comigo ou que gostassem do que eu gostava.

Na escola eu era uma espécie de bode expiatório. Não que os outros se metiam muito comigo. Não implicavam comigo e nem me batiam em dada altura, porque eu já vivia num grande isolamento. Era tão anti-social que raiava a demência. Me sentia tão louco e diferente das outra pessoas, que todos acabavam me deixando em paz. Eu odiava algumas pessoas, só por elas não atenderem as minhas espectativas. Ficava puto por ter de conviver com os mesmos idiotas de sempre, todos eram iguais, eram como cópias uns dos outros. Eu era visto como um psicopata, do tipo que traria uma AK-47 pra escola e atiraria em todo mundo. Eu queria fazer parte de um grupo, mas não do grupo dos garotos populares."

O pequeno texto acima é de Kurt Cobain, vocalista, guitarrista, principal compositor e líder da minha banda de Rock favorita, o Nirvana. Se você já acompanha o Blog Chato por um tempo, provavelmente deve ter notado algumas semelhanças entre os meus textos de desabafo e o texto de Kurt. O grau de identificação que eu tenho com Kurt é assustador. Comecei a me auto-proclamar fã de Kurt Cobain depois de ler a sua biografia "Mais Pesado Que o Céu" de Charles R. Cross, e de ter assistido o documentário "Kurt Cobain - O Retrato de uma Ausência". Foi aí que eu tive a oportunidade de conhecê-lo sem jamais tê-lo visto pessoalmente. Foi aí que eu me encontrei em Kurt Cobain. Me encontrei na sua história de vida.

Sua infância ingênua e feliz, sua adolescência solitária e depressiva, na dificuldade de arranjar amigos "compatíveis" com os seus gostos, no interesse pela arte, no desgosto pela escola, na ânsia de finalmente sair do lugar onde morou por muito tempo, nos pensamentos pessimistas da vida, no amor pelo Rock, nos problemas emocionais, na busca incessante por uma identidade, na falta de compreensão por parte das pessoas que o cercavam. Está tudo lá

E como eu já havia dito no texto anterior, eu costumo respeitar e admirar pessoas que eu me identifico ou que me agradam com o seu trabalho e o seu talento. Kurt Cobain conquistou a minha admiração em ambos. Tanto na minha identificação com sua história de vida e personalidade, quanto na composição e som das suas músicas. Dizem que o Nirvana conseguiu o suceso que teve no começo dos anos 90, porque suas músicas (grande maioria composta pelo próprio Kurt) expressavam tudo que uma geração inteira de jovens sentia e pensava, mas não sabia por pra fora. Eu me sinto como um desses jovens. As músicas do Nirvana me atraem de uma maneira muito forte. Desde a voz rasgante de Kurt, até o som barulhento e sujo da sua guitarra. Há algo nessas músicas que me faz sentir bem, além de me trazerem velhas memórias nostálgicas de bons tempos que não voltam mais.

E por essa forte admiração que sinto por Kurt Cobain, me sinto melhor comigo mesmo, penso que as coisas vão ficar melhores. Graças a Kurt Cobain eu enxergo esperança. Foda-se que ele era um drogado suicida. Ele não foi, não é e nunca será um mau exemplo pra mim.

No último dia 05 de Abril, completaram-se 17 anos de sua morte. Por isso quero que todos que leram esse texto até aqui, encarem esse post como uma homenagem a Kurt. Não uma simples homenagem de um simples fã do Nirvana.

Mas uma homenagem de um fã que leu, ouviu e entendeu (pelo menos um pouco) o lado sensível e humano desse grande artista, que ficava além da imagem do Rockeiro de cabelo desarrumado e roupas rasgadas.

Uma homenagem de um cara que vivia seus dias de criança escutando e cantarolando as músicas do seu ídolo, sem ao menos entender o que essas canções diziam, mas sentindo que ali estava o som que inspiraria e emocionaria a sua vida.

Que ali estava a voz do seu grande herói do Rock.

Kurt Cobain pode ter morrido, mas o meu respeito e admiração viverão para sempre. Juntamente com o seu legado.

KURT DONALD COBAIN 

20 DE FEVEREIRO DE 1967 A 05 DE ABRIL DE 1994

4.5.11

Ídolo - Parte 1

Fãs e essas coisas...

 Vou dividir esse texto em 2 partes para não ficar sem nexo (não que esse texto seja bom). E como pedido de uma leitora do Blog Chato, nesse texto, pretendo falar de uma coisa que me agrada: Pessoas talentosas que me identifico.

Não sei como alguém consegue fãs só por participar de um Reality Show chato, ou por usar uma micro saia rosa. Costumo respeitar ("pagar pau") e admirar pessoas que eu me identifico ou/e me agradam com seus trabalhos e talentos. Pessoas que fazem alguma coisa. Não sou puxa-saco de celebridades, não de qualquer uma. Pra mim existem ídolos, que são pessoas que eu sou realmente fã, e pessoas que eu admiro muito, que são pessoas que eu admiro muito porém não chego a ser fã.

As pessoas usam o termo "fã" muito erroneamente hoje em dia. Pra mim, fã que é fã, não basta gostar do trabalho do seu ídolo. Mas também, pelo  menos, saber um pouco sobre o mesmo, como o nome real e data de nascimento. Se não, não é fã. Outra coisa que eu quero falar é sobre o "fã-natismo". Eu acho qualquer forma de fanatismo deplorável e desnecessária. Eu tenho alguns poucos ídolos, e mesmo se eu os encontrasse, não ficaria pulando, gritando, chorando e implorando por um autógrafo ou foto; como essas fãs abobadas de Restart e Luan Santana. Não precisamos agir com histeria, os nossos ídolos não são seres etéreos e onipotentes, são apenas pessoas como eu e você com alguns talentos a mais. (ou não).

E só pra encher o saco, eu vou citar algumas das personalidades que eu admiro e/ou sou fã, mesmo você não querendo saber:

Na literatura eu admiro muito o trabalho de Stephen King e Chuck Palahniuk, por suas histórias realistas e assustadoras, e narrativas e personagens bem desenvolvidos.
Stephen King

Chuck Palahniuk













No cinema eu admiro muito o trabalho de M. Night Shyamalan e Quentin Tarantino, pelos seus roteiros surpreendentes e estilos originais e inconfundíveis de filmar.

M. Night Shyamalan
Quentin Tarantino











Como atores eu admiro muito o trabalho de Edward Norton e Johnny Depp por serem versáteis e verossímeis em suas atuações.

Edward Norton
Johnny Depp












Na comédia Stand Up eu sou fã de George Carlin pelo seu olhar esperto e capacidade de tirar piadas de assuntos polêmicos...E é claro,  por ele ser muito foda. Sou fã também do Danilo Gentili, pela sua visão crítica, anarquista e bem humorada do mundo, e a sua autênticidade e capacidade de ser sincero e verdadeiro num Brasil da falsidades e hipocrisias.

George Carlin
Danilo Gentili











Já na música, sou um grande admirador de Layne Staley pela sua voz comovente e potente. E considero Kurt Cobain o meu maior ídolo...


Layne Staley
                                                        










                                                                             ... continua na parte 2.