Estou vivendo como um morto. Já estou há quatro meses trabalhando a noite, virando a madrugada acordado. Me transformei num zumbi. Estou com sono todo o tempo. Principalmente quando estou em casa. No trabalho quem me acompanha é o tédio. Meu velho companheiro de anos e anos. Trabalho como porteiro num prédio comercial. E depois de uma certa hora não há muito o que fazer num edifício vazio. Não posso dormir pois há câmeras me filmando a todo momento. Tem quatro computadores no local, só falta a internet.
Escolhi trabalhar a noite pela tranquilidade. Tudo é mais corrido, movimentado, gente saindo, gente entrando, é um caos. Não consigo trabalhar no caos, e como vocês já sabem, não me simpatizo muito com certo número de gente.
O tédio vem da falta do que fazer. Quando não se tem nada pra fazer você não faz nada, e fica olhando o tempo passar com aquela horrível sensação de que 10 minutos equivalem a 1 hora. O melhor remédio pra isso é a distração. Quando você se distrai com alguma coisa, o tédio é anulado e o tempo parece acelerar. Por isso toda noite em que trabalho é sempre uma nova busca por distrações. Vasculho o lixo da recepção procurando por jornais velhos para ler, faço desenhos em pedaços de papel velho, subo no terraço do prédio e fico apreciando a vista da cidade, às vezes até urino lá de cima para demonstrar todo o meu carinho pelo meu emprego. Também fico observando a rua pela porta de vidro do prédio. Tanta coisa bizarra acontece a noite na rua.
Daí bate o sono. Luto contra o sono e fico acordado. Enquanto você dorme eu estou acordado. Enquanto você está na "noitada" eu estou tentando ficar acordado olhando para telas de computador. E quando você acorda para ir trabalhar eu estou indo para casa dormir. Em casa saio do tédio e fico no sono, volto a ser um zumbi. Um zumbi jogando vídeo game, um zumbi almoçando, um zumbi navegando na internet, um zumbi escrevendo um texto sem pé nem cabeça para o blog. Afinal o que você queria? O nome do blog é Chato, Blog Chato. E eu sou um zumbi chato. Não dá pra esperar muita coisa, né?
Olá Andy
ResponderExcluirentão quer dizer que você é o dono do blog?
Vim aqui recomendada pela Dominique
adorei
beijos
Esse ano eu também tive que me "acostumar" com o "trabalhar a noite". Embora no meu caso não seja exatamente trabalho: na verdade sou uma "estagiária" da Medicina no Hospital Universitário - e rasga a alma ter que escutar aquela denominação que Professores e Residentes historicamente sempre deram aos alunos dos dois últimos anos de curso: Doutorando(a) :P
ResponderExcluirMas eu não achei tão ruim assim. Em certas situações, até preferi trabalhar a noite do que de dia. À noite se tem menos funcionários; portanto, menos conversaiada, gente fazendo corpo mole, gente te olhando e todas aquelas coisas. À noite costuma ir menos "louco" te encher o saco no hospital, principalmente a partir de um certo horário. E à noite é mais fresquinho quando se mora numa cidade muito quente, mais "tranquilo". Afinal, à noite todos (ou quase) dormem. E no meu caso, muitas vezes, sempre sobra um horário para dormir. Dormir num quarto com mais 3 ou quatro pessoas, sempre desconhecidas, numa cama "razoável" - porém agradável até certo ponto- e com ar condicionado ;) Então, um plantão de 12 horas à noite nem sempre é a mesma coisa que um de 12 de dia.
Mas no seu caso deve ser bucha nunca poder dormir. E ficar sem ter que fazer muita coisa é chato mesmo, dá um tédio- eu sei como é isso, odeio quando as coisas ficam paradas demais quando estou no estágio. E o sono mesmo - meu Deus! Detesto quando tenho sono quando não seria a hora adequada... daí apelo para um capuccino mesmo.
Sei lá. Talvez uma coisa legal de trabalhar à noite é que é algo que foge da rotina. Do comum. E é legal saber que quando você pode ir para casa no dia seguinte, você vai dormir. Nem que seja ao menos uma hora.
Durma oito horas quando chegar do trabalho que não sentirá sono e se acostumará. Por que você não estuda algo que gosta para trabalhar com algo que gosta? Ou no mínimo gosta um pouco? Eu sempre procuro soluções, rs.
ResponderExcluirParar estudar algo que eu queira trabalhar requer dinheiro, muito dinheiro.
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