19.11.13

Seguir o roteiro

Nascer, crescer, estudar. Conseguir um diploma, conseguir um emprego, conseguir conhecer alguém especial. Então casar, ter filhos, ter sua própria família, envelhecer e morrer.

Não tenho amigos, não conheço muita gente. Mas posso te assegurar que descrevi resumidamente a vida de muitas pessoas por aí. A vida que muitos viveram e a vida que muitos viverão. Como eu posso saber disso? Tenho super poderes? Andy, seu imbecil, você é vidente? Veja bem, ultimamente tenho trabalhado num roteiro de um curta metragem caseiro, que pretendo fazer com meu irmão e alguns primos meus. Você sabe o que é um roteiro, certo? Bem, caso não saiba eu explico:

O roteiro (pelo menos o de filme) é basicamente o guia de um filme. Nele está escrito o número de cenas que o filme vai ter e tudo o que vai acontecer nele. Como a história do filme vai começar, como a história do filme vai se desenvolver e finalmente, como ela vai acabar. O diretor, os atores e até o editor do filme, usam o roteiro para saber o que deve ser feito e como deve ser feito.

Agora você me pergunta, como eu sei que muitas pessoas seguem, estão seguindo ou já seguiram o modelo de vida que descrevi no início desse texto? É simples, a vida tem um roteiro pronto que muita gente insisti em seguir. Tudo bem que alguns pontos são inevitáveis, como nascer, crescer, envelhecer e morrer. E olha que crescer e envelhecer é só pra quem nasce vivo. Mas se casar e ter filhos por exemplo, é como se fosse um protocolo social que tem a obrigação de ser seguido por todos.

Já vi pessoas que decidiram não ter filhos serem hostilizadas e chamadas de egoístas.

Às vezes me dá a impressão que as pessoas só fazem faculdade, se casam e têm filhos, não porque querem, mas porque todo o resto segue a regra. É como se a pessoa não soubesse o que fazer da vida, e que, por precaução decide seguir o modelo de roteiro pronto da vida.

Se você também pretende seguir esse roteiro pronto, tudo bem. Se você sabe o que te faz feliz, parabéns! Afinal, quem sou eu pra falar como você deve viver a sua vida? Mas quando eu me posicionar contra o roteiro de vida e tentar ser mais criativo criando o meu próprio, não venha me pressionar a viver ao seu modo!

10.10.13

Mais um de mimimi

Às vezes me dá uma vontade de dizer "foda-se", largar o emprego, deixar o cabelo e a barba crescerem e tentar levar uma vida melhor. Mas não posso. Não posso porque sei que se eu desse uma de louco de repente, e largasse meu emprego, ficaria sem dinheiro e voltaria para aquela depressão de ficar em casa sem ter o que fazer. E por fim, não daria mesmo para levar uma vida melhor.

Estou preso a um emprego que nunca quis ter. Um emprego que te controla e deteriora lentamente sua saúde mental. Que te obriga a vestir terno e gravata, manter o cabelo sempre cortado e a barba sempre bem feita. Estar preso a esse tipo de trabalho me força a estar preso a uma rotina também. Rotina essa que já estou de saco cheio.

 Quando não estou trabalhando estou querendo dormir, porque estou sempre com sono. E esse sono frequente tem me impedido de fazer várias coisas que quero fazer. Isso é de longe, a coisa que mais odeio na vida. A sensação de não ter controle sobre ela. Ter de fazer o que não quer fazer, e ser impedido de fazer o que realmente quer.

 Não dá pra ser feliz assim. Não dá pra curtir a vida assim. Não dá pra gostar da vida e achá-la boa. Reconheço que parte disso seja minha culpa também. Escolhas erradas que fiz no passado levaram a situação que me encontro hoje. Justamente por eu ser um covarde. É por isso que antes de odiar a vida, eu me odeio.

27.8.13

Uma breve ode ao sono

Venho por meio desse texto, declarar o meu mais profundo e sincero amor ao sono.

Pela vida de portaria noturna que ando levando, dormir tem sido uma das coisas que mais faço ultimamente. Trabalho a noite, chego em casa de manhã e (quando estou de folga) durmo por umas 2 ou 3 horas para não ficar desmaiando de sono durante o dia. Até a noite chegar e eu voltar a dormir pra valer.

Dormir é muito bom, concorda?

 Principalmente quando se está morto de cansaço. Como o próprio Kurt Cobain disse uma vez: "Dormir é um dos poucos prazeres que a vida pode lhe oferecer." Um dos poucos e melhores!

A experiência de deitar-se, fechar os olhos, sentir seu corpo e mente sendo lentamente anestesiados pelo sono, se perder em viagens oníricas, sem a menor noção de tempo e espaço é maravilhoso. Algo quase transcendental, mágico!

Dormir é um ótimo hobby, o melhor passa tempo, uma verdadeira benção.

Bons sonhos.

20.8.13

Magnólia

Um novo e idêntico dia nasce, o sol também costuma nascer em todos eles. Quando não nasce o céu fica cinzento, como se o dia nunca tivesse amanhecido. O mais perto que podemos chegar de um filme noir. Esses dias cinzentos são chamados pelas pessoas de "dia feio", e por mim de "dia charmoso". Deixando os dias pra lá, vamos nos focar em você.

 Sim, você! O que você está fazendo? E o que não está fazendo? Muitos dias já se passaram, poucos deles realmente aproveitados. E você preso, estagnado no mesmo ponto. O que você faz? Você trabalha, estuda, vai beber, vai para igreja, faz sexo com desconhecidos, com conhecidos, fica em casa assistindo o tempo passar?

 Você quer mais? Eles querem mais de você? Está tudo bem pra você? É o suficiente? Não sabe o que fazer?

 Vai pedir ajuda para os seus pais, mas se eles não ligarem?

 Vai pedir ajuda pra Deus, mas se ele não estiver ouvindo?

Você sai de casa ainda com sono, ainda com aquela velha pergunta flutuando dentro da cabeça, entre o crânio e o cérebro, sabe? Claro que sabe. Sem saber o que quer de verdade. Esperando algo bom acontecer do nada. Se preparando para algo ruim acontecer do nada.

Esperando por uma resposta. Esperando por um amor que te entenda e te aceite. Esperando por alguém que te acorde, te resgate, te dê a mão e depois um abraço que faça você desmoronar em um suspiro de alívio e logo depois em lágrimas. Lágrimas de felicidade, de despreocupação, de "tá tudo bem agora". Você espera por um conselho, por uma luz, uma ideia, por um dia que nunca chega.

O vazio preenche, a apatia anestesia, sua mente anseia. Você se perde entre o ponto A ao ponto B. Quer ajuda mas todos estão ocupados demais pra você. Ocupados tentando achar alguém que os ajude. Mas esse alguém está ocupado tentando encontrar ajuda em um outro, que por sua vez está ocupado também.

Nos ocupamos, nossas mentes se desgastam, o mundo explode, o dia acaba. Cinzento ou não. Aí você percebe que a vida não é curta demais, e sim longa demais. Tão longa que dá angústia.

16.8.13

Rolê

É o seguinte, eu sou caseiro, caseiro até demais. Alguns dias atrás eu e meu pai tivemos uma conversa. Acontece que ele acha que minha vida é uma merda e continua sendo uma merda por pura fala de sair. E quer saber, eu também acho. "Vá ao centro da cidade, dê uma caminhada por aí, qualquer lugar, saía um pouco!" Ele dizia.

Pra mim funciona melhor quando eu tenho um objetivo, uma rota traçada. Sair para trabalhar, para comprar alguma coisa. Saídas sem rumo costumam ser broxantes pra mim. É broxante ter que sair, gastar condução, pegar transportes públicos lotados, ficar preso no trânsito, só para "dar uma volta" e "ficar de bobeira".

