30.12.12

Post clichê de retrospectiva do ano

2012 pra mim foi um ano de aprendizado. Aprendi muita coisa nova. Coisas que eu já devia ter aprendido faz tempo e coisas que eu já sabia mas me serviram de "revisão". Logo no início de janeiro fui admitido na farmácia do sogro do sócio do meu pai. O emprego serviu como um bom treinamento para a vida social. Nele também aprendi a lavar banheiros, passar pano no chão e usar a máquina de cartões. Aprendi a lidar um pouco melhor com as pessoas e que a vida de trabalhador é cansativa demais. Depois de dois meses nesse emprego, fui demitido. Então aprendi que não se deve esperar coisas boas da vida. Quanto maior for a sua expectativa, maior é a decepção.

Depois de cinco longos meses desempregado, acabei aprendendo que procurar emprego é uma das coisas mais chatas e desanimadoras que existem. Ainda mais quando todos os empregos disponíveis são empregos que você detesta. Em agosto meu primo me indicou para uma empresa de segurança e acabei virando porteiro. Não era bem o que eu queria mas foi o emprego "menos pior" que consegui encontrar. Você não faz muita coisa e ganha um dinheiro razoável.

Por causa desse trabalho, aprendi a andar de trem/metro. Sim, estou beirando os 20 anos de idade, e só fui aprender isso agora. Só para vocês terem uma ideia do meu isolamento.

 Por esse ser meu primeiro emprego de carteira assinada, aprendi a manusear minha conta no banco, usar o cartão de crédito. Aprendi a dar nó em gravata, engraxar o sapato e que trabalhar a noite te destrói aos poucos.

Aprendi que quando você revela que ainda é virgem para o seu colega de trabalho, ele começa a demonstrar uma estranha preocupação com a sua vida sexual. Então aprendi a entrar em contato com prostitutas mais facilmente.

 Aprendi a mexer em smartphones, e que celulares não foram feitos pra mim.

Aprendi que não se deve confiar em psicólogas de vinte e poucos anos. Aprendi que amar machuca, e que sou dependente do Blog Chato. Espero que em 2013 ocorram mudanças na minha vida. Mudanças boas e drásticas. Quero essas mudanças. Preciso dessas mudanças. Preciso muito.

Tenha um bom 2013.

24.12.12

O sono, o tédio e o zumbi

Estou vivendo como um morto. Já estou há quatro meses trabalhando a noite, virando a madrugada acordado. Me transformei num zumbi. Estou com sono todo o tempo. Principalmente quando estou em casa. No trabalho quem me acompanha é o tédio. Meu velho companheiro de anos e anos. Trabalho como porteiro num prédio comercial. E depois de uma certa hora não há muito o que fazer num edifício vazio. Não posso dormir pois há câmeras me filmando a todo momento. Tem quatro computadores no local, só falta a internet.

Escolhi trabalhar a noite pela tranquilidade. Tudo é mais corrido, movimentado, gente saindo, gente entrando, é um caos. Não consigo trabalhar no caos, e como vocês já sabem, não me simpatizo muito com certo número de gente.

O tédio vem da falta do que fazer. Quando não se tem nada pra fazer você não faz nada, e fica olhando o tempo passar com aquela horrível sensação de que 10 minutos equivalem a 1 hora. O melhor remédio pra isso é a distração. Quando você se distrai com alguma coisa, o tédio é anulado e o tempo parece acelerar. Por isso toda noite em que trabalho é sempre uma nova busca por distrações. Vasculho o lixo da recepção procurando por jornais velhos para ler, faço desenhos em pedaços de papel velho, subo no terraço do prédio e fico apreciando a vista da cidade, às vezes até urino lá de cima para demonstrar todo o meu carinho pelo meu emprego. Também fico observando a rua pela porta de vidro do prédio. Tanta coisa bizarra acontece a noite na rua.

Daí bate o sono. Luto contra o sono e fico acordado. Enquanto você dorme eu estou acordado. Enquanto você está na "noitada" eu estou tentando ficar acordado olhando para telas de computador. E quando você acorda para ir trabalhar eu estou indo para casa dormir. Em casa saio do tédio e fico no sono, volto a ser um zumbi. Um zumbi jogando vídeo game, um zumbi almoçando, um zumbi navegando na internet, um zumbi escrevendo um texto sem pé nem cabeça para o blog. Afinal o que você queria? O nome do blog é Chato, Blog Chato. E eu sou um zumbi chato. Não dá pra esperar muita coisa, né?

10.12.12

Discutindo a discussão

Política não se discute. Religião não se discute. Isso não se discute. Aquilo não se discute. Isso é geralmente desculpa de pessoas mentalmente preguiçosas, ou pessoas que têm medo de ter seus argumentos derrubados porque não sabem defender suas opiniões.

 Essas mesmas pessoas costumam dizer: "Cada um com sua religião (ou partido político etc.)", mais uma forma de se dizer que tais assuntos não podem ser discutidos, pois cada um tem o de sua preferência e não há razão para se discutir.

 Essas mesmas pessoas vão mais longe ainda quando afirmam que, discussões são uma perda de tempo, um esforço desnecessário e não leva a lugar nenhum. Mais uma vez uma forma desesperada de tentar manter aquele assunto impertinente num pedestal intocável, fora do alcance de críticas e debates.

Fique sabendo que sim, esses assuntos não só podem, mas devem ser discutidos. Não discutir é deixar como está. É não tentar resolver o assunto. É não tentar quebrar o tabu. Evitar discussão é celebrar a ignorância.

 "Cada um tem o seu, e não se discute". Não, não é tão simples assim! Se tal assunto causa algum  tipo de impacto na sociedade, como, mais uma vez, religião e política, (sim estou dando ênfase nesses dois assuntos em específico pois acho que são os melhores exemplos) então se tem quase a obrigação de se discutir sobre o assunto.

 E se você acha que discussões e debates são uma perda de tempo e não levam a nada, pense de novo, e não se engane, por favor. Discussões sempre levam a algum lugar. Pelo menos um lado sempre sai aprendendo algo novo. Como desenvolver, melhorar ou reforçar um argumento por exemplo. Pode ter certeza, quando um debate entre pessoas inteligentes é bem executado, essas mesmas pessoas saem mais preparadas para um próximo "round". Saem com a mente mais aberta. Bons debates chegam até a instigar o raciocínio, a reflexão. Pode fazer você repensar, reconsiderar sobre um assunto, e quem sabe talvez, chegar a uma nova conclusão.

