28.2.13

Veja antes de morrer #2 - The Truman Show





Título original: The Truman Show
Título nacional: "O Show de Truman - O Show da Vida"
Ano: 1998
Gênero: Drama\Comédia
Direção: Peter Weir
Roteiro: Andrew Niccol
Elenco: Jim Carrey, Laura Linney, Ed Harris, Noah Emmerich...
País: Estados Unidos

Sinopse: Truman Burbank (Jim Carrey) não sabe, mas a cidade onde vive é um gigantesco estúdio de televisão. As pessoas que vivem e trabalham lá são todas atores e atrizes de Hollywood, e até sua entusiasmada esposa Meryl (Laura Linney) é uma atriz contratada. Truman não sabe, mas é um grande astro de um reality show chamado "The Truman Show" (O Show de Truman), onde sua vida inteira é vigiada e transmitida 24 horas por dia, sem comerciais, para o mundo todo. Todo o programa é dirigido pelo visionário produtor\diretor\criador Christof (Ed Harris). Gradualmente, Truman nota que há algo de estranho. Incoerências sutis, constâncias suspeitas, falta de espontaneidade, fatos insólitos e até pequenos descuidos dos figurantes denunciam a irrealidade em sua volta. Aos poucos Truman percebe que está em uma bolha, e cada descoberta fará você rir, chorar e torcer como poucos filmes já conseguiram.

"No ar, sem saber..."


O Show de Truman é um filme maravilhoso. Trata-se de um daqueles filmes que te prendem até o final, pois você sempre vai querer saber o que acontece a seguir. Pela genialidade e originalidade incomparáveis do enredo, o filme poderia se tornar complexo demais, a trama poderia se perder nas suas infinitas possibilidades e a sua "sacada" poderia ser mal aproveitada. Mas nada disso acontece. O filme é muito bem feito, a ideia é muito bem aproveitada e é tudo tão bem montado. Jim Carrey como Truman Burbank mostra-se um competente ator dramático. Seu lado cômico não é totalmente deixado de lado. O Show de Truman é um filme de drama com pitadas de comédia, então não pense que se livrou de suas caretas dessa vez, elas ainda estão lá só que em menor número. As atuações que realmente merecem destaque são de Laura Linney como Meryl a canastrona mulher de Truman e Ed Harris como Christof, diretor e criador do show no qual Truman é o astro. A primeira hora do filme é toda focada no ponto de vista ingênuo de Truman, seu dia a dia na pacata cidade de faz de conta de Seaheaven, os ocorridos que pouco a pouco o levam a suspeitar da farsa, suas tentativas frustradas de viajar para fora da cidade e as "discretas" investidas da produção do programa para tentar mantê-lo na enorme cidade-estúdio em que vive.
Já na segunda parte do filme conhecemos os bastidores do show, como tudo funciona e Christof, o visionário e ambicioso criador do programa.

O filme aborda brevemente questões filosóficas como o existencialismo e também pode ser visto como uma crítica sarcástica contra a mídia e o efeito dela nas pessoas. Ele também pode ser interpretado como uma grande metáfora religiosa (ou anti-religiosa). Basta prestar bem atenção nas pistas e dicas que o filme vai deixando, e você vai perceber a grande metáfora por traz do filme.

Enfim, O Show de Truman é uma grandiosa obra que merece ser vista ao menos uma vez na vida. Se bem que, quando vista uma vez você vai querer vê-lo de novo e de novo. Prepare-se, o filme promete muitas emoções. Risos e lágrimas vão rolar.












5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Original
Emocionante
Empolgante
Divertido
Ousado



Trailer do filme:

21.2.13

Caminhando noite adentro

A brisa fresca do anoitecer. O silêncio ensurdecedor da madrugada. A calmaria que antecede.