Mais uma vez me sinto um alien perante a sociedade. Vejo pessoas em busca de diversão, saindo de suas casas gastando tempo, paciência e dinheiro, fazendo um desses passeios sem rumo e não se incomodando com isso. Porra, eu devo ser muito doente mesmo. Às vezes me sinto como um biólogo observando e estudando uma forma de vida recém descoberta, tentando aprender cada vez mais sobre ela. E observando já aprendi que para "quebrar o gelo", esses seres curtem muito falar sobre o clima, principalmente quando está frio e chuvoso.

E atualmente me encontro no meio desse processo de tentar convencer a mim mesmo de tentar mudar. Eu quero mudar, fazer passeios sem sentido ou rumo, e me divertir com eles. Sei que se eu conseguisse mudar, minha vida seria menos merda, menos tediosa.

14.8.13

Blog Chato: O Retorno

Oi, como vai?
Desculpe, era pra isso ser um texto, digo, uma postagem "normal", mas vai ser só um lembrete mesmo.

Um lembrete para avisar que eu voltei com o blog. Sim eu tinha me afastado de novo por falta de ideias e espaço na minha cabeça. Andava muito pensativo e preocupado com algumas coisas, e não saía nada de produtivo para o blog. Bem, eu ainda estou com a cabeça cheia de coisas e preocupações, mas acho que agora é a hora de voltar. Estou no meio de um processo agora, processo esse que pretendo explicar melhor na próxima postagem. Próxima postagem que não vai demorar. Então até lá.

22.6.13

O Deus que não estava lá

Por falta de ideias e para não deixar o blog com ar de abandono, hoje vou abordar um tema sensível, do qual muita gente se ofende facilmente, principalmente quando apresento meu posicionamento sobre o assunto. Escolhi esse tema porque é o único que está vindo em minha cabeça ultimamente. É um tema que venho evitando falar aqui no blog faz tempo, talvez por não correr o risco de perder os poucos leitores que tenho. Mas agora resolvi me arriscar e falar abertamente sobre o assunto, e assim, deixar todos que ainda não sabem, (incluindo familiares) cientes do meu ponto de vista para com esse tema. Como muitos de vocês já devem ter matado a charada, até porque o título sugere, esse texto será  minha visão sobre religião e crença em Deus.

Bem, eu sou ateu, não acredito na existência do deus judaico-cristão e nem na de nenhum outro deus de qualquer outra religião no mundo. Se você já se ofendeu aqui, desculpe, e fique sabendo que é problema seu, pois ninguém deve se ofender com opiniões contrárias.

Sou de uma família parcialmente religiosa, então sim, já fui pra igreja algumas vezes quando mais novo, nunca por vontade própria, sempre porque alguém da família me implorava para ir. Nesses cultos nunca senti nada de diferente, nada de especial. Nunca ouvi nenhum "chamado divino" ou algum tipo de "toque espiritual". Me tornei ateu aos 18 anos, ou seja, mesmo quando eu tinha uma certa fé, eu já não sentia a miníma vontade de ir a igreja.

Quando você se revela ateu, é normal surgir a pergunta "Por que você é ateu?". Sou ateu porque nunca vi, nem ouvi, nem senti Deus e nunca ninguém conseguiu provar sua existência. Simples assim. Se eu nunca vi, ouvi, senti nem nunca me provaram Deus, a crença nele se torna totalmente desnecessária. Antes dos 18, ainda quando criança, acreditava em Deus. Era uma crença meio fraca, mas era uma crença. Acho que só acreditava porque todo mundo acreditava também. Nunca tinha parado para questionar, para me perguntar qual era a razão de eu acreditar, eu apenas acreditava.

Já rezei, conversei e briguei com Deus, levou um tempo para eu perceber que só estava conversando e brigando comigo mesmo. Já pedi por sinais para esse mesmo Deus, como prova de que ele estava mesmo me ouvindo e que atenderia minhas preces, os sinais nunca vieram. Para um ser onipresente ele sempre me pareceu tímido demais, até mais do que eu.

Então um dia, inspirado por vídeos na internet, resolvi separar um tempo para pensar mais sobre Deus, questionar. Pesquisei argumentos de ambos os lados, notei que os argumentos religiosos eram sempre instáveis, infundados, cheios de furos e incoerências. Aos 18 anos, descartei o último dos argumentos religiosos e finalmente cheguei a uma conclusão: Nada disso faz sentido. Foi a primeira vez que pensei: "Sou ateu." Daí pensei de novo "Espera, sou ateu? Não pode ser!" No primeiro momento, não quis aceitar. Até eu tinha um certo preconceito contra ateus. Mas aos poucos fui me acostumando e aceitei. Não podia mais mentir pra mim mesmo.

Veja que o ateísmo não foi uma escolha, só uma conclusão que cheguei depois de refletir muito sobre o assunto.

Na minha família, só meu irmão e três dos meus primos sabem que sou ateu. E antes que alguém pergunte, eles acreditam em Deus, e  nos damos bem. Até um tempo atrás eu queria guardar segredo para evitar conflitos familiares. Hoje já não me importo mais, afinal não escreveria esse texto se me importasse.

Agora falando sobre religião especificamente, sim eu já acreditei em Deus, mas não, nunca fui religioso. Quero dizer, nunca segui religião nenhuma. Nunca me identifiquei com nenhuma. Minha família é evangélica, alguns mais evangélicos que outros, eu sou só eu.

Lembro-me ainda criança, na pré-escola, por algum motivo a professora começou a perguntar qual era a religião de todo mundo na sala, a maioria se dividia entre católicos e evangélicos. Quando chegou na minha vez, não soube o que responder. Não fazia ideia de qual era minha religião, na época eu nem sequer sabia o que era uma religião. Sabia que todo mundo tinha, e que por isso, eu precisava ter uma também. Já em casa, perguntei a minha mãe qual era minha religião, ela respondeu que eu era evangélico. Eu dei de ombros, não me importei, só aceitei. Pensei, "ok". Quando criança eu achava que religião era quase como tipo sanguíneo.  Todo mundo tinha, cada um com o seu e não dava pra escolher outra.

Me declarei sem religião ainda muito cedo. Ainda criança, percebi que a religião não subtraía nem somava nada na minha vida. Não fazia falta, nem sentido. Era absolutamente irrelevante. Descartei a religião cedo demais não porque quis, mas porque não sentia necessidade de seguir uma.


7.6.13

Sobre a morte

Você tem medo de morrer? Talvez seja essa a pergunta que tenha me inspirado a escrever um texto sobre a morte. Muitas pessoas não gostam de falar sobre a morte, evitam o assunto. Acredito que por motivos supersticiosos. Parece que quando se fala sobre a morte você está atraindo-a pra você ou pra pessoas que você goste. Quantas vezes você já viu uma pessoa bater três vezes na madeira, querendo afastar o assunto da morte pra longe? Energias positivas, energias negativas e etc. Como já disse, não sou nada supersticioso.  Não acredito em energias positivas ou negativas, nem que bater três vezes na madeira possa fazer alguma diferença relevante na sua vida.

Quanto falar sobre a morte, bem, falar sobre a morte atrai ela pra você ou para pessoas que você ama, tanto quanto falar sobre a Tele Sena aumenta suas chances de ficar milionário. Não faz sentido, não acho que seja verdade. Não só acredito que falar sobre a morte não seja prejudicial a sua vida, como acho que a morte seja um assunto interessantíssimo.

A morte não é nenhum tabu pra mim. Falo sobre ela com a mesma naturalidade que falo sobre qualquer assunto corriqueiro. Pensar sobre a morte de um modo filosófico é fascinante. Já parou um minuto pra pensar naquela frase "A morte é a única certeza da humanidade."? Nem você, nem eu, nem ninguém sabe o que pode ou vai acontecer com nós mesmos e as outras pessoas. A única coisa que sabemos com toda certeza, é que, eu, você e todas as pessoas que você conhece, ainda vai conhecer e jamais conhecerá vai MORRER um dia. Isso não é espantoso, curioso e, por fim, fascinante.