 Debates e discussões são essenciais para o seu desenvolvimento individual e coletivo. Essenciais para o desenvolvimento da sociedade.

3.12.12

Blog Chato: A Novela

Talvez vocês estejam se perguntando: "O quê? Um novo post? Mas aquele idiota não tinha declarado esse blog oficialmente morto?" Bem, sim. Mas é com muita vergonha na cara que venho informá-los que, eu estou ressuscitando o Blog Chato.

Sim, eu voltei atrás. Sim, eu me arrependi. Sim, eu sou um idiota. Encerrar o blog foi uma decisão precipitada, mal pensada, estúpida. Eu me encontrava numa crise depressiva na hora. Quando estou numa crise não raciocino direito, e quero desistir de muita coisa importante pra mim. O Blog Chato é importante pra mim, com ou sem criatividade. Serve como terapia às vezes, sabe?

Acontece que eu passei horas dentro da minha cabeça pensando e cheguei na conclusão que as coisas não deviam acabar assim. Ideias novas surgiram, uma vontade de escrever surgiu, pensei muito nos leitores, li comentários antigos e pensei: "Eu preciso voltar." E voltei, e agora sim, prometo posts novos toda semana, em breve vou começar uma série mensal de recomendação de filmes pouco conhecidos e textos um pouco mais diversificados, porque posts sobre a minha infelicidade já estão um pé no saco.

Só quero pedir uma coisa:
Se você leu esse post e acompanha meu blog, comente aí em baixo um "Eu leio", só para eu ter uma ideia de quantos leitores eu perdi com essa mancada que eu fiz. Ok? Enfim, obrigado pela colaboração, desculpem o transtorno e o Blog Chato respira de novo.

28.11.12

2 anos de Blog Chato, e a sua morte

Hoje, dia 29 de Novembro de 2012 fazem dois anos que o Blog Chato está no ar. Mais uma vez eu agradeço vocês que leram, acompanharam e comentaram. Mas vamos direto ao ponto.

Estou encerrando minhas atividades aqui no blog. Dessa vez é sério. Pensei muito nisso e cheguei a conclusão que não dá mais, já deu o que tinha que dar. Não deletarei o blog, ele ainda continuará aqui. só não vou mais postar nada. Vou abandoná-lo. Desculpem leitores mas é que as coisas já não são mais o que eram antes.

Falta de inspiração, falta de criatividade e uma desmotivação enorme é o que eu tenho sentido nos últimos meses. Eu até tentei tirar bons textos à força da minha cabeça para tentar atualizar o blog mas não dá mesmo. As coisas eram boas antigamente quando os textos vinham naturalmente na minha cabeça, mas agora sinto que está tudo forçado demais.

O Blog Chato nasceu do ócio criativo, e o ócio já não é tão intenso quanto era antes. Além disso, como vocês já devem ter percebido, ultimamente estou passando por uma fase ruim aqui. Acho que precisarei de um novo psicólogo em breve.

Muito obrigado mesmo leitores do Blog Chato. Leitores que se foram e leitores que permaneceram. Obrigado àqueles que quiseram me conhecer e viraram amigos. Obrigado pelos elogios e incentivos e por compartilharem suas opiniões e histórias aqui comigo. Desculpem, mas infelizmente esse blog está oficialmente morto.

Até um dia qualquer.

25.11.12

Quando a dor começou

Até uns 6 anos eu era bem diferente do que sou hoje. Até uns 6 anos atrás eu era muito ingênuo. Ingênuo o suficiente para não perceber a realidade a minha volta. Ingênuo a ponto de não perceber as coisas boas que eu tinha na época. A ponto de não ver a adolescência chegar e ir embora. Não percebi a adolescência passar, quando fui ver ela já tinha ido. Enquanto a cabeça dos jovens de 13, 14, 15 anos da minha escola estava ocupada com celulares de última geração e primeiros namoros, eu ainda brincava com bonecos e agia como criança. Daí quando esses mesmos jovens completaram 17, 18 anos e se preocupavam com Smartphones e sexo, minha mentalidade deu um Fast forward e virei um adulto. Adulto problemático e mal acostumado, mas ainda assim um adulto. É como se eu tivesse pulado da infância direto para a idade adulta.

E foi quando eu sai da ingenuidade que tudo começou. As coisas boas e as ruins. As coisas novas. E essa dor. Dor que percorre o físico até o psicológico e termina rasgando o emocional. A dor da terceira idade que tritura os ossos da minhas costas de 19 anos. A dor do medo e da dúvida, de não ter certeza se as coisas continuarão as mesmas ou mudarão daqui pra frente. A dor do angustiante e desesperador vazio.

A última menina que me apaixonei, o meu amor idealizado, aquela que tinha o poder de curar todas as minhas dores só de se aproximar de mim. Ela me encontrava sentado, e por trás de mim, costumava apoiar-se com as duas mãos nos meus ombros. Adorava quando ela fazia isso. Ela disse uma vez que eu tenho ombros largos. E por isso, não sei porque motivo, comecei a pensar se a razão das dores nas minhas costas eram psicossomáticas. Então não sei quem disse, que as minhas costas só doem por motivos físicos. Sou alto, tenho ombros largos e sou sedentário. Isso já seria o bastante para causar essa dor horrível. Lembro-me de todas essas dores começarem praticamente juntas, na mesma época. Até uns 6 anos atrás não as sentia, nenhuma delas. Pois eu estava anestesiado pela ingenuidade. O suficiente para não perceber a realidade a minha volta. Quando a minha ingenuidade se foi, e a minha percepção da vida e do mundo veio, e trouxeram a dor junto com eles. A vida é dor. Viver dói.

18.11.12

Uma rapidinha

Não é tão simples assim. Sabe quando te encontram e fazem aquela clássica pergunta "oi, tudo bem?" eu quase sempre digo que está. Mas na verdade nunca está TUDO bem.

 Não, não está tudo bem, mas você sabe como é, né? Estou num abismo, me equilibrando no fio da vida. A qualquer momento posso perder o equilíbrio e cair. Às vezes me dá vontade de pular logo. Não, não está tudo bem, mas tudo bem.

 Então por que não dizer logo a verdade? Por que respondemos "Tudo bem sim, e você?" quando na verdade não é verdade?

