25.11.12

Quando a dor começou

Até uns 6 anos eu era bem diferente do que sou hoje. Até uns 6 anos atrás eu era muito ingênuo. Ingênuo o suficiente para não perceber a realidade a minha volta. Ingênuo a ponto de não perceber as coisas boas que eu tinha na época. A ponto de não ver a adolescência chegar e ir embora. Não percebi a adolescência passar, quando fui ver ela já tinha ido. Enquanto a cabeça dos jovens de 13, 14, 15 anos da minha escola estava ocupada com celulares de última geração e primeiros namoros, eu ainda brincava com bonecos e agia como criança. Daí quando esses mesmos jovens completaram 17, 18 anos e se preocupavam com Smartphones e sexo, minha mentalidade deu um Fast forward e virei um adulto. Adulto problemático e mal acostumado, mas ainda assim um adulto. É como se eu tivesse pulado da infância direto para a idade adulta.

E foi quando eu sai da ingenuidade que tudo começou. As coisas boas e as ruins. As coisas novas. E essa dor. Dor que percorre o físico até o psicológico e termina rasgando o emocional. A dor da terceira idade que tritura os ossos da minhas costas de 19 anos. A dor do medo e da dúvida, de não ter certeza se as coisas continuarão as mesmas ou mudarão daqui pra frente. A dor do angustiante e desesperador vazio.

A última menina que me apaixonei, o meu amor idealizado, aquela que tinha o poder de curar todas as minhas dores só de se aproximar de mim. Ela me encontrava sentado, e por trás de mim, costumava apoiar-se com as duas mãos nos meus ombros. Adorava quando ela fazia isso. Ela disse uma vez que eu tenho ombros largos. E por isso, não sei porque motivo, comecei a pensar se a razão das dores nas minhas costas eram psicossomáticas. Então não sei quem disse, que as minhas costas só doem por motivos físicos. Sou alto, tenho ombros largos e sou sedentário. Isso já seria o bastante para causar essa dor horrível. Lembro-me de todas essas dores começarem praticamente juntas, na mesma época. Até uns 6 anos atrás não as sentia, nenhuma delas. Pois eu estava anestesiado pela ingenuidade. O suficiente para não perceber a realidade a minha volta. Quando a minha ingenuidade se foi, e a minha percepção da vida e do mundo veio, e trouxeram a dor junto com eles. A vida é dor. Viver dói.

3 comentários:

  1. Comigo aconteceu a mesma coisa. Pulei direto da infância para a vida adulta. E enquanto com 15 ou 16 anos meus colegas pensavam nessas coisas que você falou, eu ainda me sentia uma criança.
    Mas hoje, me sinto uma "adulta jovem". Ou melhor uma "adulta jovem 'alternativa'" como me considero. Sei que há gente mais ou menos assim como eu, porém, nessa realidade (inútil) (nesse cu de cidade onde moro) que vivo, não encontrei.
    Também tenho dores osteomusculares, às vezes psicossomáticas. Porém, estão mais associadas com desvios de postura, de origem genética( muita gente da minha família por parte de pai tem isso). Mas, vou controlando isso como posso; já fiz fisioterapia por um bom tempo e assim comecei a melhorar muita coisa ; também acompanhava com um médico ortopedista (que no fim acabei largando por quebra da relação médico-paciente e outros motivos...). Apesar de ter melhorado a postura, ultimamente as dores estão piores, talvez por eu andar me estressando com o estágio do curso e algumas mudanças de estilo de vida, mas tenho que dar um jeito nisso... :P

    Acho que você deveria acompanhar com algum ortopedista e tentar fazer umas sessões de fisioterapia(se é que você já não tentou isso). Porém, te aconselho RPG do que pilates; provavelmente as tuas dores tem uma relação mais postural também em função da própria altura, e RPG é melhor que pilates....

    E, a vida é uma DROGA mesmo. Como escrevi no meu msn ultimamente "Viver cansa".

    ;)

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  2. Anônimo18:54:00

    Sabe, eu acho que você fala como se fosse tarde. Como se fosse velho e sem expectativas. Você só tem 19 anos. Se acha que sua vida não valeu nada até agora, tenta mudar enquanto é tempo. Você é tão jovem.
    Esse comentário não foi a conclusão somente desse texto.

    Boa sorte Andy!

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