Agora, respondendo a pergunta do início do texto. Não, não tenho medo de morrer, na verdade tenho medo do processo. Do "como" vai acontecer. Será doloroso, agonizante, sufocante? Não sei, espero que não. Infelizmente não dá pra escolher como se morre. Só se você for um suicida, é claro. Se fosse morrer, gostaria de ter uma morte rápida e indolor, algo quase imperceptível.

Agora religiosamente falando da morte, quando você morrer, pra onde acha que vai? Pro inferno? Pro céu? Eu sinceramente acho que vou pra debaixo da terra. A não ser que eu seja cremado. Como também já havia dito em posts anteriores, não sou nada religioso também. Não acredito em vida após a morte, alma, nem céu ou inferno.

Outra coisa interessante na morte, é a sua imprevisibilidade. Nunca se sabe quando ela virá pra te buscar. O que só aumenta o medo das pessoas. Ela pode vir a qualquer momento. Você pode morrer daqui a dez anos, alguns meses, algumas semanas, dias, amanhã, algumas horas, minutos, AGORA! Ou já aconteceu, e você é um fantasma lendo o meu blog, e que pode provar que estou errado sobre a vida após a morte.

2.6.13

Veja antes de morrer #5 - The Machinist

Título original: The Machinist
Título nacional: "O Operário"
Ano: 2004
Gênero: Suspense psicológico
Direção: Brad Anderson
Roteiro: Scott Kosar
Elenco: Christian Bale, Jennifer Jason Leigh, John Sharian, Aitana Sánchez-Gijón, Lawrence Gilliard Jr., Michael Ironside.
País: Espanha

Sinopse: Trevor Reznik (Christian Bale) não dorme há um ano. A chocante degradação da sua saúde física e mental faz de cada momento de sua mente desperta um interminável estado de confusão, paranóia, culpa, ansiedade e terror. Seu único consolo desse pesadelo vivo vem de uma prostituta chamada Stevie (Jennifer Jason Leigh), que se afeiçoou a ele. Quando anotações criptografadas surgem misteriosamente em seu apartamento, e alucinações com um colega de trabalho, que ninguém vê, causam um terrível acidente na oficina, ele se lança em uma viagem para descobrir se tudo não passa de uma elaborada conspiração para deixá-lo louco, ou se sua exaustão simplesmente destruiu sua racionalidade. Quanto mais ele descobrir, menos vai querer saber.


"Se você fosse mais magro não existiria..."

Antes do Batman de Nolan, Christian Bale foi Trevor Reznik, no atraente suspense psicológico "The Machinist". O filme de ar misterioso e sombrio, instiga a curiosidade e prende o espectador até o fim. Fazendo você se perguntar quase o tempo todo: "Que diabos tá acontecendo?" Bale (Reznik no filme) não dorme há um ano, é claro que isso é um exagero do filme pois 10 dias sem dormir já são o suficiente para te matar.

 Suas partes psicológica e física estão no limite. A parte física do personagem é assustadoramente bem representada por Bale. O ator emagreceu quase 30kg para dar vida ao personagem, que era descrito no roteiro como um "esqueleto ambulante". Perguntado sobre como fez para emagrecer tanto, o ator respondeu: "- Eu apenas não comi". É algo que você bate o olho e fica horrorizado. A atuação de Christian Bale é ótima, depois de "The Fighter" e talvez de "American Psycho', é a melhor atuação de sua carreira. Como seu personagem é solitário, por vários momentos suas reações são somente manifestadas através de expressões faciais. Você sabe o que o personagem está pensando só de olhar para o rosto dele. As expressões faciais de Bale são perfeitas para cada situação que seu personagem se encontra ao decorrer do filme.

 Uma curiosidade é que o filme é todo ambientado em Los Angeles mas foi todo filmado em Barcelona na Espanha, por falta de dinheiro, acredito eu.

 A fotografia do filme é sombria e cinzenta, é quase sempre tudo "nublado'. Isso só ajuda a reforçar o clima de mistério e suspense, claramente inspirado em obras cinematográficas de Hitchcock, principalmente em momentos de horror. Já a trama tem fortes influências Kafkanianas, do homem contra o misterioso. O suspense psicológico, é atraente e provoca curiosidade. O filme inteiro é uma investigação psicológica sobre o que está acontecendo com o personagem principal. Quem é o estranho Ivan (John Sharian)? Tudo que está acontecendo com Trevor é real, ou só fazem parte de sua psique perturbada ? E se for real, quem está por trás de tudo isso? As pessoas ao seu redor são confiáveis? "The Machinist", é com certeza um filme para se ver antes de morrer.

5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Sombrio
Misterioso
Instigante
Apreensivo
Surpreendente







Trailer do filme:




19.5.13

A cura

Estou aqui, sentado no canto escuro da sala, esperando. Ela está a cinco passos de mim, deitada numa reluzente poça vermelho vinho tinto. Suas costas nuas mirando para o teto, seus olhos mortos me encarando. Como se quisesse falar alguma coisa. Me agradecer pelo que fiz. Eu só fiz o que tinha que fazer. O que ela queria que eu fizesse. Ela ansiava por isso, eu sei.

Eu estava lá quando ela pegou seu carro pela manhã no estacionamento do supermercado. Eu a segui pela avenida até a sua casa. Pude ver em seus lindos olhos castanhos a tristeza. Seus olhos imploravam pela cura, e eu, bem, eu a curei para sempre. Esperei que ela entrasse e que a escuridão da noite chegasse. Fui atrás dela. Sua casa parecia tão convidativa. Estava tudo lá, implorando por ajuda, e eu ajudei. Peguei uma faca grande da gaveta da cozinha dela, ela estava no banho. Esperei pacientemente no mesmo canto escuro da sala que me encontro agora. Ela veio silenciosamente me pedindo a cura. Vim pelas suas costas, ela subitamente se vira com uma expressão de pânico estampada no rosto. "Calma minha querida, a dor já vai embora" eu disse.

A lâmina da faca penetrou seu abdômen. Pele, carne, sangue, ossos. O glorioso e quente sangue jorrou contra minhas mãos e caiu volumoso no chão, aos nossos pés. Seu rosto aterrorizado foi lentamente se transformando no rosto inexpressivo de uma boneca de porcelana. Arranquei a lâmina de sua barriga, seu corpo semi morto girou desengonçadamente e foi de encontro ao chão. A cura estava completa! Eu a curei da vida.

Agora estou aqui sentado no canto escuro da sala, esperando. Esperando a polícia chegar e limpar a minha bagunça. Talvez os policiais também precisem da cura. Se precisarem, estarei aqui.

7.5.13

Pedalar pra quê?

Gostaria de compartilhar um segredo com vocês, duas pessoas que leem o meu blog. Na verdade não é um segredo, mas uma informação sobre mim que poucos sabem. Não porque eu escondo e evito contar, mas porque não me perguntam e ninguém liga. Então, é que eu não sei andar de bicicleta. Sim, é verdade, eu não sei andar de bicicleta. Sério, nunca aprendi. Não porque não teve ninguém para me ensinar, nem falta de tempo. Foi mais falta de interesse mesmo. É, falta de interesse. Eu nunca dei a minima para bicicletas. Eu era mais pra vídeo games e bonecos de ação. Sempre que algum garoto chegava em mim para exibir sua nova "bike", eu dizia:
-Hum, legal.
Mas na minha cabeça era sempre:
-Dane-se, eu não me importo.