Talvez porque se admitirmos e respondêssemos "Não, tá tudo uma merda, e você?", soaria muito agressivo mesmo não sendo. Ou talvez porque se respondêssemos que não está tudo bem, a pessoa poderia perguntar algo como:
"Sério? Por quê? Conta pra mim quais são seus problemas?" aí você teria que remoer e dissertar sobre coisas que você gostaria de esquecer pelo menos por alguns minutos.

 Ou muito pelo contrário, a pessoa poderia perder totalmente o interesse na conversa, pois afinal é difícil encontrar pessoas que se interessem pelos seus problemas. Mesmo que você pague, elas poderiam fingir se importar por um tempo, aí depois ela falaria sobre uma última consulta, aí depois nunca mais ligaria, aí você tentaria ligar pra ela e ela desligaria o telefone na sua cara e começaria a te evitar. Sabe como é, né...

Bem, esse foi um pensamento rápido meu que decidi postar no blog. Minhas ideias acabaram então vou encerrar aqui, até mais.



PS: Prometo fazer posts com mais frequência. Sério.

28.10.12

Chatice nível "Expert"

Minha psicóloga está me evitando. Sim, verdade. Bem, não tenho provas disso mas tudo indica que sim, ela está me evitando. Comecei minhas consultas com ela em fevereiro de 2011, e assim foi até outubro do mesmo ano.

 Depois de uma conversa que ela teve comigo e com meus pais, ela me avisou que aquele seria nosso penúltimo encontro e que ligaria para marcarmos o último, para então voltar com as sessões de terapia no ano seguinte. Acontece que ela nunca ligou, e nunca tivemos nosso "último encontro". Eu e meu pai tentamos ligar para ela mas ninguém nunca atendeu.

 Em fevereiro de 2012 meu pai conseguiu falar com ela. A mesma disse que voltaria a me atender em março.

 Já no final de março eu mesmo liguei para ela. Ela atendeu, perguntei se era ela, ela ignorou minha pergunta e disse para eu me identificar, logo após eu dizer meu nome a ligação "caiu".

 Depois de alguns dias voltei a ligar pra ela. Ela atendeu, tivemos praticamente a mesma conversa, e a ligação caiu outra vez, no mesmo ponto.

 E isso aconteceu de novo todas as 3 vezes que voltei a ligar pra ela.

 Agora me digam, não seria muita coincidência a ligação supostamente cair, todas as 4 vezes que liguei para ela, sempre após eu me identificar?

 Pois é, tudo indica que ela está fugindo, me evitando.

 Acho que me superei na chatice. Espantar uma pessoa treinada para ouvir e ajudar gente chata não é pra qualquer um. Quero dizer, se ela ao menos tivesse um bom motivo para estar fazendo isso, ela teria ligado, me explicado, teria me dado os motivos. Nada justifica fugir assim.

 Lembro que eu costumava falar pra ela:
- Você deve me achar chato, né? Deve achar um tédio nossas conversas.
Ela sempre respondia:
- Se eu tivesse te achado chato, eu já teria te passado para outra psicóloga...
...Hum, sei.
Escrevi esse texto e postei aqui, não só porque achei que seria um texto irreverente e curioso, mas também porque ela conhece o Blog Chato. Então doutora, se por acaso ler esse post, ligue pra mim e não desligue na minha cara. Dizer a verdade é melhor do que fugir. Você me deve explicações, boas explicações!

                                                                               Obrigado.

2.10.12

O sujeito da mente fechada

Estávamos conversando, eu e esse cara do meu trabalho que fui meio que forçado a conhecer.
Não demora muito e a conversa vira um monólogo. O sujeito fala, fala, fala, fala e eu vou apenas acenando a cabeça concordando com tudo. Até que ele pergunta:
- Não vai falar nada? Porque você não fala alguma coisa? Estou faz tempo aqui falando e você aí calado só balançando a cabeça!
Calmamente eu retruco:
- Bem, o que você quer que eu diga?
Ele responde:
- Ué, não sei. Você é sempre assim calado? O que você faz para se divertir com seus amigos?
- Não tenho muitos amigos na verdade.
- Como assim?- Ele pergunta indignado.
- Bem, como é que se faz amigos?
- Conversando.- Ele responde.
- Então, como você já percebeu, conversa não é o meu forte.
- O que você faz para se divertir?
Então volto para a mesma velha história de sempre:
- Eu fico mais em casa, não saio muito. Jogo vídeo-game, fico na internet, leio livros...
- Nossa!- Ele interrompe.- Mas você não vai para festas?
- Não.- Respondo.
- Balada?
- Não.
- Você bebe?
- Não.
- Fuma? 
- Não.
- Usa drogas?
- Não.
- Namora? É casado?
- Não, e não.
- Vai para a igreja?
- Não.
- Torce para algum time?
- Não.
- Pratica algum esporte?
- Também não.
- Você nunca saiu para encher a cara, ficar bêbado, muito louco?
- Err... Não.
- Nossa- Ele ri.- Sua vida parece ser mesmo...
- ...Uma merda?- Sugestiono. Ele dar gargalhadas.
- É, talvez. Haha.
- Pois é.- Eu concordo.
Daí ele começa a falar da própria vida, tão orgulhoso quanto um político falando das obras e mudanças que ocorreram em seu mandato.
- Eu não cara. Hoje eu sou casado, mas antes eu levava uma vida muito agitada. Saí muito com os meus amigos, bebia muito, enchia a cara, passava mal, vomitava na rua, era carregado pra casa direto, era tão divertido. Já experimentei drogas também, comi muita mulher desconhecida e tal...

