23.7.16

Felicidade

Felicidade foi sempre um tema recorrente na minha vida. Não por abundância dela, mas por ausência mesmo.
Felicidade foi sempre essa coisa, essa...coisa, pra mim.
Essa coisa misteriosa. Essa coisa rodeada de dúvidas, sempre oculta e enigmática.
Essa coisa que você sempre ouve todo mundo falar bem e não tem muita certeza se já sentiu.
Então se convence de que tem que experimentar um pouquinho dela também. Todo mundo fala tão bem, não pode ser ruim.
Você sai em uma busca eterna.
Descobre que para encontrá-la deve, primeiro, saber do que se trata.
Você volta, recomeça do zero e vive tentando entender.
Você cresce e percebe que a tristeza é tratada como crime, ou motivo de vergonha. E começa a questionar a honestidade da felicidade alheia.
Felicidade é melhor que tristeza, é verdade. Mas, tristeza, indiferença, neutralidade são tão mais constantes em nossas vidas, que você começa a duvidar do número de pessoas que se dizem felizes o tempo todo.
Você cresce e percebe que esteve feliz muitas vezes na vida. E ainda fica, às vezes. Mas não é algo constante ou frequente.
Hoje, não acredito que se possa SER feliz. Acredito que se possa ESTAR feliz. Porque felicidade não é uma casa que você constrói, se estabelece e vive lá. Não é permanente. Não dura pra sempre.
Felicidade tá mais pra um hotel onde você pernoita e vai embora. Exceto que felicidade não costuma pernoitar. E não é você que vai embora dela, ela que vai embora de você.
Ela é fugaz, porém, repetitiva.
Ela vai embora para depois voltar, pra depois ir embora de novo. Pra voltar mais uma vez. Tudo em intervalos variados de tempo.
É isto que é a felicidade pra mim: momentos de prazer e bem estar que vêm e vão divididos em diferentes intervalos de tempo. Não é um objetivo longínquo e definitivo. São momentos que estão sempre por aí.
Se tem uma coisa que aprendi sobre felicidade é que ela não é contínua. Ela sempre acaba. Ninguém está sempre feliz, assim como ninguém está sempre triste. Se você está sempre triste, procure um médico. Se está sempre feliz, você deve ser muito irritante. E procure um médico também.
Se eu estiver certo, e a felicidade funcionar assim mesmo, então suponho que o melhor jeito de se viver é passando por o maior número possível de momentos felizes.
Mas há como provocar felicidade?
Sim e não. Felicidade varia entre momentos que acontecem por acaso e momentos que podem ser influenciados por você. Não se tem total domínio dela.
A parte da felicidade que pode ser provocada requer movimento, atitude. E nem assim é garantida. Mas é o máximo que se pode fazer. Abrir janelas para momentos felizes surgirem, ou não.
Ainda posso estar errado em alguma coisa.
São as melhores conclusões que pude tirar depois de anos de observação. Mas do alto dos meus 23 anos, não posso garantir nada.

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