Nunca soube explicar essa minha ausência de fascinação pelas bicicletas. Eu simplesmente nunca vi nada demais nelas. Nunca achei que precisava de uma. Tá certo que é mais rápido ir ao supermercado pedalando do que a pé, mas e daí? Eu gosto de andar a pé. Aliás, ando muito bem a pé, diga-se de passagem.

 Sim, eu já tive uma bicicleta. Duas na verdade. A primeira eu ganhei do meu pai quando era bem pequeno. Era uma bicicletinha azul, bem pequena, com pneus coloridos, bem de criança. E é claro, duas rodinhas laterais de apoio. Meu pai dizia que as rodinhas eram temporárias, e que quando crescesse não precisaria mais delas. Bem, eu já cresci bastante, e se quiser andar numa bicicleta hoje sem quebrar a cara, ainda precisaria das rodinhas.

Eu sinceramente não tenho nenhum rastro de lembrança de como foi a minha reação ao ganhar minha primeira bicicleta. Parece que não foi algo tão marcante assim. A tal bicicletinha acabou virando ferro velho, deteriorada pelo tempo, abandonada num canto qualquer do meu quintal.

Por volta dos 12 anos de idade, meu pai ainda insistia em me ensinar a andar de bicicleta, e me presenteou com uma velha caloi roxa. Era velha mesmo, foi doada para o meu pai e meu pai a passou pra mim. Era uma bicicleta horrível com uma cor bem sugestiva. Um roxo muito estranho, parecia muito com um rosa. Meu pai meio que me forçou a subir nela para praticarmos um pouco no campinho da rua de cima. Como eu sempre fui mais alto que os meninos da minha idade, tentava andar numa bicicleta aparentemente rosa, com meu pai atrás me segurando, é óbvio que comecei a chamar atenção dos outros meninos (menores que eu) que andavam de bicicleta (sem ajuda dos pais) no local. Daí a esperada zoação começou, comentários como "olha o tamanho daquele moleque, tentando andar numa bike de menina".

Pra começar eu nunca quis estar lá! Meu pai me dizia:
-Todo mundo sabe andar de bicicleta!
E eu respondia:
-Eu não sou todo mundo. Não preciso disso.
Aquele dia foi o fim. Eu não queria subir numa bicicleta pelo resto dos meus dias. Mas é claro que mais uma vez eu seria obrigado a subir em uma.

Mais tarde aos 19 anos, consegui um emprego na farmácia do sogro do sócio do meu pai. Na farmácia eu seria o responsável pela faxina e pelas entregas a domicílio. Para fazer as entregas os entregadores usavam bicicletas. Eu era o único que fazia as entregas a pé. É claro que o dono do estabelecimento, meu antigo patrão tentou me ensinar uma vez no meu horário de almoço nas ruas desertas atrás da farmácia. E lá fui eu, sujeito de 1,83 de altura, sendo empurrado na bicicleta por um senhor metido a atleta. Só não foi mais humilhante porque as ruas eram desertas. Depois de mais uma tentativa frustrada, continuei a fazer as entregas a pé. Pra mim tava tudo bem fazer entregas de remédio a pé debaixo do sol escaldante. Eu não ligava, eu até curtia. Pena que meu patrão gostava de agilidade. No final a minha completa falta de habilidades ciclísticas e extremo desinteresse em adquiri-las, acabou sendo um dos motivos da minha demissão.

Desde então nunca mais subi numa bicicleta de novo. E nem pretendo. E antes que alguém venha com aquele papo de "nunca é tarde para aprender", bem, eu não quero aprender, só isso. Bicicleta nunca me fez falta, de verdade.

 A falta de ideias acabou resultando nesse texto, desculpe. Uma professora disse uma vez pra mim:
-Escrever bons textos também é como andar de bicicleta, uma vez que a gente aprende nunca mais esquecemos...
Pena que nunca aprendi a andar de bicicleta.

30.4.13

Veja antes de morrer #4 - Dead Man's Shoes

Título original: Dead Man's Shoes
Título nacional: "Vingança Redentora"
Ano: 2004
Gênero: Suspense psicológico/Drama
Direção: Shane Meadows
Roteiro: Shane Meadows, Paul Fraser e Paddy Considine
Elenco: Paddy Considine, Toby Kebbell, Gary Stretch, Stuart Wolfenden...
País: Inglaterra

Sinopse: Dois irmãos regressam à sua terra natal aqual deixaram anos antes. Apesar da intimidade que os une, são muito diferentes: Richard (Paddy Considine) é forte e decidido, Anthony (Toby Kebbell) mais novo, é hesitante. Acampados na encosta da cidade, tendo-a como vista, relembram seu passado. Mas Richard não veio para recordar. Ele está de volta por vingança. Ele sabe o que quer e sabe onde encontrar. A cidade que ele deixou oito anos antes, ainda é liderada pela mesma pequena gangue de traficantes e criminosos. A ameaça da sua presença é suficiente para induzir a suspeita. Por que ele voltou? O que ele quer? Quem é ele afinal? Um a um, ele segue-lhes o rastro, provocando pânico, voltando-os uns contra os outros. Enquanto o grupo se separa, aprendemos a terrível verdade sobre a punição e como um amor de irmão inspira um violento castigo.

"Se eu fosse você, juntaria tudo que tiver para vir atrás de mim. Por que eu vou atrás de você, vou pegar todos vocês!"


Filmes com a temática de vingança sempre atraíram minha atenção. Foi pesquisando sobre esses tipos de filme que descobri "Dead Man's Shoes". Outro tipo de filme muito atraente pra mim, são filmes indie. "Dead Man's Shoes" apresenta um roteiro simples, locações nada complexas, câmera trêmula, recursos aparentemente mínimos e foi filmado em apenas 3 semanas. Características básicas de um filme indie. Mesmo assim não me arrisco dizer que se trata de um, mas, com certeza, não é daqueles filmes enormes de orçamento milionário. Enfim, o tema vingança e o ar de filme indie foram os suficientes para me interessar pelo filme. Não se engane, só por ser um filme de vingança, não se trata de um daqueles bang bangs urbanos. O filme economiza munição e segue seu estilo próprio de vingança, mais silenciosa, eficiente e psicológica.
 "Dead Man's Shoes" já começa bem, com a sequência de abertura ao som da bela canção "Vessel in vain" de Smog, artista ainda pouco conhecido. Aliás uma das coisas a serem bem elogiadas nesse filme é a sua banda sonora. Ótimas canções que tocam ao longo do filme preenchem bem os momentos de calmaria estória.



 Outro ponto que merece destaque é a maneira que o enredo é apresentado ao espectador. Aos poucos, através de flashbacks, vamos conhecendo as motivações que levaram Richard (Paddy Considine) a aterrorizar a vida de suas vítimas, e até que nível de gravidade foram os erros dos antagonistas para merecerem suas respectivas punições.


 Uma das coisas que você mais pode sentir assistindo  "Dead Man's Shoes", é tensão. A cena em que Richard fica cara a cara com um dos seus inimigos e deixa bem claro que não tem medo dele, por exemplo, é uma das cenas mais poderosas e tensas do filme inteiro. O suspense psicológico apresentado no filme é também muito bem conduzido pelo seu protagonista explosivo, imprevisível e calculista. Isso se deve também a competente atuação de Paddy Considine (que é também sósia de Rafinha Bastos) e a de Kebbell como seu irmão deficiente. O excelente filme começa de forma lenta e até cômica pela desorientação dos alvos. Mas logo se desenvolve para uma trama mais sombria e forte, dando resultado a uma pequena reviravolta no final, e uma conclusão inesperada com um significado talvez subjetivo demais para qualquer um aceitar. "Dead Man's Shoes" definitivamente não é um filme ordinário sobre o tema vingança, quando se pensa que vai seguir uma linha, o filme toma outra. Algo que se pode atribuir também a tridimensionalidade de seu personagem central Richard, que é um justiceiro que também comete erros. Às vezes a vingança não está em punir o outro, e sim a si mesmo. O filme de Shane Meadows mostra isso com muita competência.