E ele continuou falando e falando como se estivesse, indiretamente, tentando me dar exemplos de como a vida deve ser vivida. E de repente ele pergunta:
- Você não tem amigos mesmo? Nem dos tempos da escola?
Eu respondo:
- Nos tempos de escola eu era o nerd que era sempre zoado por todos. Isso até o segundo ano do ensino médio, quando eu comecei a usar boné e andar com a cara fechada, isso fez com que parassem de me zoar e começassem a manter distância de mim. Pararam de me ver como um nerd e passaram a me ver como uma espécie de psicopata.
Ele me olha espantado e pergunta:
- Nossa! E você gostava disso?
E eu respondo:
- Por um lado era bom, pois mantinha os idiotas longe. Mas por outro era ruim, pois diminuía ainda mais as minhas chances de fazer amizades.
- Cara, você gosta da sua vida assim?
- Na verdade, não muito.
- Você já parou para pensar quantas amizades você perdeu sendo tímido assim?
- Já, e?
Aí ele começou:
- Cara, você não vai conseguir muita coisa na vida desse jeito não.
- Mas o que eu posso fazer? - Perguntei curioso.
- Vou te dar um conselho, cara. Para de ser tímido assim, se solta, conversa, você vai ver que é bem melhor.
Não entendi, então perguntei:
- Como assim? Você acha que eu sou tímido assim porque eu escolhi ser.
- Eu não acho, tenho CERTEZA que você é assim porque você quer ser!
Não pude acreditar no que ele acabara de dizer.
- O quê! Você realmente acha que eu levo uma vida de merda porque eu quero?!
Ele simplesmente responde:
- Sim.
- Como assim?- Dessa vez eu pergunto indignado - Mas nem se eu fosse um masoquista idiota!
Aí ele diz:
- É que você tem a mente muito fechada, não sabe o que é viver ainda. Por isso eu tô tentando te ajudar com esse conselho. Para de ser assim tímido, e começa a se soltar logo, cara.
Dessa vez eu tive que elevar o meu tom de voz:
- Ajudar? Você não tá ajudando! Isso não é conselho! "Para de ser tímido", não é assim que funciona. Esse negócio de "se soltar" é o que todo mundo fala pra mim desde que eu era criança! Se quiser me ajudar de verdade você devia me explicar COMO é que se faz para eu "me soltar" e parar de ser tímido! Depois eu é que sou o mente fechada.
- Tá me chamando de mente fechada?- Ele se revolta.
- É o que tá parecendo. Você acha que as pessoas devem ser ou são iguais a você, mas não são! Existem pessoas diferentes, existem pessoas tímidas. E elas são tímidas porque tem dificuldades de se socializarem, não porque elas querem ser assim. Você consegue conversar com facilidade? Meus parabéns, mas eu não consigo, sinto muito!

Dessa vez ele se calou. E eu continuei:
- Eu já sofri e ainda sofro muito por ser assim, e você acha que é por que eu quero?! Que tipo de pensamento é esse?!

Então eu parei. E um longo silêncio reinou aquele lugar. Sabe, o que mais me espanta nesse evento real que aconteceu comigo? É o fato de que ainda haja pessoas assim. Pessoas que convivem muito tempo com outras pessoas parecidas, e quando se deparam com uma pessoa diferente delas, acham que estão diante de um alien que precisa ser "humanizado", "terraquiamente domesticado" aos seus mesmos gostos e costumes. Pessoas estas que pensam que todos são ou devem ser iguais à elas. Pessoas de mente tão fraca, de mente tão...fechada.

7.8.12

Por que eu não posso arranjar uma namorada?

"Por que você não arranja uma namorada?" Pergunta minha mãe.

Saindo da boca dela parece até uma questão de escolha. Mas namoro não é escolha pra mim. Pro Brad Pitt pode ser, mas pra mim não. Quer dizer, não é como "Tchau mãe, tô saindo para ir ali arranjar uma namorada, volto mais tarde." Não é assim que as coisas funcionam. (infelizmente). Se eu pudesse escolher, sim eu teria uma namorada. Linda, carinhosa, companheira e compreensiva. É pedir demais? Sim, é pedir demais. Quando se trata de namoro, as coisas não dependem de uma pessoa só, e sim das duas. Eu querer a linda menina da esquina como a minha namorada não é o suficiente. Pois as coisas dependem dela também. Eu posso desejá-la, mas ela pode não estar nem aí pra mim. Por vários motivos. Por eu ser chato, por eu ser feio, por não gostar do mesmo estilo musical dela ou simplesmente por eu "não fazer o tipo dela".

Agora sobre o fator beleza. Sim, pelo fato de me faltar beleza física, as minhas chances de namorar diminuem drasticamente. E não me venha falar que não é verdade porque é! Todo mundo quer namorar com alguém bonito. E mesmo que a maioria se importasse mais com o interior do que o exterior das pessoas, eu acho que a beleza física ainda seria importante no namoro. Afinal, você já viu alguém com "intenções de namoro" chegar em outro alguém "desprovido de beleza física"? Supostamente presumindo a beleza interior dela?

 A beleza física é a porta de entrada para a famigerada beleza interior. Sem a beleza física (exterior) as coisas ficam mais complicadas. Aí você diz que a beleza é relativa, o que é feio para alguns é bonito para outros. Acontece que a minha "beleza relativa", em 19 anos de vida, só foi capaz de atrair duas meninas que não me interessavam nenhum pouco. Enquanto que por outro lado, em 19 anos de vida, todas as meninas que eu me interessei profundamente, me desprezavam, ou não me conheciam, ou me viam como um nerd coitado, ou como um colega.

Portanto as evidências são muitas e esmagadoras. Quem me quer, eu não quero e quem eu quero, não me quer.

"Por que você não arranja uma namorada?" Pergunta minha mãe.

 E do topo não muito alto da minha auto estima, eu respondo: "Para arranjar eu preciso escolher, quem eu escolho geralmente não me quer. Assim, tecnicamente, não tenho escolha. As coisas não são fáceis assim mãe! Paciência."

24.7.12

A verdade te libertará

Ok, acho que estou pronto para fazer uma revelação muito forte aqui no Blog Chato. Guardo esse segredo há dois anos. Só não o revelei até agora porque tenho medo de vocês não acreditarem e me ridicularizarem por isso. Mas eu garanto que o que estou prestes a revelar é a mais pura verdade. Então lá vai.

 Há 2 anos vi um vulto entrar pela janela do quarto e ir direto para debaixo da minha cama. O tal vulto parecia um objeto que fora jogado por alguém do lado de fora da minha casa. Quando fui verificar o que era, eis que me dou de cara com algo inacreditável! Por favor não caçoem de mim, sei que será difícil de acreditar mas posso assegurar que é tudo verdade, pois o vi com meus próprios olhos! A tal coisa estava viva, e era um homenzinho de 15 centímetros, calvo, com uma longa barba ruiva e asas de borboletas nas costas. Desde então eu o acolhi em minha casa. O guardo dentro de uma caixa de sapatos e o alimento todos os dias com pedaços de pão. Sei que vocês devem estar achando que sou louco. Sei que é difícil de acreditar, mas eu juro por Deus que é verdade! ...