Desviei do meu caminho corriqueiro hoje. Não sei porque. Não sou um cara impulsivo, pelo menos não era da última vez que chequei. Desci na estação de trem errada, porque eu quis. Acho que desta vez, inconscientemente, resolvi curtir a noite...ao meu modo.

É noite, e numa hora dessas pessoas estão se acabando em baladas, outras enchendo a cara em barzinhos, outras tendo orgasmos por aí. Eu só estou andando noite adentro. Porque sim, posso? Talvez só esteja esperando um imprevisto, alguma coisa acontecer, qualquer coisa para quebrar a monotonia. Gosto da noite. Na noite tudo parece funcionar melhor. Mais calma, menos caos.

Ainda caminho sem destino, deixo apenas minhas pernas me guiarem. Por algum motivo vim parar na Avenida Paulista. Então cesso a caminhada, cruzo os braços e fico admirando a beleza dos colossais edifícios do local. Um sujeito de estatura mediana, de cabelo curto, barba por fazer e óculos, se aproxima. E quando ele fala, Claramente percebo que é homossexual também:
- No meu tempo braços cruzados era sinal de timidez.
Eu apenas olho e abro um sorriso. Mas ele não vai embora, e repete:
- Sabia que no meu tempo braços cruzados era sinal de timidez?
Então eu respondo:
- Pelo jeito continua sendo.
Ele ri da minha resposta:
- Você tá feliz?
Acho a pergunta estranha e retruco.
- Por quê?
- Você não parece feliz, você tá feliz?
Por uma fração de segundo penso em fazer o que faço usualmente, mentir e dizer que estou. Mas um misterioso ímpeto me faz dizer a verdade:
- Não, não estou. Eu deveria?
Ele reage como se não tivesse escutado a minha pergunta:
- Por que não?
- Não sei, acho que não vejo motivos para me sentir feliz.
- O que você tem? Fala pra mim.
Fico sem jeito, como de costume:
- Não, tá tudo bem.
Ele insiste:
- Vai pode falar, faz bem desabafar. Você não desabafa com ninguém?
- Geralmente as pessoas não gostam de ouvir desabafos de pessoas tristes. Elas fogem, parece que têm medo.
Ele ri alto, coloca a mão sobre meu ombro e diz:
- Olha, não sei porque, mas gostei de você.
E então, sem mais nem menos, ele vai embora.

Olha só, me senti lisonjeado. Foi estranho, por isso foi interessante. Agora de volta a monotonia.

11.2.13

Texto ruim sobre o que eu já li e vou ler

Hoje atenderei uma sugestão de um leitor (ou leitora, não sei) do blog. A sugestão foi a de eu escrever sobre livros e autores que eu gosto. Para facilitar pra mim, resolvi escrever uma bibliografia quase completa do que já li desde pequeno até hoje. E alguns livros que ainda pretendo ler também.

Desde que me lembro (acho que desde que aprendi a ler) gosto muito de ler, é um dos meus hobbies favoritos. Acho que como muitos, comecei minha leitura com a Turma da Mônica. Até me lembro de uma vez, eu devia ter uns 6 ou 7 anos, depois da escola, passei a tarde inteira lendo um almanaque de 200 páginas da Mônica. Depois de muita Mônica, lembro também que alguns professores da segunda ou terceira série, deixavam os alunos levarem alguns livros ou revistas em quadrinhos para casa. Foi aí que li uma HQ chamada, "A Morte do Superman". Nessa mesma época, roubei um livro que marcou muito minha infância, chamado "Manual do Super Heroi" .

Na sétima ou oitava série, quando estudei numa escola que tinha biblioteca, li três de quatro volumes de um Mangá muito bom, chamado "Gen - Pés Descalços". Trata-se de um trabalho autobiográfico, que mostra a dura história de vida do garoto Gen (lê-se Guen), o alterego do autor Keiji Nakazawa, desde os dias que precederam a destruição de sua cidade natal, Hiroshima, pela bomba atômica, durante a segunda guerra mundial. 