5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Simples
Eficiente
Tenso 
Forte 
Comovente





Trailer do filme:


24.4.13

Dinheiro traz felicidade?

...Então, não! Pelo menos foi a conclusão que cheguei depois de muito refletir sobre o assunto. Muitos podem dizer que não posso chegar a conclusão nenhuma pois não sou milionário. Eu digo que não preciso ser milionário para chegar a tal conclusão. A conclusão de que, realmente, dinheiro não traz felicidade. Bom, pelo menos não a felicidade que todos sonham ter. Aquela felicidade duradoura, plena, aquela satisfação de viver. Pra falar a verdade, o dinheiro traz sim um tipo de felicidade.

Primeiro partimos do princípio de que o dinheiro só pode nos trazer coisas materiais, concorda? Coisas materiais nos trazem felicidade, só que aquela famosa felicidade de curto prazo, ou como eu gosto de chamar: "felicidade de plástico descartável".  Sabe quando você compra um celular novo, uma TV, um vídeo game, talvez até roupas, daí você fica feliz? Essa felicidade dura um tempo, um dia, uma semana, aí você se acostuma com aquela sua nova aquisição e sua vida volta a ser uma merda. É a felicidade de plástico descartável. Aquela que você usa um pouco e é descartada logo depois. Dinheiro nos traz felicidade de curto prazo, não a felicidade que te dá sentido na vida, que te dá paz de espirito.

Estou dizendo tudo isso porque me revolta quando vejo alguém dizendo que pessoas ricas e famosas não tem o direito de se sentirem infelizes, sentirem tristes. Tristeza é um sentimento muito comum e pode atingir qualquer um, e ao meu ver, você tem que ser muito fútil e vazio para se sentir completo, para se sentir realizado com suas roupas de marca, seu carro, seu Iphone. A verdadeira felicidade, a felicidade de longo prazo, não pode ser comprada. Pois a felicidade não se encontra em prateleiras e nem possui etiquetas de preço.

17.4.13

Dor de velho

Esse vai ser um post rápido. Por falta de criatividade vou simplesmente colocar em texto o que mais anda incomodando minha cabeça ultimamente. E o que mais está incomodando minha cabeça, está nas minhas costas.

Sou um velho com corpo de 20 anos. Ou talvez seja um cara de 20 anos com corpo de velho? Não sei, só sei que dói! Sabe que quase sempre tive essa dor nas costas. Ela não era constante, doía às vezes sim e às vezes não. Agora faz uns três dias que estou com essa dor chata nas costas. Uma dor quase incessante. Não é bem nas costas, é mais pra baixo, na lombar, no quadril, sei lá. Faz uns dias que perdi a capacidade de me inclinar para pegar algo no chão, por exemplo. Não consigo me inclinar para lavar o meu rosto na pia do banheiro, não consigo me inclinar para amarrar o meu tênis, não consigo me inclinar, porque dói. É como se a base da minha coluna não conseguisse suportar mais o peso do meu próprio torso, e reclamasse de dor. Não sei o que é, só sei que quero minha lombar de criança de volta.

6.4.13

Sobre brigas

Pelo que me lembro, nunca me meti numa briga. Nunca saí na porrada com alguém, sabe? Não que ninguém nunca quisera me bater. Quando se é uma criança diferente, as brigas sempre surgem. Os valentões sempre surgem. Já me ameaçaram, intimidaram, ofenderam. Já me empurraram, me derrubaram. Já fui perseguido, humilhado, já levei tapa na cabeça. Nunca reagi. Por quê? Porque sempre pensei que se reagisse, levaria a pior. Sempre pensei que sairia com algo quebrado. Braço, nariz, dentes. Já pensou? Não posso ter meus dentes quebrados! Uso eles para mastigar.

Inspirado por filmes do Bruce Lee, já fiz aulas de karatê quando criança. Fiz por alguns dias e então desisti por pura preguiça. Mais tarde fui para o Kung Fu no qual fiquei quase um ano e depois saí. Fiz Taekwodo também, nesse durei só 4 meses. Hoje ainda não sou nenhum mestre porradeiro das artes marciais. Desisti. Não tenho vocação pra isso. Sou melhor nos vídeo games.

Tudo bem, os valentões também pararam. Alguns porque amadureceram e deixaram de ser babacas. Outros, porque acham que eu virei psicopata e continuam babacas. Mas da próxima vez que mexerem comigo, vou chegar na cara deles e dizer:
-"Aposto que te derroto no vídeo game! Quer jogar?"

Ameaçador, não?

1.4.13

Veja antes de morrer #3 - Shaun of The Dead

Título original: Shaun of The Dead
Título nacional: "Todo Mundo Quase Morto"
Ano: 2004
Gênero: Comédia
Direção: Edgar Wright
Roteiro: Edgar Wright e Simon Pegg
Elenco: Simon Pegg, Nick Frost, Kate Ashfield, Lucy Davis, Dylan Moran, Bill Nighy.
País: Inglaterra.

Sinopse: Shaun (Simon Pegg) é um derrotado sem vontade própria, perdido na monotonia do seu trabalho. Ele divide uma casa com o seu melhor amigo, o imprestável Ed (Nick Frost) que sempre acaba empacando a sua vida. Sua namorada Liz (Kate Ashfield) está cansada da rotina dos dois, e dá uma última chance para Shaun se redimir. Com problemas no namoro e em casa, Shaun encontra em uma súbita infestação de mortos-vivos, uma oportunidade de dar um jeito na sua vida, recuperar sua namorada e provar para todos que pode ser um herói.


"Ninguém usa a palavra com 'Z'!!"

Não me lembro de ter visto outro filme de comédia com zumbis que eu tenha gostado tanto. Talvez porque não tenha. Shaun of The Dead é uma das melhores comédias que vi, assim como um dos melhores filmes de zumbis que já vi também. E é um filme britânico. O humor britânico é o melhor.
Quem protagoniza (e assina o roteiro juntamente com o diretor) é o comediante e ator (e ótimo) Simon Pegg. Simon é Shaun, um cara normal, com um emprego normal, com problemas normais, que, de repente se vê no meio de um apocalipse zumbi, que não é nada normal. O filme brinca muito com isso, de "mundanizar" o universo dos zumbis. Trazendo-os para uma realidade mais próxima da nossa. Em Shaun of The Dead, não há grandes cidades americanas para serem infestadas por hordas de mortos-vivos, somente um pequeno subúrbio na Inglaterra. Armas de fogo? Beeeem poucas. No filme o que se usa como armas são apenas pás, tacos de criquet, guarda chuvas, discos LP e etc. Os mocinhos não são policiais nem possuem o menor treinamento militar, são pessoas normais como eu e você (mais como você do que eu) pessoas que saem para beber, pagam aluguel, assistem a TV, jogam vídeo games, vão para os seus trabalhos chatos, nada de especial. 
Shaun não é só um cara comum, ele também é um clássico "loser". Um derrotado. Shaun se encontra numa crise no seu namoro com Liz (Kate Ashfield), que quer uma mudança na rotina dos dois, sair para lugares diferentes, fazer coisas diferentes, só os dois. Mas todas as oportunidades que Shaun consegue ele fracassa, e acaba decepcionando sua amada. E sempre a leva para o mesmo velho bar, com os mesmos velhos amigos. No trabalho Shaun não é respeitado pelos seus colegas, em casa vive com seu melhor amigo Ed (Nick Frost), igualmente "loser" além de um preguiçoso imprestável, que vive no sofá jogando vídeo game e atrasando a vida de Shaun. Tudo piora quando os mortos começam a voltar a vida e matar os vivos.
Claro que não falei muita coisa aqui para não estragar sua experiência.
Shaun of The Dead é um filme hilário, com um humor esperto e a violência necessária de filmes de zumbis, é claro. Na parte do humor, não há excessos nem apelações. As piadas são espertas e inteligentes. Há um pouco de humor negro também.
O carisma e Timing cômico de Simon Pegg são ótimos. A direção é excelente e o roteiro é genial, cheio de referências, sutilezas, interligações e situações irreverentes. E só para esclarecer, o filme não é nenhuma paródia dos filmes de zumbis, é uma comédia com zumbis e uma pitadinha de romance. Com certeza Shaun of The Dead é um filme que garante risos e diversão. Você não vai se arrepender.