Agora sério, você realmente acreditou nisso? Eu espero que não. Se acreditou, você é no mínimo ingênuo(a) demais. No mínimo! Agora se você não acreditou meus parabéns! Você usou seu bom senso, seu senso de realidade. E isso é bom, isso é ótimo. Porque quando você usa seu senso de realidade, você consegue separar a verdade da mentira. Quando se usa o senso de realidade suas chances de ser enganado e cair na conversa de um qualquer são reduzidas. É isso que eu chamo de ser cético. Ser cético é duvidar, questionar e investigar, para então, chegar à uma verdade. Contrariando o preconceito, o cético não é aquela pessoa chata que vai duvidar e rejeitar qualquer coisa que você disser. Acontece que o cético não vai acreditar em qualquer coisa absurda ou pouco provável que disserem ou mostrarem para ele.

 Não vejo isso como "chatice", e sim como um mecanismo de defesa contra mentiras e enganações.

 Eu me considero cético e posso dizer que ser cético só te faz ser uma pessoa melhor. Além de te mostrar o caminho mais curto para a verdade. E a verdade é uma só. Ela não é uma coisa pra mim e outra coisa pra você. A verdade é a mesma para todos. Não acreditar na verdade pode te trazer consequências ruins. Não acreditar na verdade pode te prejudicar fatalmente. Tem gente que acredita que se pular do alto de um prédio, elas vão sair voando por aí. Tem gente que acredita que se pode alimentar-se só de luz e viver sem comida ou água. É claro que nenhuma dessas coisas são verdade e só podem te levar à morte.

 E é claro que há outras crenças menos prejudiciais mas igualmente mentirosas. Como aquela das fases da lua influenciarem no seu corte de cabelo, ou ser possível identificar o sexo do bebê pelo formato da barriga de uma mulher grávida, ou o horóscopo "adivinhar" coisas sobre a sua vida, ou pessoas que podem falar com os mortos. Ou até aquela história de que a chuva é controlada por um cara lá em cima chamado São Pedro. Sim, tem gente que acredita que chove por causa de São Pedro. Mas já sabemos que isso não é verdade. Graças a ciência, hoje sabemos que chove por causa do Sol que esquenta as águas das poças e rios, o vapor sobe (pois ar quente é mais leve), lá em cima faz mais frio, por isso o vapor desce em forma de água outra vez.

 É por isso que o ceticismo e a ciência costumam andar lado à lado. Porque a ciência é a ferramenta mais confiável que nós temos para descobrirmos as verdades das coisas. Duvidar e questionar não fazem mal algum. Muito pelo contrário, fazem você se tornar uma pessoa melhor. Quando você duvida, você questiona, quando se questiona, você investiga. Investigar te leva a conhecer a verdade. Conhecer é aprender. E aprender nunca é demais.


Se você for uma pessoa que busca realmente a verdade, é necessário que ao menos uma vez na vida duvide de todas as coisas, da maneira mais profunda possível."


                                                         - René Descartes.

5.7.12

Leia e tenha sorte na vida

Nunca fui um cara supersticioso. Nunca acreditei que pé de coelho, ferradura, figa ou trevo de quatro folhas poderiam me dar sorte.(Pra falar a verdade eu nunca encontrei um trevo de quatro folhas, só de três.) Também nunca acreditei que passar por baixo da escada, quebrar espelhos, passar por gatos pretos poderiam me dar azar. Olho gordo, encosto, mau olhado muito menos.

 Mesmo assim sempre me considerei mais azarado do que sortudo. Sim, eu acredito que haja um tipo de sorte e azar. Mas nada sobrenatural. Não acredito que sorte e azar possam ser provocados por algo ou alguém.

 Pra mim, sorte e azar são só acontecimentos respectivamente bons e ruins que acontecem aleatoriamente na vida.

 Sabe quando uma coisa tem muito mais probabilidades de dar errado mas mesmo assim dá certo? Então, chamo isso de sorte.

 E quando uma coisa tem tudo pra dar certo mas dá errado? Pois é, chamo isso de azar.

 Tanto a sorte como o azar não podem ser favorecidos, influenciados ou "controlados" de nenhuma forma. Você não pode escolher ser azarado ou sortudo, você só é ou não é.

 Se eu pudesse escolher, seria sortudo com certeza! Se eu fosse sortudo, talvez vocês não me conheceriam como Andy. Se eu fosse sortudo não teria um saco na cabeça na "foto" do meu blog. Se eu fosse sortudo talvez nem teria um blog.

26.6.12

Do que me arrependo nos tempos escolares

Me arrependo de ficar calado demais. Me arrependo de não responder à altura. De não ofender quando fui ofendido. Não ferir quando fui ferido. Não perseguir quando fui perseguido.

Olhando para trás agora, vejo que poderia ter sido diferente. Poderia ter deixado de ser apenas um fantasma passivo e ter deixado alguma história. Poderia ter deixado um legado. Poderia ter deixado minha marca em escolas, marcando rostos de pessoas que me marcaram. Olho por olho.

Nunca briguei e nunca fui de brigar. Não porque sou um hippie paz e amor. Mas porque tinha medo das consequências. Tinha medo da dor caso apanhasse e medo das represálias caso batesse. Muitos dos meus agressores sempre foram maiores e mais fortes que eu. Isso sempre fazia com que eu atuasse como a mulher submissa que apanhava calada, sem revidar. Outros deles eram menores e tinham o mesmo físico que eu. Ou seja, físico nenhum. Eram caras que eu tinha certeza que poderia bater, mas mesmo assim, nunca reagi.

Numa única vez, num momento de explosão, quando finalmente resolvi revidar, acabei acertando a professora com uma cadeira.

E só hoje penso que poderia ter sido diferente. Poderia ter me arriscado, ter corrido perigo. Socar e ser socado. Xingar e ser xingado. Subir alguns degraus a mais na cadeia alimentar e ser o predador. Ter deixado o sangue escorrer. Ter a carne esmagada, ter estourado veias e colecionado hematomas. Ter uma participação mais ativa na seleção natural. Ter sido a caça para depois ser o caçador. Só para ter vivido tempos menos monótonos.


22.6.12

Procrastinação

Um texto extra que não é de minha autoria, mas transmite muito do que penso sobre a procrastinação.


"Procrastinação" foi a última palavra que me lembro ter aprendido. Sempre me faltou uma palavra que descrevesse esta coisa, essa coisa de evitar o inevitável, só por evitar e parecer evitável.
Aprender esta palavra e seu significado, foi como descobrir uma cor nova, um signo novo, uma nova nota musical. E sempre soou como uma cor cinzenta mas não cinza nem matizada, um signo perdido entre o solstício e as revoluções, entoado numa nota entre o trítono e o sacro.
"Procrastinar" soa bem, apesar dos pesares.

