7.5.11

Ídolo - Parte 2 (Kurt Cobain)

"Pelo o que eu consigo me lembrar, os primeiros anos da minha vida foram muito felizes. Gostava muito de ler e desenhar, foi uma infância muito boa. Eu tinha tudo sob controle e sabia que podia fazer tudo que eu quisesse. Não existia nenhum tipo de problema, obstáculo e nem preocupação naquele tempo.
Cresci de um modo muito isolado. Tornei-me anti-social.. Comecei a compreender a realidade do universo em que vivia, e que tinha muito pouco para me oferecer. O lugar onde eu cresci era bem pequeno e eu não encontrava amigos de quem gostasse, que fossem compatíveis comigo ou que gostassem do que eu gostava.

Na escola eu era uma espécie de bode expiatório. Não que os outros se metiam muito comigo. Não implicavam comigo e nem me batiam em dada altura, porque eu já vivia num grande isolamento. Era tão anti-social que raiava a demência. Me sentia tão louco e diferente das outra pessoas, que todos acabavam me deixando em paz. Eu odiava algumas pessoas, só por elas não atenderem as minhas espectativas. Ficava puto por ter de conviver com os mesmos idiotas de sempre, todos eram iguais, eram como cópias uns dos outros. Eu era visto como um psicopata, do tipo que traria uma AK-47 pra escola e atiraria em todo mundo. Eu queria fazer parte de um grupo, mas não do grupo dos garotos populares."

O pequeno texto acima é de Kurt Cobain, vocalista, guitarrista, principal compositor e líder da minha banda de Rock favorita, o Nirvana. Se você já acompanha o Blog Chato por um tempo, provavelmente deve ter notado algumas semelhanças entre os meus textos de desabafo e o texto de Kurt. O grau de identificação que eu tenho com Kurt é assustador. Comecei a me auto-proclamar fã de Kurt Cobain depois de ler a sua biografia "Mais Pesado Que o Céu" de Charles R. Cross, e de ter assistido o documentário "Kurt Cobain - O Retrato de uma Ausência". Foi aí que eu tive a oportunidade de conhecê-lo sem jamais tê-lo visto pessoalmente. Foi aí que eu me encontrei em Kurt Cobain. Me encontrei na sua história de vida.

Sua infância ingênua e feliz, sua adolescência solitária e depressiva, na dificuldade de arranjar amigos "compatíveis" com os seus gostos, no interesse pela arte, no desgosto pela escola, na ânsia de finalmente sair do lugar onde morou por muito tempo, nos pensamentos pessimistas da vida, no amor pelo Rock, nos problemas emocionais, na busca incessante por uma identidade, na falta de compreensão por parte das pessoas que o cercavam. Está tudo lá

E como eu já havia dito no texto anterior, eu costumo respeitar e admirar pessoas que eu me identifico ou que me agradam com o seu trabalho e o seu talento. Kurt Cobain conquistou a minha admiração em ambos. Tanto na minha identificação com sua história de vida e personalidade, quanto na composição e som das suas músicas. Dizem que o Nirvana conseguiu o suceso que teve no começo dos anos 90, porque suas músicas (grande maioria composta pelo próprio Kurt) expressavam tudo que uma geração inteira de jovens sentia e pensava, mas não sabia por pra fora. Eu me sinto como um desses jovens. As músicas do Nirvana me atraem de uma maneira muito forte. Desde a voz rasgante de Kurt, até o som barulhento e sujo da sua guitarra. Há algo nessas músicas que me faz sentir bem, além de me trazerem velhas memórias nostálgicas de bons tempos que não voltam mais.

E por essa forte admiração que sinto por Kurt Cobain, me sinto melhor comigo mesmo, penso que as coisas vão ficar melhores. Graças a Kurt Cobain eu enxergo esperança. Foda-se que ele era um drogado suicida. Ele não foi, não é e nunca será um mau exemplo pra mim.

No último dia 05 de Abril, completaram-se 17 anos de sua morte. Por isso quero que todos que leram esse texto até aqui, encarem esse post como uma homenagem a Kurt. Não uma simples homenagem de um simples fã do Nirvana.

Mas uma homenagem de um fã que leu, ouviu e entendeu (pelo menos um pouco) o lado sensível e humano desse grande artista, que ficava além da imagem do Rockeiro de cabelo desarrumado e roupas rasgadas.

Uma homenagem de um cara que vivia seus dias de criança escutando e cantarolando as músicas do seu ídolo, sem ao menos entender o que essas canções diziam, mas sentindo que ali estava o som que inspiraria e emocionaria a sua vida.

Que ali estava a voz do seu grande herói do Rock.

Kurt Cobain pode ter morrido, mas o meu respeito e admiração viverão para sempre. Juntamente com o seu legado.

KURT DONALD COBAIN 

20 DE FEVEREIRO DE 1967 A 05 DE ABRIL DE 1994

3 comentários:

  1. Anônimo06:11:00

    Prefiro os artistas que me transmitem Paz e Esperança, que continuam ai, na estrada, apesar das mudanças, só pra me fazer feliz. como Bruce Springsteen, Paul McCartney, U2 e Bon Jovi. bandas com uma tragetoria bonita, e que depois de tudo ainda estão ai, keeping the faith e levantando estadios. apesar disto, bom post.

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  2. Anônimo22:33:00

    nirvana é tudo
    kurt era genio
    foda-se que não gosta dele

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  3. Anônimo14:59:00

    É preciso ter algo que ele tinha para o entender SENSIBILIDADE. A pessoa que transcedeu um pouco mais não busca na arte auto ajuda, vê como observador. Qualquer julgamento é falho. Rê!

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