Depois aos 11 anos, quando decidi aprender inglês por conta própria, li algumas edições do livro "English For Travel". Também li boa parte de um dicionário de inglês\português para ajudar a desenvolver o vocabulário. Mais tarde pulei para os livros de horror e ficção científica e conheci Stephen King, um dos meus autores favoritos até hoje. O primeiro livro que li dele, foi "Night Shift - Sombras da Noite", uma ótima coleção de contos, curtas histórias de terror. Ainda de Stephen King, li "Tripulação de Esqueletos", "Tudo é Eventual" e "O Iluminado".


Então voltei rapidamente para as HQs e li até a edição 79 de "The Walking Dead". Voltando aos livros de horror e ficção científica, fui para os livros de Richard Matheson, e li o Romance "Eu Sou A Lenda", e os contos "Talentos Enterrados", "O Quase Defunto", "Vestido de Seda Branca", "O Funeral", "De Pessoa Para Pessoa" e "Presa". Li também "Hate - Ódio Mortal" de David Moody. "A Invenção de Hugo Cabret" de Brian Selznick. 


Li duas vezes o livro "Mais Pesado Que o Céu - Uma Biografia de Kurt Cobain" e uma vez o livro "Kurt Cobain - Fragmentos de Uma Autobiografia". 


Depois veio "Guia Ilustrado Zahar de Cinema" que é um livro que conta a história do cinema, e o processo de criação de um filme. Aí veio "1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer" que é a bíblia do cinema, com mais de 900 páginas (não, eu não li o livro todo). 


Agora alguns livros e autores que pretendo ler:

Entre eles estão ainda alguns do Stephen King como "Celular", outros de Richard Matheson, Douglas Adams, Franz Kafka, Chuck Palahniuk, Edgar Allan Poe, Nietzsche, HG Wells, Philip K. Dick, Bukowski, Oscar Wilde. Algumas HQs de Alan Moore também, como "Batman - A Piada Mortal" e "V de Vingança". 

Alguns outros livros de Max Brooks, George Orwell.


 Carl Sagan, Richard Dawkins, Sam Harris, Christopher Hitchens, Bertrand Russel, também estão na minha lista. 


Ah, é claro, a Bíblia Sagrada também, por que não? 

                       

1.2.13

(dor) Crônica

Você acorda ao anoitecer. Seus músculos ainda anestesiados pelo sono. A visão embaçada. Você se pergunta que dia é hoje. Como se o sono tivesse apagado a sua memória, você não se lembra em que momento adormeceu. Não se lembra quanto tempo esteve apagado. E então se pergunta se devia estar fazendo alguma coisa que não está fazendo. Mas apesar de tudo, você se sente bem. Um sentimento de paz e tranquilidade. Um sentimento que você tem a impressão de não sentir há tempos. Um sentimento que você sente falta de sentir. Uma pausa para o descanso. Recuperar o fôlego no mergulho profundo. Numa vida dolorida, o sono é a sua cura.
Você se levanta e pisa descalço no chão. O choque da pele quente com o chão gelado desperta o que ainda estava adormecido em você. Vai ao banheiro se escondendo do espelho, pois o homem do espelho te entristece. A visão ainda turva te faz errar o alvo do vaso sanitário. Suas costas doem. Seus ossos castigam seu corpo longo e esquelético. A dor te traz de volta para o mundo real. Como um interruptor de luz, a dor desliga aquela paz pós-onírica. O sabor amargo da saliva seca em sua boca. O odor azedo da urina respingada no azulejo frio do banheiro. O homem do espelho te olha nos olhos. A dor aguda e perfurante te força a inclinar-se para trás e olhar para o teto. E como uma pancada na cabeça a sua memória volta, e te lembra que daqui a algumas horas você tem que estar naquele escritório novamente.
 Você volta a se deitar, fecha os olhos e torce para o sono apagar sua memória mais uma vez.