Se diz que procrastinar, é como masturbação : a sensação é boa, mas você só está fodendo consigo mesmo.

Procrastinar, é escrever num blog. Procurar inspiração. Fazer algo inútil para que consiga começar algo útil. É tomar o caminho mais longo e estático, porque o caminho mais curto é muito enérgico.
É o deixar para depois, e depois deixar um pouco mais. Inflar a realidade com gas hélio, engraçado, vazio e volátil. Observar as coisas em câmera lenta, de trás-para-frente, e observar de novo, não prestar atenção, e ver pela terceira vez. Tamborilar no braço do sofá, tomar um café. É o botão "soneca" do celular. Mais cinco minutos. Mais vinte minutos. Mais uns dias.

Procrastinar é pegar a existência uma vez sólida e compacta, e esticá-la num fio finíssimo e longo. É viver numa bola de chiclete, enorme e cheia de ar por dentro até estourar. E daí fazer outra bola.
Procrastinação é homeopatia, fazer tudo em pequenas doses, um pouco por vez, e um pouco de tudo. Procrastinação é procurar sinônimos e adjetivos, palavras e coisas para continuar escrevendo antes de chegar a uma conclusão final.

Procrastinar é evitar a conclusão final no fim depois que acaba.

19.6.12

E aí, já conseguiu um emprego?

Descobri que o meu maior castigo é ficar em casa por tempo indeterminado. E desde que o meu ex-patrão me castigou, vivo com a cabeça sobrecarregada de preocupações. Quando eu trabalhava estava me sentindo finalmente contente comigo mesmo. Minha auto estima tinha melhorado, assim como minha timidez. Me sentia mais responsável, vivo e ainda ganhando um dinheiro. Até mesmo os meus horários eu havia conseguido corrigir. Acordava de manhã para tomar café da manhã, almoçava na hora do almoço, jantava na hora certa. Tinha feito planos, traçado metas. Todos esses planos e metas foram destruídos quando fui demitido.

 Agora voltei ao meu estado normal de deprimido. Me sinto um lixo e estou sem dinheiro. Agora durmo às 3 da manhã e acordo ao meio-dia, meu café da manhã é o almoço, meu almoço é ao anoitecer e vou jantar quando já devia estar dormindo. Não vejo mais futuro, não tenho mais propósitos, não sei mais qual é o próximo passo a dar. Todo esse vazio está corroendo a minha mente e consumindo o meu corpo. Isso não é viver, é morrer aos poucos. Aí você diz: "Ah, para de reclamar, todo mundo já foi ou vai ser demitido na vida, então faça como todo mundo e arranje um emprego novo." O problema é que eu não sou como todo mundo. Eu até já fui procurar emprego, e sabe o que eu encontrei? Decepção.

 Acontece que todos os empregos por aí, para um jovem inexperiente como eu, são empregos que eu sempre abominei ter. Empregos que tiram a minha vontade de viver. Sim, é bem assim mesmo!

 Daí você vem com aquele argumento: "Ah, mas é assim com todo mundo, você primeiro trabalha com o que não gosta, para depois trabalhar com o que gosta."

 Empregos que eu "não gosto", ainda são empregos "suportáveis" pra mim. O emprego que eu tinha na farmácia era um emprego que eu não gostava. Mas mesmo assim eu o achava suportável, o emprego "melhor do que nada". Na verdade quando eu saio para procurar emprego é desses que eu espero achar, "não gosto, porém suporto", empregos "melhor do que ficar em casa".

 Mas não, quando saio para procurar emprego os poucos que encontro são do tipo, "abominável e insuportável", "odeio e não me interesso nem um pouco". empregos do tipo, "desencorajador, desistimulante, desanimador, fora das minhas limitações, sem chance de me dar bem". Empregos que eu não teria o minímo de ânimo para trabalhar. E se você souber como se trabalha sem um pingo de ânimo, me diga por favor, porque pra mim isso ainda é um mistério. Atualmente me mandar procurar emprego é como mandar um vegetariano para a churrascaria. Não dá certo. Não sei o que fazer.

16.6.12

Eu não morri, meu computador sim

Queria dizer que depois de um tempo estou devolta. Aguardem novos textos e muito obrigado.
Ah sim, meu computador tinha morrido, mas agora já tá tudo bem.

7.4.12

Beleza 2 - Feiura

Como já havia dito, não acho que só porque haja tantas e diferentes tipos de beleza, que pessoas feias não existem. Sim, tem muita gente por aí desprovida de beleza, e se você acha que sou um grosso por falar assim, fique sabendo que eu sou uma dessas pessoas.

Me acho feio, não porque tá na moda se achar feio nem porque sou "humilde". Me acho feio porque sou feio! Me sinto feio, me vejo feio, me acho feio! Sempre têm sido assim, desde criança. Eu nunca me achei bonito, nunca. Tem gente que acha um absurdo pessoas se acharem feia. Elas dizem:
"Se você não se achar bonito, quem vai achar?" Hã? Isso é pra me ajudar? Como se alguém fosse obrigado a achar todo mundo bonito. Ninguém precisa me achar bonito, muito menos eu mesmo.

Ser feio se tornou uma coisa tão comum pra mim, que eu nem me ofendo mais com isso. Quando me chamam de feio com a intenção de me insultar, me ofender, a minha única reação é concordar. "Ah, tenta outra, vai". E quando alguém me elogia e me chama de "bonito" eu não levo a sério. Não consigo levar a sério. Posso até fingir aceitar o elogio, mas no fundo eu sei que ela só me disse aquilo para não me magoar. Porque ela acha que vai me magoar. Na verdade eu prefiro que a pessoa seja sincera e me chame de feio, do que ela minta e me chame de bonito.

Aliás, eu não sei se isso é algum tipo de preconceito que tenho, mas eu não consigo me simpatizar muito com pessoas que se acham bonitas. Geralmente eu gosto mais das pessoas que se acham feias. Quando uma pessoa se auto proclama bonita, eu automaticamente penso: "Putz, esse cara é muito filho da puta". Sei que posso estar errado com essa coisa de não ir com a cara de pessoas com a auto estima um pouco mais elevada. Mas é assim que eu penso. A psicologia diz que aquilo que mais nos incomoda nos outros é o que mais nos faz falta. Deve ser isso.