5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Hilário
Esperto
Divertido
Único
Contagiante





Trailer do filme:

25.3.13

Pra falar a verdade

Dou muito valor a verdade. Tem gente que não. Tem gente que sim, mas mesmo assim prefere ouvir mentiras. Por que? Porque mentiras costumam ser, reconfortantes, agradáveis, bonitas, prazerosas, felizes, mas, ainda assim, mentiras. Agora verdades, costumam ser, desconfortantes, desagradáveis, feias, inconvenientes, tristes, cruéis, porém, ainda assim, verdades.

Por dar muito valor a verdade, tento sempre ser honesto e sincero. Sinceridade não é arrogância. Porém ambas estão divididas por uma linha tênue. Por isso muita gente confunde uma com outra, porque é fácil confundi-las. Tem muita gente que acha que é sincera mas é arrogante, assim como tem muita gente que acha que sujeito está sendo arrogante, quando ele está apenas sendo sincero. Sinceridade, é dizer a verdade sempre que lhe for conveniente. Não basta ser sincero, tem que saber dosar essa sinceridade, do contrário, ela se transforma em arrogância.

Mas espera aí! A sinceridade é dizer a verdade sempre que lhe for CONVENIENTE? Mesmo a verdade sendo, algumas vezes, INCONVENIENTE?

Sim, é isso mesmo. Pode soar paradoxal, contraditório ou sei lá, mas posso esclarecer tudo. A verdade, às vezes- nem sempre- é inconveniente, e essa verdade inconveniente, para não sair do campo da sinceridade, deve ser dita em momentos convenientes. Momentos adequados.

Sou sincero e peço que as pessoas sejam sinceras comigo também. Mesmo que seja desconfortante, cruel, mesmo que machuque. Prefiro sempre saber a verdade.

Me machuque, me rasgue, parta o meu coração, mas diga a verdade, por favor!

16.3.13

Nocaute

As frustrações e decepções constantes. O vazio da existência. A contínua falta de reciprocidade. A solidão, e a terrível conclusão que sempre tenho sobre a atual situação da minha vida.

Quando criei esse blog, prometi a mim mesmo que seria honesto e sincero nos textos que produziria aqui. E é com sinceridade, caro leitor, que sinto a grande necessidade de confessar que penso muito em suicídio. E tem sido assim desde os 15 anos de idade. Não estou sendo nada hiperbólico quando digo que, de 2008 até hoje, tenho pensado em me matar em vários momentos de praticamente todos os dias que se passaram. E continuo pensando.

Na verdade fico oscilando muito. Em uma hora estou feliz e satisfeito pensando: "Como eu posso pensar em suicídio? A vida oferece oportunidades tão maravilhosas. Há tanta coisa boa para acontecer ainda..." Aí então caio em profunda depressão e começo: "Não tem mais jeito. Tudo está péssimo, as coisas não vão mudar, por isso quero morrer."

Me lembro da primeira vez que pensei em suicídio. Estava no primeiro ano do ensino médio. Por algum motivo, eu tinha finalmente despertado da minha ingenuidade pós-infância, e a realidade havia me acertado como um soco no nariz. Cheguei em casa depois da aula, estava me sentindo péssimo. Fui direto para o banheiro e me tranquei lá. Sentia um vazio enorme dentro de mim, algo parecia estar preso na minha garganta. Um violento aperto no peito, como se algo me espremesse por dentro. Gritava em silêncio dentro da minha cabeça que estourava de dor. Olhava para minha frente e não enxergava mais futuro. Não enxergava esperança. Então por fim, explodi em um choro desesperado. Tentando me conter o máximo possível para não ser escutado do lado de fora do banheiro. Naquele momento, desejei a morte. Era a primeira vez que me sentia daquele jeito.

Como já havia dito, penso constantemente em suicídio, mas nunca cheguei a tentar me matar. São basicamente 3 coisas que me impedem. A primeira é o medo. Se fosse tentar, não sei como seria. Se sentiria dor, se sofreria muito.

A segunda é a minha família. Quando penso na reação dos meus pais e dos meus irmãos, caso descobrissem que eu teria cometido suicídio, bem, isso me paralisa.

E a terceira é essa curiosidade que tenho sobre o futuro. Fico pensando: "E se houvesse uma reviravolta? E se algo muito positivo acontecesse comigo? E se a minha vida mudasse assim, de uma hora pra outra? E se algo muito bom acontecesse e mudasse para sempre a minha vida?" Sim, por incrível que pareça, ainda tenho esperanças, e isso me mantém vivo.

Mas admito que às vezes, os pensamentos suicidas são mais fortes. Você leva tanto soco da vida, que chega um momento que você não sabe se vai aguentar mais um round. Quero dizer, e se as coisas não mudarem daqui alguns anos? E se tudo piorar?

Minha expectativa de vida não é das melhores. Não se trata de pedir água, e sim de ser nocauteado.

28.2.13

Veja antes de morrer #2 - The Truman Show





Título original: The Truman Show
Título nacional: "O Show de Truman - O Show da Vida"
Ano: 1998
Gênero: Drama\Comédia
Direção: Peter Weir
Roteiro: Andrew Niccol
Elenco: Jim Carrey, Laura Linney, Ed Harris, Noah Emmerich...
País: Estados Unidos

Sinopse: Truman Burbank (Jim Carrey) não sabe, mas a cidade onde vive é um gigantesco estúdio de televisão. As pessoas que vivem e trabalham lá são todas atores e atrizes de Hollywood, e até sua entusiasmada esposa Meryl (Laura Linney) é uma atriz contratada. Truman não sabe, mas é um grande astro de um reality show chamado "The Truman Show" (O Show de Truman), onde sua vida inteira é vigiada e transmitida 24 horas por dia, sem comerciais, para o mundo todo. Todo o programa é dirigido pelo visionário produtor\diretor\criador Christof (Ed Harris). Gradualmente, Truman nota que há algo de estranho. Incoerências sutis, constâncias suspeitas, falta de espontaneidade, fatos insólitos e até pequenos descuidos dos figurantes denunciam a irrealidade em sua volta. Aos poucos Truman percebe que está em uma bolha, e cada descoberta fará você rir, chorar e torcer como poucos filmes já conseguiram.

"No ar, sem saber..."


O Show de Truman é um filme maravilhoso. Trata-se de um daqueles filmes que te prendem até o final, pois você sempre vai querer saber o que acontece a seguir. Pela genialidade e originalidade incomparáveis do enredo, o filme poderia se tornar complexo demais, a trama poderia se perder nas suas infinitas possibilidades e a sua "sacada" poderia ser mal aproveitada. Mas nada disso acontece. O filme é muito bem feito, a ideia é muito bem aproveitada e é tudo tão bem montado. Jim Carrey como Truman Burbank mostra-se um competente ator dramático. Seu lado cômico não é totalmente deixado de lado. O Show de Truman é um filme de drama com pitadas de comédia, então não pense que se livrou de suas caretas dessa vez, elas ainda estão lá só que em menor número. As atuações que realmente merecem destaque são de Laura Linney como Meryl a canastrona mulher de Truman e Ed Harris como Christof, diretor e criador do show no qual Truman é o astro. A primeira hora do filme é toda focada no ponto de vista ingênuo de Truman, seu dia a dia na pacata cidade de faz de conta de Seaheaven, os ocorridos que pouco a pouco o levam a suspeitar da farsa, suas tentativas frustradas de viajar para fora da cidade e as "discretas" investidas da produção do programa para tentar mantê-lo na enorme cidade-estúdio em que vive.
Já na segunda parte do filme conhecemos os bastidores do show, como tudo funciona e Christof, o visionário e ambicioso criador do programa.

