15.4.16

A beleza da falta de sentido

"Por que estamos aqui? Qual o sentido da vida?" pergunta você, pergunta eu, pergunta o ser humano. Acho que todos nós já fizemos essas mesmas perguntas pelo menos uma vez na vida.

Para muitos é difícil seguir caminhando sem uma direção sugerida, sem um mapa. Queremos um ponto de referência, um objetivo, uma razão para viver. Um destino a se chegar. É duro, para alguns insuportável, ao menos considerar a possibilidade de estarmos aqui por acaso, sem nenhum propósito definido. Por isso, muitos se apegam desesperadamente à uma crença religiosa - à procura de respostas reconfortantes. 

Bem, não acredito em um propósito definitivo. Acredito que não há nenhum sentido na vida em que vivemos. Nenhum sentido fixo. Porque nem ao menos acredito que fomos criados por uma inteligência superior.

Não há propósito nem destino. Nada está escrito ou predeterminado.

Tudo é caos.

Uma sucessão de eventos aleatórios. Sem ordem ou planejamento. Não há uma rota correta a se navegar. Estamos todos à deriva no oceano da vida. Parece assustador? Não, espere: está tudo bem! Aceitar a casualidade da vida não é nada ruim. É, na verdade, muito melhor. É libertador!

Estarmos à deriva não significa que devemos temer as ondas ou esperar algum barco salva-vidas vir ao nosso resgate. Que tal se, ao invés disso, escolhermos uma direção no horizonte e remarmos a esmo até avistar civilização, uma ilha tropical, uma festa num iate ou até um antigo e perdido reino inexplorado; irmos até lá e ver o que acontece dali pra frente?

Digo mais: e se o sentido da vida não for algo para procurar, e sim, criar? Manufaturar pra você mesmo?

Casar-se e ter filhos, ter sucesso profissional, ficar famoso, dar a volta ao mundo, sei lá. Acredito que cabe a cada um extrair da vida o seu próprio sentido.

Ter a consciência da eventualidade das coisas é dar mais valor a elas. Viver sem um caminho fixo e abrir opções para outros caminhos.

Essa é a beleza da falta de sentido: Não estarmos amarrados a um único propósito universal, e sermos livres para escolher.

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