Aí você me pergunta: "Ah Andy, mas você quer ser bonito?" Sim, eu quero ser bonito. Na real eu queria, mas parece que não vai dar. "Ah Andy, então porque você não faz uma cirurgia plástica ou algo do tipo, pra melhorar a sua aparência?" Porque eu não tenho dinheiro pra isso. E mesmo se tivesse dinheiro pra isso não faria.

Eu sou contra qualquer tipo de cirurgia que sirva para melhorar a sua parte estética. Botox, silicone, não obrigado. Além de ser uma coisa fútil, é algo que falsifica a sua imagem. Acho que as pessoas devem ser o que elas são. Por dentro e por fora. As pessoas devem aceitar, aprender a conviver com a sua aparência original, sendo bonita ou feia.

Quando você esconde a sua feiura atrás de uma máscara de silicone, você só está assumindo ter um problema, uma "neura" com a sua própria imagem, e está escondendo esse problema, disfarçando ele. Esconder o problema é diferente de resolver o problema! Resolver o problema é aprender a conviver com a sua própria imagem.

Pois é, eu digo isso como se fosse um grande exemplo de auto estima a ser seguido. Bem, eu tô aprendendo aos poucos. Às vezes eu tenho umas recaídas, mas quem sabe um dia eu chego lá. Quem sabe um dia eu aprendo a olhar pro espelho sem sentir pena de mim mesmo.



Semana que vem parte final: Beleza Interior.

30.3.12

Beleza

Já ouvi falar que não existem pessoas feias, somente pessoas com beleza diferente.

Sim e não.

Sim existem pessoas com belezas diferentes, mas isso não quer dizer que não existam pessoas feias. Eu sou uma delas, não uma das piores, mas sou. E quando digo que existem pessoas feias, não quero dizer que concordo plenamente com o padrão de beleza que a mídia enfia nas nossas cabeças.

Pois a mídia parece saber bem o que é feio e o que é bonito, mostra para a sociedade como diferenciar a beleza da feiura e a sociedade aceita numa boa. Na real, acho que o conceito de beleza é complexo demais para ser ensinado. É uma daquelas coisas que não te ensinam mas você aprende (ou não). Aliás, aprende não, descobre. Porque pelo o que dizem, cada um têm o seu conceito diferente de beleza. O que é bonito pra mim, pode não ser pra você. É o que dizem. Já eu não sei dizer se é verdade pois eu nunca fui outra pessoa além de mim mesmo. Então conheço apenas o meu próprio conceito de beleza. E o meu conceito de beleza é diferente do que a mídia nos apresenta.

Não vou ser hipócrita aqui, é claro que acho aquelas modelos, mulheres de propaganda de produtos de beleza e dançarinas e ajudantes de programas de auditório chatos, bonitas! Lindas, elas são lindas sim. De rosto e de corpo. Elas costumam ser mais lindas de corpo do que de rosto na verdade. Linda de corpo é o corpo bonito. Mulheres com corpo bonito pra quem não sabe, são mulheres gostosas. Mulher gostosa é aquela mulher magra (ou não gorda), com seios fartos (ou não tão pequenos) e bunda grande (não tão grande a ponto de precisar de duas cadeiras para se sentar). É isso. Você nem precisa ter o rosto bonito. Você pode parecer um homem, mas se tiver um corpo nas "medidas certas" você ainda é gostosa. Não sou eu que estou dizendo, mas é o que vejo por aí.

Agora falando sério, pra mim, a mulher não precisa necessariamente ser bonita de corpo (gostosa) pra ser bonita. A mulher não precisa ter os peitos maiores que o cérebro para ser atraente. A mulher não precisa ser toda perfeita, com os dentes todos brancos e alinhados, pele bronzeada, nariz bem desenhado, rosto bem configurado para ser bonita, não precisa! Pra mim não faz mal ter a sua pele da cor natural, com um pouco de pintas, manchas e celulites. Não vejo nada demais ter o nariz ou os dentes um pouco grandes. Não me preocupo com os kilos a mais ou kilos a menos. Ser uma mulher bonita não é necessariamente ser igual a gostosona da TV. Pelo menos não pra mim.



Semana que vem parte 2: Sendo Feio

E para um eu mais subjetivo (???) dê uma olhada no X-Ray Mind, meu Tumblr:
http://bleachit.tumblr.com/

24.3.12

É o quê?

Desde pequeno eu tenho certas dificuldades de me comunicar com as outras pessoas. Uma dessas dificuldades que me mantia mais afastado delas e me fazia sentir mais diferente dos outros, era a fala. Sempre que eu falava com alguém, não importa quem, ninguém nunca me escutava. Como numa roda de amigos, todo mundo conversando, eu começava a falar e expor opiniões, aí eles começavam a conversar entre si como se eu nunca tivesse dito nada. Ou quando eu perguntava algo para alguém, esse alguém me ignorava e continuava a fazer o que estava fazendo, como se eu nunca tivesse emitido um som.

Ninguém nunca me escutava e quando escutava, não entendia. E quando não me entendiam, eram sempre as mesmas respostas: "O quê?", "como?", "não entendi", "não ouvi", "fala mais alto!", "fala com a boca, porra!". Chegava a conclusão que todo mundo era surdo, ou que eu escutava melhor que todo mundo. Depois descobri que o problema não era a audição de ninguém e sim a minha fala.

Todos diziam que eu falava baixo demais. Minha mãe dizia que eu falava pra dentro. Falava só pra eu mesmo ouvir. Mas não era por querer, pra mim eu falava tão alto como todo mundo. As pessoas falavam: "Fala mais alto! Fala mais alto! Fala que nem homem!" e eu pensava que tinha que gritar pra todo mundo ouvir, pois no volume que eu falava era alto o bastante para as pessoas me entenderem. Pelo menos era o que eu pensava.

Sim, eu ainda "falo pra dentro" às vezes, mas a frequência de pessoas não conseguindo me ouvir caiu um pouco. Às vezes eu ainda me irrito quando alguém não me escuta. Eu falo alguma coisa daí eles respondem: "Fala mais alto!", aí eu respondo: "Mais alto!". Mas eu tenho que entender que sou eu que falo baixo demais, as pessoas não tem culpa. Às vezes acho que tenho que reaprender a falar, sabe?

Bem é isso. Estava querendo achar uma maneira legal e criativa de terminar o texto, mas não consegui. Então vou apenas parar de escrever.