O filme aborda brevemente questões filosóficas como o existencialismo e também pode ser visto como uma crítica sarcástica contra a mídia e o efeito dela nas pessoas. Ele também pode ser interpretado como uma grande metáfora religiosa (ou anti-religiosa). Basta prestar bem atenção nas pistas e dicas que o filme vai deixando, e você vai perceber a grande metáfora por traz do filme.

Enfim, O Show de Truman é uma grandiosa obra que merece ser vista ao menos uma vez na vida. Se bem que, quando vista uma vez você vai querer vê-lo de novo e de novo. Prepare-se, o filme promete muitas emoções. Risos e lágrimas vão rolar.












5 adjetivos que melhor descrevem o filme:
Original
Emocionante
Empolgante
Divertido
Ousado



Trailer do filme:

21.2.13

Caminhando noite adentro

A brisa fresca do anoitecer. O silêncio ensurdecedor da madrugada. A calmaria que antecede.

Desviei do meu caminho corriqueiro hoje. Não sei porque. Não sou um cara impulsivo, pelo menos não era da última vez que chequei. Desci na estação de trem errada, porque eu quis. Acho que desta vez, inconscientemente, resolvi curtir a noite...ao meu modo.

É noite, e numa hora dessas pessoas estão se acabando em baladas, outras enchendo a cara em barzinhos, outras tendo orgasmos por aí. Eu só estou andando noite adentro. Porque sim, posso? Talvez só esteja esperando um imprevisto, alguma coisa acontecer, qualquer coisa para quebrar a monotonia. Gosto da noite. Na noite tudo parece funcionar melhor. Mais calma, menos caos.

Ainda caminho sem destino, deixo apenas minhas pernas me guiarem. Por algum motivo vim parar na Avenida Paulista. Então cesso a caminhada, cruzo os braços e fico admirando a beleza dos colossais edifícios do local. Um sujeito de estatura mediana, de cabelo curto, barba por fazer e óculos, se aproxima. E quando ele fala, Claramente percebo que é homossexual também:
- No meu tempo braços cruzados era sinal de timidez.
Eu apenas olho e abro um sorriso. Mas ele não vai embora, e repete:
- Sabia que no meu tempo braços cruzados era sinal de timidez?
Então eu respondo:
- Pelo jeito continua sendo.
Ele ri da minha resposta:
- Você tá feliz?
Acho a pergunta estranha e retruco.
- Por quê?
- Você não parece feliz, você tá feliz?
Por uma fração de segundo penso em fazer o que faço usualmente, mentir e dizer que estou. Mas um misterioso ímpeto me faz dizer a verdade:
- Não, não estou. Eu deveria?
Ele reage como se não tivesse escutado a minha pergunta:
- Por que não?
- Não sei, acho que não vejo motivos para me sentir feliz.
- O que você tem? Fala pra mim.
Fico sem jeito, como de costume:
- Não, tá tudo bem.
Ele insiste:
- Vai pode falar, faz bem desabafar. Você não desabafa com ninguém?
- Geralmente as pessoas não gostam de ouvir desabafos de pessoas tristes. Elas fogem, parece que têm medo.
Ele ri alto, coloca a mão sobre meu ombro e diz:
- Olha, não sei porque, mas gostei de você.
E então, sem mais nem menos, ele vai embora.

Olha só, me senti lisonjeado. Foi estranho, por isso foi interessante. Agora de volta a monotonia.

11.2.13

Texto ruim sobre o que eu já li e vou ler

Hoje atenderei uma sugestão de um leitor (ou leitora, não sei) do blog. A sugestão foi a de eu escrever sobre livros e autores que eu gosto. Para facilitar pra mim, resolvi escrever uma bibliografia quase completa do que já li desde pequeno até hoje. E alguns livros que ainda pretendo ler também.

Desde que me lembro (acho que desde que aprendi a ler) gosto muito de ler, é um dos meus hobbies favoritos. Acho que como muitos, comecei minha leitura com a Turma da Mônica. Até me lembro de uma vez, eu devia ter uns 6 ou 7 anos, depois da escola, passei a tarde inteira lendo um almanaque de 200 páginas da Mônica. Depois de muita Mônica, lembro também que alguns professores da segunda ou terceira série, deixavam os alunos levarem alguns livros ou revistas em quadrinhos para casa. Foi aí que li uma HQ chamada, "A Morte do Superman". Nessa mesma época, roubei um livro que marcou muito minha infância, chamado "Manual do Super Heroi" .

Na sétima ou oitava série, quando estudei numa escola que tinha biblioteca, li três de quatro volumes de um Mangá muito bom, chamado "Gen - Pés Descalços". Trata-se de um trabalho autobiográfico, que mostra a dura história de vida do garoto Gen (lê-se Guen), o alterego do autor Keiji Nakazawa, desde os dias que precederam a destruição de sua cidade natal, Hiroshima, pela bomba atômica, durante a segunda guerra mundial. 

Depois aos 11 anos, quando decidi aprender inglês por conta própria, li algumas edições do livro "English For Travel". Também li boa parte de um dicionário de inglês\português para ajudar a desenvolver o vocabulário. Mais tarde pulei para os livros de horror e ficção científica e conheci Stephen King, um dos meus autores favoritos até hoje. O primeiro livro que li dele, foi "Night Shift - Sombras da Noite", uma ótima coleção de contos, curtas histórias de terror. Ainda de Stephen King, li "Tripulação de Esqueletos", "Tudo é Eventual" e "O Iluminado".


Então voltei rapidamente para as HQs e li até a edição 79 de "The Walking Dead". Voltando aos livros de horror e ficção científica, fui para os livros de Richard Matheson, e li o Romance "Eu Sou A Lenda", e os contos "Talentos Enterrados", "O Quase Defunto", "Vestido de Seda Branca", "O Funeral", "De Pessoa Para Pessoa" e "Presa". Li também "Hate - Ódio Mortal" de David Moody. "A Invenção de Hugo Cabret" de Brian Selznick. 


Li duas vezes o livro "Mais Pesado Que o Céu - Uma Biografia de Kurt Cobain" e uma vez o livro "Kurt Cobain - Fragmentos de Uma Autobiografia". 


Depois veio "Guia Ilustrado Zahar de Cinema" que é um livro que conta a história do cinema, e o processo de criação de um filme. Aí veio "1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer" que é a bíblia do cinema, com mais de 900 páginas (não, eu não li o livro todo). 


Agora alguns livros e autores que pretendo ler:

Entre eles estão ainda alguns do Stephen King como "Celular", outros de Richard Matheson, Douglas Adams, Franz Kafka, Chuck Palahniuk, Edgar Allan Poe, Nietzsche, HG Wells, Philip K. Dick, Bukowski, Oscar Wilde. Algumas HQs de Alan Moore também, como "Batman - A Piada Mortal" e "V de Vingança". 

Alguns outros livros de Max Brooks, George Orwell.


 Carl Sagan, Richard Dawkins, Sam Harris, Christopher Hitchens, Bertrand Russel, também estão na minha lista. 


Ah, é claro, a Bíblia Sagrada também, por que não? 

