Ontem eu acordei e era a pessoa mais bonita do mundo. Sério. Eu olhei no espelho e vi a pessoa mais bonita do mundo. Não imaginei uma miss, não imaginei Brad Pitt. Não era imaginação! Era a imagem da mais pura beleza. A minha imagem.
Seria a luz da lâmpada fluorescente do banheiro que me iluminara errado? Seria o mofo do espelho que tornara minha aparência mais agradável? Eu não estava mais dormindo, juro.
Então lavei o rosto, esfreguei bem os olhos, tornei a me olhar no espelho. Inclinei-me para frente, serrei o olhar, Vi minha barba semi feita, a cicatriz no meu nariz de coxinha, minha semi monocelha grossa, a pele ressecada da minha imensa testa. Não pude acreditar. Era eu e o meu estúpido rosto de sempre. Tudo ainda estava lá, só que agora havia beleza. A maior beleza do mundo. Suspirei e me afastei do espelho. Sorri.
Me senti bem pelo resto do dia. Me senti confiante. Fiz tudo que não pudera fazer antes. Dei um bom dia feliz e sincero às pessoas que passaram por mim. Ao padeiro do supermercado. À moça do caixa do banco. Ao meu vizinho. Pois me senti bem. Me senti confiante.
Porque naquele dia eu era a pessoa mais bonita do mundo.
Pelo menos só naquele dia.
Só naquele dia.
Texto originalmente publicado no blog Raio X Mental.
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