17.3.12

A vida é uma merda

Vou ser direto. Fui demitido. E dessa vez é verdade. Não teve aviso prévio, foi tudo de repente. Parecia só mais um dia normal de trabalho e um pouco depois do meu horário de almoço, meu chefe me chamou para um canto e simplesmente me mandou embora. O motivo? Cortes de despesa. A farmácia está falindo e a pior parte ficou para o menos experiente. Sobrou pra mim. No momento não sabia o que pensar. Fiquei oscilando entre a felicidade e a tristeza. Não sabia o que sentir. Ficava feliz porque não ia mais precisar acordar cedo pra pegar ônibus lotado. Ficava triste porque estava sendo demitido! Apesar de ter que encarar todos os dias ônibus lotado, é bem melhor ir trabalhar do que ficar em casa mofando.

O que me restou? 3 parcelas inacabadas de um Playstation 3 e nenhum emprego.

Mas sabe o que me deixa mais chateado nessa história toda? Vocês já devem saber que arranjar novas amizades pra mim não é tarefa fácil. Eu venho tentando desde sempre vencer a minha ultra timidez e dificuldades extremas que tenho, para conseguir me socializar e me relacionar com pessoas desconhecidas.

Levou 2 meses, 2 meses até quebrar completamente o gelo com o pessoal lá do trabalho (um pessoal muito legal diga-se de passagem), 2 meses até eu conseguir me comunicar bem com eles. 2 meses até eu passar do nível "um conhecido do trabalho" para o nível "um amigo". Estava tudo finalmente dando certo pra mim, estava tudo indo bem e eu estava realmente feliz. Mas quando a vida começa a passar muito a mão na sua cabeça, pode se preparar porque a próxima coisa a vir é um soco no nariz.

Mais uma vez uma das minhas teorias sobre a vida provou estar certa. Quando as coisas começam a dar muito certo, alguma coisa vai dar muito errado. A vida provou mais uma vez ser injusta e decepcionante.

E eu não digo que a vida é uma merda só por eu ter sido demitido logo num momento tão bom. A vida vem dando mancada comigo desde sempre. Sei que a vida não é perfeita pra ninguém e que coisas boas e ruins acontecem. Mas eu pensei que devia ter pelo menos um equilíbrio entre essas coisas. Na minha vida, coisas ruins são sempre a maioria esmagadora.

Não estou querendo dar uma de coitadinho, só estou relatando o que vivo. Eu sempre tento enxergar a minha vida como ela é, e começo a achar que o pessimista não sou eu, e sim a vida. Se eu só enxergo o lado ruim da vida, é porque a vida me apresenta o seu lado ruim com mais frequência.

Eu não sei se já expliquei o meu conceito sobre a vida nesse blog, mas eu acho que a vida é um grande período de tristezas, decepções e frustrações, com alguns pequenos momentos de felicidade. É como se nós fôssemos um trem, as nossas vidas e momentos tristes (ruins) fosse os trilhos e os momentos de felicidade fosse as estações e as paradas que o trem faz. As estações, ou momentos felizes que vivemos, chegam e passam rapidamente, mas a maior parte das nossas vidas estamos viajando sobre os trilhos, ou vivendo momentos tristes.

O poeta já dizia: "Tristeza não tem fim, felicidade sim".

Depois de 2 meses resumidamente deprimentes trabalhando naquela farmácia, tentando me adaptar e me enturmar, eu finalmente consegui me abrir, fazer amizades e me sentir feliz. Mas três dias depois da conquista, a estação passou e mais uma vez a vida me jogou nos trilhos gelados da tristeza. E teve que ser bem num momento tão agradável. Se a vida é esse show de decepções eu não estou impressionado. Não entendo como alguém pode amar a vida, ela nunca me deu motivos para amá-la e nem para me sentir completamente feliz. A maior lição que a vida me ensinou, é não esperar coisas boas dela. Querendo ou não, a vida é uma merda.

6.3.12

I'm back in black

Então, como prometido eu voltei. Vi que não consigo ficar muito tempo sem postar no blog, sinto saudades. O blog, assim como meu video game, é uma ótima válvula de escape para toda a tensão do dia-a-dia.

Voltei também porque agora tive tempo, já que fui demitido do meu emprego. Mentira, eu me demiti na verdade. Mentira, eu nunca arranjei emprego em farmácia nenhuma. Tá bom, mentira de novo, ainda tô trabalhando. Trabalhando e escrevendo pro blog.

É isso, vou tentar postar um texto por semana. Não sei o dia certo, mas tentarei postar um por semana. E quando não postar não se preocupem, a falta de inspiração e ideias é frequente.

Uma outra novidade é que eu por fim me rendi ao Facebook. Ainda me sinto estranho, o Facebook não tem nada a ver comigo nem eu tenho nada a ver com ele. Mas só fiz mesmo pra me aproximar mais de vocês leitores. Viu só como me preocupo com vocês? (??)

É só clicar na palavra "ornintorrinco" pra acessar o meu perfil no Facebook.

Sou um leigo quando se trata de Facebook, ainda tô me acostumando, minha página lá ainda tá fraca então não estranhem.

Obrigado.

8.1.12

Férias para trabalhar

O Blog Chato nasceu principalmente da minha falta do que fazer. Meu tédio e vontade de mudar a rotina publicando meus pensamentos na internet deram origem ao blog. Com o tempo, apareceram alguns leitores e leitoras que gostaram do blog e dos meus textos. Muitos se identificaram e eu pude conhecer alguns desses leitores. O blog completou um ano. Me ajudou muito em tempos de marasmo e me deu novas amizades.

Mas acontece que a falta do que fazer se foi. Não sou mais um desocupado. Pois é, agora sou um escravo. Mais um escravo do mundo capitalista. Tenho um emprego agora. Trabalho numa farmácia. É uma nova (e cansativa) oportunidade de exercitar a minha "dificuldade social". E ganhar dinheiro por isso. É o meu primeiro emprego depois de trabalhar com meu pai. Meu primeiro emprego com estranhos. E sim, estou nervoso e com muito medo dessa nova experiência.

Como farmácia está aberta quase o tempo todo, dias de folga serão poucos. O tempo pra viver será pouco. Será só trabalho e casa por um tempo. E quando estiver em casa, na certa estarei cansado demais para postar no blog.

Estou dizendo que o Blog Chato vai ficar um tempo parado. O blog vai tirar umas férias pra que eu possa trabalhar. Talvez fique um bom tempo sem postar textos novos, mas continuarei vendo os comentários. Desculpem mas não tem outro jeito. Não posso ser um vagabundo pra sempre.

Obrigado e até breve.