                       

1.2.13

(dor) Crônica

Você acorda ao anoitecer. Seus músculos ainda anestesiados pelo sono. A visão embaçada. Você se pergunta que dia é hoje. Como se o sono tivesse apagado a sua memória, você não se lembra em que momento adormeceu. Não se lembra quanto tempo esteve apagado. E então se pergunta se devia estar fazendo alguma coisa que não está fazendo. Mas apesar de tudo, você se sente bem. Um sentimento de paz e tranquilidade. Um sentimento que você tem a impressão de não sentir há tempos. Um sentimento que você sente falta de sentir. Uma pausa para o descanso. Recuperar o fôlego no mergulho profundo. Numa vida dolorida, o sono é a sua cura.
Você se levanta e pisa descalço no chão. O choque da pele quente com o chão gelado desperta o que ainda estava adormecido em você. Vai ao banheiro se escondendo do espelho, pois o homem do espelho te entristece. A visão ainda turva te faz errar o alvo do vaso sanitário. Suas costas doem. Seus ossos castigam seu corpo longo e esquelético. A dor te traz de volta para o mundo real. Como um interruptor de luz, a dor desliga aquela paz pós-onírica. O sabor amargo da saliva seca em sua boca. O odor azedo da urina respingada no azulejo frio do banheiro. O homem do espelho te olha nos olhos. A dor aguda e perfurante te força a inclinar-se para trás e olhar para o teto. E como uma pancada na cabeça a sua memória volta, e te lembra que daqui a algumas horas você tem que estar naquele escritório novamente.
 Você volta a se deitar, fecha os olhos e torce para o sono apagar sua memória mais uma vez.

24.1.13

Veja Antes de Morrer

Hoje estou começando uma nova séria de textos mensais chamada "Veja Antes de Morrer". Nessa nova série, estarei indicando alguns filmes que eu acho que merecem ser vistos pelo menos uma vez na vida. Mas não vou indicar qualquer filme bom que vi, nessa série estarei apenas indicando aqueles que eu gosto de chamar de "filmes raros". Filmes que não tiveram muita divulgação no Brasil, filmes que ao meu ver; o grande público não assistiu ainda (alguns nem ao menos ouviu falar na vida), filmes que não tiveram a merecida atenção, ou simplesmente ótimos filmes que foram esquecidos com o tempo. Muitos desses filmes nem saíram nos cinemas nacionais, e nem sequer são fáceis de achar por aí. Alguns nem na internet consegui achar. Será um post por mês, cada post um filme diferente. E o primeiro Veja Antes de Morrer começa agora:


Veja Antes de Morrer #1 - American History X

Nome original: "American History X"
Nome nacional: "A Outra História Americana"
Ano: 1998
Direção: Tony Kaye
Roteiro: Devid Mckana
Elenco: Edward Norton, Edward Furlong, Bervely D'angelo...

Sinopse: Derek Vinyard (Edward Norton) acredita na ideologia nazista da supremacia de uma "raça pura", assim, acaba se tornando líder de uma gangue de Skinheads e mata dois homens negros. Seu destino é a prisão e, somente quando está atrás das grades, Derek começa a entender como o mundo é de fato e como esteve agindo de maneira imbecil nos últimos anos. Quando é finalmente libertado, Derek descobre que seu irmão mais novo, Danny, o considera uma espécie de heroi, um mártir para o "movimento". Vendo o irmão imerso na mesma teia de racismo e violência que outrora quase destruiu sua vida, Derek vai tentar dar fim ao elo de ódio que corre nas veias de sua própria família.

"Alguns legados devem chegar ao fim..."

A ideia de um Skinhead arrependido tentando salvar seu irmão mais novo da ideologia nazista, apesar de muito boa, não foi o que me fez ficar interessado pelo filme inicialmente.
 Na verdade foi Edward Norton (um dos meus atores favoritos, e cara que estampa a página do Blog Chato) . Edward Norton tem aqui, na minha opinião, a melhor perfomance da sua carreira. Seu personagem sofre uma drástica mudança ao decorrer do filme, são dois papéis para interpretar praticamente. Não é à toa que a atuação visceral e assustadora de Norton tenha sido indicada ao Oscar de melhor ator.

O filme em si é excelente. Por mexer com temas sociais fortes como o racismo, o filme acaba revoltando quem o assiste. Algumas cenas te deixam indignado, o que é ótimo. No filme há cenas que também incomodam e podem chocar pessoas mais sensíveis. Como por exemplo a cena do chuveiro na prisão, ou a da guia da calçada. A fotografia preto e branca dos flashbacks são maravilhosas. As atuações poderosas. 
O filme trata o assunto racismo de maneira inteligente e bem elaborada. A montagem fragmentada é genial e ajuda a conduzir o enredo para o seu clímax surpreendente. O filme não só choca, mais surpreende, revolta e comove. Com toda certeza um dos melhores filmes que já vi na minha vida. Recomendo muito.







5 adjetivos que melhor descrevem o filme:

Chocante
Revoltante
Comovente
Forte
Surpreendente

Trailer do filme:




16.1.13

Nostalgiando

Na noite do último dia 9, um dia após meu aniversário, tive a inesperada visita de dois dos meus primos para uma comemoração improvisada e atrasada. Compramos pizza e eu até ganhei três reais de presente.

 Foi bom nos reunirmos novamente, em especial esses dois primos que participaram de uma boa parte da minha infância. Depois de conversas e risadas, em pouco tempo já estavam se despedindo. Estava tarde e um dos meus primos tinha que ir pra casa, pois teria que acordar cedo no dia seguinte para trabalhar. Trabalhar.

 O que aconteceu? Onde foram parar aquelas ótimas tardes que passávamos jogando vídeo game? As tardes que passávamos brincando de sermos super heróis, lutando contra inimigos invisíveis no quintal? Onde elas foram parar? Nada é como antes. Infelizmente.

 Sim, sou um rapaz de 20 anos, nostálgico, que sente muita falta dos velhos tempos. Tempos que éramos só nós. Tempos que passávamos juntos, dia e noite, na mesma casa, jogando, brincando e dando risada. Como já disse antes em textos passados, meus primos são os meus melhores e únicos amigos de sempre. Mas acontece que os tempos mudam. Ganhamos responsabilidades e novos amigos para passarmos a tarde.

 O que nos impede de passarmos bons tempos juntos novamente, são os novos amigos, namoradas e trabalho.(No meu caso só o trabalho). Não, espera, não é só isso. O que nos impede também, além de tudo que já citei, é o tempo! O tempo que insiste em passar, não gosta de esperar e não poupa ninguém.

 Não somos mais crianças, agora temos com o que nos preocupar, com o que ocuparmos nossas cabeças. Nunca mais teremos tardes como aquelas, pois os tempos não são mais os mesmos. O tempo se foi e continua indo. Mas tenha certeza disso: Jamais esquecerei as tardes do melhor período da minha vida.

8.1.13

Duas Décadas

Hoje, 8 de janeiro, é o dia em que eu nasci só que a vinte anos atrás. Por pouco não fora o dia da minha morte também. Por pouco não conheço a vida. Muita coisa teria sido evitada. É estranho não ser mais adolescente, se é que um dia eu tenha me sentido um. É triste saber que estou caminhando em direção ao fim, mesmo que lentamente.

20 anos já é metade da vida pra mim. (não sei se pretendo chegar aos 40). 20 anos e pouco progresso. Pouca coisa resolvida. 20 anos e ainda sou inexperiente em algumas áreas que pessoas da minha idade são profissionais. Atrasado como sempre.

Não estou triste apesar de parecer. Pelo contrário, não sei porque, mas estou otimista com esse aniversário. Esse ano. Talvez uma outra decepção faça eu voltar ao meu estado normal. Sei lá, é só esperar. Vinte anos e contando.